capítulo trinta e dois.

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POV's Jade Magalhães.

Antes de entrar no carro vi o carro dos meninos atravessando a avenida, entrei no carro em que Gabi me esperava no momento em que meu celular apitou com uma mensagem dele.

Venho pra matar a saudade mas volto com mais saudade ainda. Te ligo assim que chegar, espero que sua mãe não fique muito brava. Beijo linda!

Sorri e Gabi deu partida.

- Como foi? Deu pra aproveitar?

- Um pouco, acabei dormindo.

- Não acredito, vocês ficaram esse tempo todo sem se ver ai tu dorme?

- Não aguentei e já tô até ouvindo minha mãe brigando, olha a hora.

- Quer que eu entre com você? Posso dizer que pegamos um cinema ou sei lá, que o Endrick e eu brigamos e eu tive crise de choro. - rimos e guardei o celular na bolsa, ele não parava de apitar, mas achei melhor não ver mais nada e esperar chegar em casa para ouvir tudo de uma vez.

- Não quero mais mentir, pelo menos não aumentar a mentira!

- Conta de uma vez então, vocês estão propensos a qualquer hora alguém flagrar vocês e é melhor ela saber por você.

- Nem brinca, tô fazendo o possível pra isso não acontecer, se sabendo por mim ela já vai ficar brava imagina se souber pela mídia - Gabi estacionou na frente do meu prédio e se virou pra mim.

- Tem certeza que não quer que eu suba?

- Não, talvez ela esteja calma, eu que tô pensando no pior mesmo.

- Qualquer coisa me liga.

- Você já tem feito demais por mim, obrigada mesmo!

- Só quero te ver feliz e o Richard também - dei um beijo nela antes de sair do carro.

Meu celular não parava dentro da bolsa, cumprimentei o rapaz da portaria e no elevador encontrei a filha da vizinha, como amava criança fiquei conversando com ela até chegar em meu andar. Respirei fundo e abri a porta, ninguém na sala, ninguém esperando por mim "ué, sumiram?". Suspirei e relaxei, tirei os sapatos ali mesmo enquanto caminhava para o quarto, peguei o celular para ver se minha mãe tinha avisado algo, o WhatsApp não parava, várias ligações de Chay, Giovanna, Hatalia "estranho" pensei enquanto passava na tela os vários números de chamadas não atendidas, uns até desconhecidos, ao abrir a porta do quatro levei um susto ao ver quem estava na minha cama.

- Mãe? Que susto, achei que tinha saído - coloquei a bolsa em uma mesa e comecei a tirar os brincos.

- Algo pra contar Jade? - engoli seco e fiquei paralisada "não, não tem como ela saber".

- Tipo?

- Talvez o motivo de não pararem de ligar aqui em casa?

- Mãe, não sei do que tá falando.

- Você realmente vai continuar escondendo?

- O que eu fiz?

- Onde você estava?

- Na Gabi mãe, eu te falei.

- Quem mais estava lá?

- O Endrick e uns amigos dele.

- O Richard? - Senti o coração pular da boca, não conseguia entender "como?", ela virou o IPad que estava em suas mãos mostrando uma foto, eu dando um beijo na bochecha dele, a foto que Gabi tinha tirado mais cedo, eu fui até a cama e peguei o IPad da mão da minha mãe, olhei o site "Léo Dias, tinha que ser" pensei enquanto tentava ler a nota, isso se minha mão parasse de tremer "Richard e outros companheiros não voltaram com a delegação do Palmeiras após o jogo, por algum motivo eles preferiram passar um dia a mais no Rio, seria essa foto o motivo?"..

- Eu posso explicar - ela levantou-se da cama, andando de um lado para o outro dentro do quarto.

- Quando você começou a esconder as coisas de mim? Mentir Jade! Me fala que está em um lugar enquanto está em outro? Vocês estão namorando?

- Não mãe, me deixe explicar.

- Você fez algo com ele Jade?

- Mãe!!! - fiquei envergonhada com a pergunta e senti as lágrimas vindo a tona.

- Porque você sabe que é isso que ele quer né? Jogador de futebol? E a fama? Tudo se encaixa, querer ficar em São Paulo, ir ver jogo de futebol? Esse garoto quer brincar com você, acha que é única? Ele em São Paulo e você aqui! - não aguentei ouvir aquilo tudo e comecei a chorar, não tinha o que falar! Como se defender de perguntas que eu mesma me fazia? Como explicar que nós não tínhamos nada e ao mesmo tempo tinha? - Não pense que gosto de falar assim com você, achei que além de mãe e filha éramos amigas.

- Mas mãe...

- Você mentiu Jade, me enganou, imagina minha reação ao descobrir esse romancezinho por telefone com as pessoas me perguntando se você e o Richard estavam namorando, eu nem sabia o que dizer, falei que eram amigos.

- Mas nós somos amigos, só que...

- Não, por hoje chega! - ela ia saindo quando parou na porta e voltou a olhar pra mim com um olhar triste, eu por minha vez abaixei a cabeça.

- Eu só quero seu bem, antes você chorando de raiva de mim do que por ele ter te feito sofrer! Estou evitando uma dor maior filha - ela bateu a porta e eu me joguei pra trás na cama, peguei uma almofada e apertei contra o rosto tentando abafar o choro, não sabia se chorava por minha mãe estar magoada, por ter mentido ou por ter certeza que ela nunca apoiaria nada entre mim e Richard. O celular tocou e eu nem precisei olhar para saber que era a última pessoa com quem queria conversar "Richard" recusei a ligação e joguei o celular de lado. Acabei adormecendo de tanto chorar.

meu ponto fraco, richard ríos.Onde histórias criam vida. Descubra agora