𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐈𝐅𝐓𝐘-𝐒𝐈𝐗

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Já estava escuro quando terminei o banho e me vesti com roupas quentes e confortáveis

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Já estava escuro quando terminei o banho e me vesti com roupas quentes e confortáveis. A sensação da água quente contra minha pele ainda era uma lembrança vívida, mas o alívio que ela trouxe parecia distante agora que eu estava de volta à minha tenda. Sentei-me na cama, as pernas dobradas contra o peito, os braços abraçando os joelhos enquanto olhava para o vazio.

Não tinha vontade de sair dali, nem para comer, nem para ver ninguém. O mundo parecia distante, como se o som das vozes do acampamento e o murmúrio do mar estivessem separados por uma barreira invisível. Tudo dentro de mim estava pesado, um cansaço que ia além do físico, que se enraizava na alma.

Eu me permiti um suspiro longo, exausto, antes de ouvir um som suave vindo da entrada da tenda. Movi os olhos, e não demorou muito para que a figura de Brenda surgisse, parada ali com uma expressão hesitante.

── Posso entrar? ── perguntou ela, a voz baixa e gentil, quase como se tivesse medo de perturbar a quietude que eu tentava desesperadamente preservar.

Assenti, fazendo um gesto vago com a mão para que ela entrasse. Brenda não disse mais nada enquanto entrava, fechando a aba da tenda atrás de si antes de caminhar até a cama onde eu estava. Senti a estrutura da cama ceder levemente sob o peso dela quando se sentou ao meu lado, o calor de sua presença quase palpável. Assim como eu, ela havia tomado banho e estava vestida com roupas limpas, seus cabelos ainda úmidos caindo sobre os ombros.

Brenda não me olhou de imediato. Ficou ali, sentada ao meu lado, com as mãos no colo, respirando devagar como se estivesse se preparando para algo que não queria enfrentar. Quando finalmente virou o rosto na minha direção, vi os olhos dela brilhando com lágrimas contidas, aquelas que se recusavam a cair, mas que estavam ali, à beira, esperando um único momento de fraqueza para escorrerem.

── Sinto falta dele ── disse Brenda, sua voz se quebrando ao final, como se as palavras fossem pedras pesadas saindo de sua garganta.

Fechei os olhos com força, sentindo uma lágrima quente escorrer pelo meu rosto mais uma vez naquele dia. Era um peso que eu conhecia bem, uma dor que ecoava na minha própria alma.

── Sinto muito por não conseguir trazê-lo de volta ── murmurei, minha voz mal passando de um sussurro, carregada de culpa e pesar.

Brenda balançou a cabeça, um sorriso triste se formando em seus lábios, ainda que a dor estivesse evidente em cada traço de seu rosto.

── Não foi sua culpa, Hazel. Matteo... ele tinha esse jeito protetor, sempre achando que podia cuidar de todo mundo.

Um riso amargo escapou dos meus lábios. Matteo sempre tinha uma piada pronta, uma tentativa de flerte disfarçada de brincadeira. Eu sentia falta disso, da leveza que ele trazia, do jeito como ele fazia parecer que, mesmo no pior dos momentos, ainda havia algo para rir.

── Ele tinha mesmo ── concordei, minha voz embargada pela emoção. ── Sinto falta das graças dele... dos flertes.

Brenda sorriu através das lágrimas, que finalmente começaram a escorrer livremente por seu rosto. Ela olhou para mim, os olhos inchados, mas ainda mantendo aquela tristeza serena.

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