𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐎𝐑𝐓𝐘

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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤGALLY

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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤGALLY


Desde o momento em que vi Hazel novamente, desde o instante em que praticamente a sequestrei, algo em mim se contorceu. Era como se cada fibra do meu ser rejeitasse a ideia de estar perto dela, mas ao mesmo tempo, eu não conseguia me afastar. A cada olhar que trocávamos, meu sangue fervia, e as lembranças daquele dia, quando saímos do labirinto, vinham à tona. A visão de Hazel me apunhalando com aquele maldito facão, cravando-o fundo em meu peito, era uma memória que queimava, uma cicatriz que jamais desapareceria.

Após ser resgatado e tratado, cada dia que passava era um lembrete da dor que Hazel havia me causado, tanto emocional quanto física. A ferida em meu corpo havia cicatrizado, mas a dor em minha alma não. Cada vez que meus olhos encontravam os dela, era como se uma raiva surda subisse por minha garganta, um rancor tão profundo que mal conseguia esconder.

Lembro-me de como tudo isso começou. De como não fui escolhido pela pessoa que mais amava, de como fui tratado como se não fosse importante. Hazel, a única garota com quem eu um dia sonhei em ter muito mais, me descartou como se eu não fosse nada. E agora, com ela tão perto, a mágoa que guardava se transformava em uma barreira intransponível entre nós.

Enquanto caminhávamos pelo esgoto, liderando o caminho com Hazel, Thomas e Newt logo atrás, eu tentava manter a calma. Cada passo que dava, cada movimento que fazia, estava consciente da presença dela, tão perto e, ao mesmo tempo, tão distante.

── Fiquem perto de mim. Ainda estamos longe ── murmurei, minha voz ecoando nas paredes úmidas e fétidas. O cheiro era horrível, algo que Thomas e Newt prontamente reclamaram. Mas para mim, era apenas mais uma camada do inferno em que vivíamos.

Hazel estava um pouco mais atrás de mim. Podia sentir seu olhar, como uma chama que me queimava a nuca. Eu sabia que ela queria conversar, que queria resolver o que quer que fosse que ainda pairava entre nós. Mas eu não podia. Não conseguia.

── Não gosto do subterrâneo ──ela disse, tentando iniciar um diálogo. ── Da última vez, quase morri por um grupo de Cranks com a mutação avançada. ── Ela olhou rapidamente para Thomas, que apenas balançou os ombros.

── Você se acostuma. Já passei por coisas piores. ── respondi com um tom de indiferença, sem me virar para olhar para ela. A frieza na minha voz era um reflexo do que sentia por dentro, uma barreira que não permitia que ela se aproximasse mais do que o necessário.

Continuamos andando em silêncio. Cada passo parecia mais pesado, cada respiração mais difícil. Tentei me concentrar no objetivo, em levar Thomas e Newt até o outro lado, mas a presença de Hazel era uma distração constante. Era um lembrete vivo de tudo o que eu havia perdido, de tudo o que havia sofrido.

Eu sabia que estava sendo injusto. Sabia que minha frieza e indiferença eram uma reação exagerada, uma forma de proteção. Mas não podia evitar. Hazel representava tudo o que eu tinha de mais doloroso em meu passado, e agora, com ela tão perto, era impossível não deixar que essas emoções transparecessem.

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