𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘-𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓

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── Acho que é por aqui ── disse Brenda, seguindo por um dos lados

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── Acho que é por aqui ── disse Brenda, seguindo por um dos lados.

── Acha? ── questionou Thomas, mas ainda assim, eu e os outros dois seguimos Brenda, mesmo sem saber se ela estava certa ou não.

Eu iluminava cada canto com minha lanterna, sentindo o medo pulsar no meu peito à medida que avançávamos. A ideia de encontrar um Crank a qualquer momento era apavorante. Caminhava lado a lado com Matteo, que parecia tranquilo, ou pelo menos tentava parecer.

── Mora gente aqui? ── perguntou Thomas, a irritação crescendo dentro de mim com suas perguntas frequentes. Talvez fosse a tensão do momento que me fazia sentir assim.

── As tempestades solares forçaram as pessoas ao subsolo ── explicou Brenda. Matteo entrou na conversa, complementando: ── Jorge diz que há acampamentos por todos esses túneis.

Thomas assentiu, compreendendo o que haviam dito. ── Mas me conta do Jorge, ele é pai de vocês? ── perguntou.

── Quase isso ── respondeu Matteo. ── A verdade é que não sei o que ele é. Sempre esteve ao nosso lado. E nós sempre fazíamos o que ele pedia, por mais burrice que fosse ── falou Brenda.

── Acha que o Braço Direito não é real? ── perguntou Thomas, olhando para Brenda.

Brenda ia responder quando ouvimos um som estranho, mas distante, que nos fez virar para encarar o vazio. Não havia nada, então voltamos a caminhar, mantendo o foco à frente.

── Eu acho que esperança é uma coisa perigosa ──  retomou Brenda, dizendo. ── Esperança já matou mais amigos meus que o Fulgor e o deserto juntos. Só achei que o Jorge fosse mais inteligente.

Ouvi atentamente a conversa entre eles. Com a voz calma, eu disse. ── Na verdade, Jorge foi inteligente.

Brenda me encarou, surpresa. Continuei, esclarecendo. ── Antes de nos enfiarmos na merda em que estamos agora, tivemos uma conversa com Jorge. Eu expliquei a ele que fazia parte do Braço Direito, que os ajudei. Sim, a esperança é perigosa, mas é muito valiosa quando se sabe que tem uma chance com ela por perto.

── Você fazia parte do Braço Direito? ── perguntou Brenda, sua voz carregada de descrença.

── Sim ── respondi firmemente. ── Fui uma das pessoas que ajudaram a organizar as fugas e a proteger os jovens. Jorge sabia disso e sabia que, se conseguisse nos levar até o Braço Direito, teríamos uma chance real.

── Então, você realmente acredita que o Braço Direito pode nos ajudar? ── questionou Brenda, seu tom mais suave.

── Acredito ── afirmei. ── A esperança pode ser perigosa, mas é uma força poderosa. E temos algo pelo que lutar, algo que vale a pena.

Brenda permaneceu em silêncio por um momento, processando minhas palavras. ── Espero que você esteja certa ── disse finalmente. ── Porque se não estivermos, não sei quanto tempo mais conseguiremos sobreviver.

𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐀𝐁𝐘𝐑𝐈𝐍𝐓𝐇 Onde histórias criam vida. Descubra agora