𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘-𝐅𝐎𝐔𝐑

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A cada passo que dávamos, a cidade ficava mais para trás, as ruínas sendo engolidas pela distância crescente

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A cada passo que dávamos, a cidade ficava mais para trás, as ruínas sendo engolidas pela distância crescente. Agora, subíamos uma duna de areia, enfrentando a dificuldade de nossos pés quererem deslizar para baixo a cada avanço. A areia fina e traiçoeira parecia determinada a nos puxar de volta, mas nós persistíamos.

── Mais um pouco, gente ── dizia Thomas, tentando nos animar com a longa caminhada que ainda tínhamos pela frente. Sua voz era um alívio em meio ao silêncio opressivo do deserto.

Quando finalmente chegamos ao topo da duna, paramos, ofegantes. Olhamos para o horizonte, onde o deserto se estendia infinitamente, um mar de areia sem fim. Mas nossos olhares iam além da areia à nossa frente. Thomas apontou para as montanhas que surgiam a quilômetros de distância, parecendo quase impossíveis de alcançar.

── Aquelas montanhas, só podem ser elas ── disse Thomas, sua voz carregada de uma esperança teimosa. ── É pra lá que vamos. ─

Coloquei a mão na cintura, sentindo o cansaço e o suor começando a aparecer, fazendo meus cabelos grudarem na pele. ── Ainda tá longe ──disse Newt, expressando o pensamento de todos nós.

── Então é melhor começarmos logo ── respondeu Thomas, determinado.

Desviei meu olhar para Winston ao meu lado, vendo-o tirar a bolsa das costas e segurá-la nas mãos. Ele parecia ainda mais fraco, e quando tentou dar o primeiro passo, suas pernas falharam e seu corpo caiu na areia, deslizando um pouco para baixo. Todos nos assustamos e corremos até ele.

── Winston! ── chamaram todos em uníssono, a preocupação evidente em suas vozes. Ajoelhei-me na areia, ficando ao lado de Winston e segurando a rosto dele com cuidado.

── Ele se machucou feio ── disse Minho, enquanto todos nos juntávamos ao redor de Winston, que não respondia e parecia ter dificuldade para respirar.

── O que vamos fazer? ── perguntou Teresa, sua voz carregada de desespero. Thomas não respondeu imediatamente, levantando-se e olhando à nossa frente, perdido em pensamentos.

Coloquei a mão na testa de Winston, sentindo a febre e o tremor que dominavam seu corpo. Estava muito pior do que antes. Precisávamos fazer algo, e rápido. Então, uma ideia surgiu em minha mente. ── Vamos improvisar uma maca para colocar Winston e puxá-lo ── sugeri, a urgência em minha voz movendo os outros à ação.

Todos concordaram. Usamos duas varas resistentes que encontramos nos escombros, enrolamos os cobertores que tínhamos ao redor delas e amarramos firmemente com cordas improvisadas. O resultado foi uma maca rudimentar, mas funcional. Enquanto os garotos trabalhavam, fiquei ao lado de Winston, limpando seu rosto com um pano úmido, tentando amenizar seu desconforto.

Quando a maca estava pronta, os garotos colocaram Winston com cuidado sobre ela. Caçarola e Minho seguraram um em cada ponta, certificando-se de que estava firme. Todos se olharam e assentiram, prontos para continuar. Eu fiquei mais atrás, para ficar de olho em Winston.

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