capítulo quarenta e sete.

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POV's Jade.

Recebi uma mensagem de Richard, respondi que já estava pronta e ele disse que estava na porta do bloco da novela me esperando, me despedi das meninas que ficaram fazendo brincadeiras comigo e fui rumo a portaria, avistei o carro dele e fui até lá olhando ao redor as pessoas que passavam por ali, como ninguém parecia dar tanta importância eu rapidamente entrei no carro, fechei a porta e ali estava ele.

- Esperou muito? - ele me olhou inteira e enquanto acompanhava seus olhos senti minhas mãos ficarem geladas.

- Valeu a pena, você está linda, podemos ir?

- Nós vamos aonde, exatamente? - perguntei enquanto colocava meu celular na bolsa e ajeitava o cinto.

- Para algum lugar que venda comida por 25 reais. - ri e ele saiu com o carro, o mesmo era invadido por um pagode romântico, eu percebi que ele batucava no volante conforme o ritmo da música e sorri balançando a cabeça, era exatamente isso que me deixava encantada por ele, o jeito moleque e sempre de bem com a vida, ali no meu lado ele não parecia ser um jogador super famoso e só mais um menino. Olhei através da janela e percebi que não conhecia o local, era um bairro afastado de algum canto do Rio, um bairro simples mas que tinha lá seu charme. - Chegamos. - ele parou com o carro em frente de um prédio e saiu rapidamente, deu a volta e abriu a porta para mim.

- Você vai me responder se eu perguntar onde estamos?

- O que você precisa saber é que estaremos seguros de qualquer fotógrafo aqui, só você e eu hoje tá bom? - consenti, ele fechou a porta atrás de mim e apontou para um mini mercado logo em frente. - Ali com certeza deve estar nosso jantar. - ele atravessou a rua e eu fiquei parada ainda tentando entender, quando abri a porta do mercadinho ele se virou e chamou por mim que fui em sua direção, quando fechei a porta do mercado Richard já estava com um vinho na mão e andava entre as prateleiras do local procurando alguma coisa, fui até ele e chegando mas perto ele me mostrou alguns aperitivos. - Pronto, somando tudo isso deve dar 25 reais certinho ou até menos. - ele sorriu e foi até o caixa, eu involuntariamente sorri também, ainda não conseguia entender e entendia menos ainda o fato de estar gostando de tudo aquilo, fui até o caixa e paguei os 25 reais certinho, como ele havia falado. Saímos do mercado Richard pegou em minha mão e caminhava em direção ao o prédio em que tinha estacionado na frente. - Um amigo é dono desse prédio, comprou esses dias, como não tem ninguém aproveitei pra pedir emprestado, a vista lá de cima é incrível você vai adorar! Mas tem um problema. - ele olhou para mim e viu que eu estava pensativa olhando para o prédio. - Não tem elevador, vamos ter que subir de escada.

- Sorte que não vim de salto, ou você iria me carregar.

- O que não seria um problema. - ele pegou as chaves no bolso da calça e abriu a porta, estava vazio, totalmente vazio, estava até um pouco sujo, ele apontou as escadas e nós fomos subindo.

- São quantos andares?

- Dez. - respirei fundo e continuei subindo.

- Pelo menos não vou precisar ir para academia amanhã.

- Viu, além de estar comigo ainda aproveita pra malhar, juntando o útil ao agradável e depois me perguntam porque as garotas se apaixonam por mim.

- Então você costuma fazer a mesma coisa com as outras garotas é? - ele virou para mim subindo as escadas de costas.

- Pra te falar a verdade, acho que é a primeira vez que tenho um encontro assim.

- Assim como?

- De planejar, buscar casa, ficar nervoso e essas coisas. - sorri e abaixei a cabeça mordendo os lábios.

- Acho que isso é bom né? - ele riu e virou-se voltando a subir novamente.

- Chegamos. - ele abriu a porta e percebi que estávamos no terraço, fui caminhando e vendo cada vez mais um pouco da cidade toda iluminada e o mar na lateral, aquela imensidão azul, mais perto tinha umas luzes de circo, daqueles bem normais e crianças brincando bem no fundo, já no terraço tinha algumas velas que Richard foi acendendo uma por uma e um banco daqueles de praça, ele terminou de acender a última vela e olhou para mim. - Valeu a pena desmarcar o outro compromisso?

- Bobo, eu desmarcaria de qualquer jeito! Você é louco sabia? - ele abriu o vinho e colocou um tanto em dois copos de plástico que estavam em cima da mesinha.

- Nós poderíamos ter indo a qualquer boate ou restaurante, e ao invés disso estamos aqui. - ele ofereceu o copo para mim, peguei e sentei no banquinho junto com ele, tomei um gole do vinho e fiz uma careta.

- Tomando esse vinho horrível.

- Esse vinho é realmente ruim né? - concordei com a cabeça e nós rimos. - Acho que estamos acostumados a todos esses restaurantes e essas boates, sempre tendo no fundo uma multidão de gente querendo fotos, acho que mudar as vezes pode ser bom, não acha?

- Por incrível que pareça, eu gostei. - fechei os olhos sentindo o vento frio que vinha do mar de longe, ouvindo o barulho das crianças e aspirando o cheiro bom do perfume de Richard.

- Gostou do que? Do vinho? - ele perguntou com o tom divertido, eu ri enquanto voltava a olhar para ele.

- Não, esse vinho é realmente a pior coisa que eu já tomei na minha vida, gostei de estar aqui, sem preocupações e com você.

- Ainda bem, fiquei com medo de você odiar.

- Impossível odiar qualquer coisa estando com você.

- Você é realmente incrível sabia?

- E você está falando isso por algum motivo especial?

- Essa sua mania de me deixar louco, as vezes você é tão aberta e fala normalmente sobre nós e em outras é tão brava e teimosa.

- Eu também não consigo me entender. - ri e Richard pegou um saquinho de jujubas. - Jujubas, não como isso faz muito tempo. - ele abriu e colocou uma na minha boca, sem querer dei uma mordida de leve no dedo dele que riu e então o silêncio pairou ali, tentava tomar coragem pra falar algo mas calculava minuciosamente as palavras, olhei para ele. - Rich...

- Espera Jade, antes de você falar qualquer coisa eu preciso fazer algo. - ele se aproximou e juntou nossos lábios rapidamente, fui abrindo a boca sentido o calor daqueles lábios e o gosto horrível daquele vinho ficava estranhamente delicioso nos lábios dele, nossas línguas se encontraram no exato momento em que Richard passou as mãos dele por trás das minhas costas e as minhas pousaram na perna dele, um frio percorreu minha espinha fazendo com que eu me apertasse mais contra o corpo dele, quando o ar faltou nós paramos o beijo mas sem que as bocas se separassem, ele colocou a mão no meu rosto e me deu mais alguns selinhos. - Me promete que agora vamos parar de fugir?

- Nem se eu quisesse eu iria conseguir fugir de você.

meu ponto fraco, richard ríos.Onde histórias criam vida. Descubra agora