𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐀𝐁𝐘𝐑𝐈𝐍𝐓𝐇

𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐎𝐍𝐄

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤHAZEL 'PAIGE'

Hazel acordou de supetão, o corpo banhado em suor frio, o coração batendo descompassado. O pesadelo era sempre o mesmo. Corria pelo labirinto, seus passos ecoando pelas paredes imensas, enquanto os Verdugos se aproximavam cada vez mais. O som das garras arranhando as pedras, o grito agudo que fazia seu sangue gelar. Era um sonho tolo, mas a aterrorizava profundamente, pois temia que um dia pudesse se tornar realidade.

Ela respirou fundo, tentando acalmar seu coração acelerado. O céu acima da Clareira começava a clarear com as primeiras luzes do amanhecer, tingindo o horizonte com tons suaves de rosa e laranja. A brisa matinal era fresca, acariciando seu rosto e trazendo um pouco de alívio ao seu estado de alerta. Ainda deitada na rede improvisada, Hazel sentiu a serenidade do início de um novo dia.

Ao seu redor, os outros clareanos ainda estavam mergulhados em um sono profundo, seus corpos espalhados pelas redes e camas improvisadas. A clareira estava silenciosa, exceto pelo som suave das folhas balançando ao vento.

Com cuidado para não acordar ninguém, Hazel se levantou, seus pés descalços tocando o chão de terra fria. Vestiu seus sapatos rapidamente, as mãos trabalhando automaticamente enquanto seus pensamentos ainda estavam presos ao resquício do pesadelo. Ela era uma Corredora, assim como Minho, e sabia que o labirinto esperava por ela. Hazel vestiu seu colete de couro, que ia até um pouco abaixo de seus seios, ajustando as tiras para garantir que ficasse firme.

Ela se afastou do local onde os clareanos dormiam, caminhando em direção à cozinha improvisada. A estrutura era simples, mas eficiente. Feita de madeira, consistia em um grande balcão central com prateleiras repletas de potes e utensílios. Panelas penduradas em ganchos, uma fogueira controlada para cozinhar, e uma mesa longa onde os clareanos se reuniam para as refeições. O chão era de terra batida, e as paredes de madeira estavam decoradas com flores silvestres que os clareanos encontravam e traziam para dar um toque de cor ao ambiente.

Hazel gostava de passar um tempo ali nas manhãs tranquilas, antes que todos acordassem. Havia algo de reconfortante na rotina da cozinha, no cheiro da madeira e no som da água fervendo. Ela acendeu a fogueira, aquecendo um pouco de água para preparar chá. Enquanto esperava, olhou ao redor, admirando o esforço coletivo que tinha transformado aquele espaço em um lar temporário.

Ela sabia que a paz daquele momento era fugaz, que em breve os outros clareanos acordariam e o tumulto do dia começaria. A caixa subiria novamente, e um novo garoto, chegaria amanhã, e Hazel estava curiosa para conhecê-lo. Mas por agora, ela se permitiu um momento de calma, saboreando a sensação de normalidade, mesmo que fosse apenas uma ilusão.

O céu estava agora mais claro, a clareira começando a despertar lentamente. Hazel terminou seu chá, sentindo o calor reconfortante espalhar-se pelo corpo. Sabia que precisava estar pronta para o que viesse, e, apesar do pesadelo que ainda a assombrava, sentiu-se preparada. Ela era uma Corredora, uma das melhores, e nada iria impedi-la de encontrar a saída do labirinto.