Em um mundo devastado pela doença conhecida como "Fulgo", Hazel se vê no centro de uma luta pela sobrevivência e pelo recomeço. Após anos de combate e desafios, Hazel, uma das líderes mais respeitadas do BRAÇO-DIREITI, carrega o peso de proteger não...
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤGALLY
Deixando a sala, eu me sentia desconfortável, uma inquietação me acompanhava enquanto a porta se fechava atrás de mim. Hazel havia deixado um recado sutil de arrependimento, mas havia algo em sua expressão que não parecia genuíno. Estava claro para mim que havia uma estratégia por trás de suas palavras, um jogo que eu não tinha certeza se queria ou podia entender. Isso me deixou mais desconfiado do que aliviado.
Voltei para as acomodações, onde, como sempre, esperava encontrar Liz. A familiaridade do lugar parecia um conforto perdido, algo que eu havia deixado para trás ao tentar me ajustar a novas dinâmicas e sentimentos. Ao abrir a porta, eu estava certo de minha suposição. Liz estava deitada sob a cama, o olhar fixo no teto, como se a única coisa que restava para ela era observar o vazio.
── Liz ── chamei, tentando fazer com que ela voltasse ao mundo ao nosso redor. Ela virou lentamente a cabeça para me encarar, e foi quando notei que seus olhos estavam avermelhados. O rubor nos olhos dela falava de lágrimas recentes, de um choro que ela havia tentado esconder.
Aquilo foi um soco no estômago. Eu não tinha a intenção de machucá-la, não da maneira que agora parecia evidente. O peso da culpa era esmagador, um peso que me fazia sentir que estava desmoronando a cada passo que dava em direção a ela. Fechei a porta atrás de mim e me sentei na cama, a cabeça pesada e cheia de palavras não ditas.
── Liz, eu... ── tentei começar, mas ela me interrompeu com a força de uma voz quebrada.
── Você prometeu que não faria isso ── disse ela, a dor clara em cada palavra. O olhar dela estava cheio de uma tristeza que eu não queria ver, mas era impossível ignorar.
── Eu sinto muito ── respondi, a culpa transbordando em minha voz.
── Por quê? ── Liz perguntou, a frustração em sua voz. ── Por que você quebrou a sua promessa? Por que quebrou a sua palavra?
Eu me senti impotente diante da pergunta. ── Não era minha intenção, Hazel começou isso. Mas eu também tenho culpa, porque cedi ── minha voz estava baixa, quase um sussurro, tentando encontrar uma explicação que não soasse como uma desculpa.
Liz se sentou na cama ao meu lado, sua presença ao meu lado um lembrete doloroso da confiança que eu havia traído. ── A verdade é que você nunca esqueceu Hazel, não é? Mesmo quando eu tentei preencher o vazio que ela deixou, você nunca parou de amá-la ── sua voz estava carregada de mágoa, e suas palavras cortaram fundo.
Eu tentei falar, negar a acusação, mas ela não me deu chance. Levantou-se e ficou em pé na minha frente, o olhar determinado e o corpo tenso com a tensão. ── Você não precisava fazer isso pelas minhas costas. Se você realmente sentia algo, deveria ter me dito. Eu entenderia. Mas quebrar a minha confiança foi a pior traição de todas.
