𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘

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Os pensamentos turvos me consumiam enquanto caminhávamos

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Os pensamentos turvos me consumiam enquanto caminhávamos. Brenda estava infectada, e, mesmo sabendo que não era culpa minha, a sensação de responsabilidade pesava em meus ombros. Sentia que precisava de um momento para mim, longe de todo esse drama, para organizar minha mente e encontrar alguma clareza.

Afastada do trio, observava-os à frente, sentindo-me dividida. Os sentimentos conflitantes se aglomeravam dentro de mim, revelando o quanto eu havia mudado desde o início. Cada decisão errada que tomei, cada escolha impulsiva, parecia me levar a um ponto de não retorno. Havia deixado de lado aqueles que amava por algo tão fútil quanto uma pessoa que mal conhecia. A imprudência de minhas ações agora era evidente, e a realidade de minhas escolhas me atingia com força.

Continuamos andando pela rua até o final, atravessando um portão enferrujado. O que vi do outro lado parecia uma ilusão. Havia pessoas vivendo ali, em meio aos prédios destruídos. Barricadas improvisadas, carros transformados em casas, tendas espalhadas por todos os lados. Era uma visão surreal de sobrevivência.

── Tentem passar despercebidos ── disse Brenda, e eu assenti, sentindo o peso dessa missão. Enquanto caminhávamos, passei por um grupo de pessoas cozinhando suas refeições. O cheiro de comida atingiu minhas narinas, fazendo minha barriga roncar de fome. Precisávamos de ajuda, e eu esperava que Marcus pudesse nos fornecer o que precisávamos.

Finalmente, chegamos a um edifício imponente com uma enorme fachada vermelha que dizia "ZONA A". Era um prédio branco, com pilastras e detalhes arquitetônicos que remetiam a tempos antigos. Muitas pessoas estavam ali, encostadas, conversando, algumas visivelmente embriagadas, outras apenas cansadas.

── Tem certeza que é aqui mesmo? ── Thomas questionou, olhando para a entrada do edifício.

── Vieram pra festa? ── Uma voz feminina surgiu atrás de mim, fazendo-me virar rapidamente junto com os outros. Era uma mulher loira, com um olhar desafiador e um sorriso enigmático.

── Não, procuramos o Marcus. É aqui que ele mora, não é? ── Brenda respondeu com firmeza, sua voz quase desafiadora.

Mantive um olhar desconfiado fixo na mulher à minha frente, analisando-a de cima a baixo. Seus cabelos loiros e olhos intensamente azuis exalavam um ar de quem conhecia bem aquele lugar. A postura confiante dela irradiava um misto de perigo e familiaridade.

── É aqui que eu moro ── uma voz masculina soou alto, atrás de nós, fazendo-nos virar para encontrar um homem de postura altiva, com um copo de bebida em mãos. Ele estava encostado no batente da porta, um sorriso enigmático brincando nos lábios.

Era Marcus. O mesmo que buscávamos. Sua aparência era imponente, com cabelos curtos e olhos penetrantes, uma barba por fazer que conferia um ar rústico e selvagem. Ele usava uma jaqueta vinho escura, que contrastava com o branco imaculado do prédio, e seus olhos nos percorriam com um misto de curiosidade e desafio.

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