ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ5 ANO DEPOS;Os anos passaram como uma brisa suave, quase imperceptível, mas seu impacto estava gravado em cada estrutura, em cada rosto, e no próprio solo onde construímos nossas vidas. O acampamento, que outrora fora um refúgio precário e temporário, cresceu e se fortaleceu com o tempo. As tendas e cabanas de madeira deram lugar a construções mais robustas, feitas de pedra e metal, capazes de resistir às intempéries e às ameaças que, um dia, foram constantes. As muralhas, uma vez frágeis e inseguras, agora se erguiam imponentes, protegendo não apenas aqueles que haviam lutado para sobreviver, mas também uma nova geração que crescia em meio à paz e à segurança.
Crianças corriam por todo lado, suas risadas ecoando pelos caminhos de predras estreitas e cheias de vida. Era um som que eu nunca me cansava de ouvir. O contraste entre o presente e o passado era gritante; onde antes reinava o silêncio tenso, agora havia uma harmonia quase palpável. O acampamento, nosso lar, era um lugar onde as feridas antigas estavam cicatrizando, onde as memórias de dor eram suavizadas pela visão de um futuro que, por tanto tempo, parecia impossível.
Eu havia me tornado uma líder respeitada, mas não por causa de títulos ou autoridade, e sim pelo amor e dedicação que nutria por cada pessoa sob meu cuidado. Lutava por cada um deles com a mesma ferocidade de quem protege um ente querido, porque, no fundo, era exatamente o que eles eram. Mas havia uma pessoa pela qual eu lutava com ainda mais intensidade, uma pessoa que era o centro do meu mundo: meus filhos.
Enquanto eu observava o acampamento fervilhar de vida, meus olhos se fixaram em Gally, que estava a poucos metros de mim. Ele estava com Liv, nossa garotinha de três anos, nos braços. Seus olhos verdes brilhavam de alegria enquanto ele a rodopiava no ar, arrancando dela gargalhadas sinceras e contagiantes. A cena era de uma ternura tão pura que, por um momento, esqueci-me de tudo ao redor. Gally parecia imerso em um mundo só deles, onde nada mais importava além do som da risada de nossa filha e da luz que irradiava de seus olhos.
Aproximei-me, sorrindo enquanto assistia a cena, e virei minha atenção para o pequeno rapazinho que estava em meus braços. Matteo, o nome que dei em homenagem a um amigo que jamais será esquecido, fitava-me com seus grandes olhos curiosos. Seus cabelos loiros, suaves como seda, estavam um pouco desarrumados pela brincadeira anterior. Acariciei suas bochechas rosadas e o beijei com carinho, sentindo uma onda de amor avassalador me envolver. Matteo era a prova viva de que, mesmo após tudo o que enfrentamos, a vida podia florescer. Ele era meu orgulho, meu coração em forma de gente.
Liv e Matteo não eram apenas nossos filhos; eram a personificação da esperança, o símbolo de que algo belo e puro podia nascer mesmo das circunstâncias mais sombrias. E, juntos, Gally e eu nos tornamos mais fortes, mais unidos. A chegada dessas pequenas vidas nos moldou de maneiras que jamais poderíamos ter imaginado. E não éramos os únicos a sentir essa transformação.
Brenda e Thomas, por exemplo, se encontraram de uma forma inesperada. No início, parecia improvável que acabassem juntos, mas a vida tem suas maneiras de surpreender. Eles se envolveram, encontrando um no outro a força e a compreensão que precisavam para superar as cicatrizes do passado. Outros casais, igualmente improváveis, surgiram ao longo dos anos, e, com isso, uma nova geração começou a se formar. Crianças nascidas do amor, não da sobrevivência, mas da continuidade de vidas que se recusaram a desistir.
Todos os dias, eu me levantava com um propósito claro. Não era mais apenas sobre sobreviver, mas sim sobre viver plenamente, para minha família e para todos que depositavam em mim sua confiança. As lutas, os medos e as perdas estavam gravados em minha alma, mas agora, havia algo mais. Havia uma alegria silenciosa, um contentamento que me impulsionava a cada novo amanhecer.
Enquanto o sol começava a se pôr, tingindo o céu de um laranja profundo, observei Gally com Liv nos braços e Matteo aninhado contra meu peito. O mundo ao nosso redor era um lugar diferente agora, e nós, também, éramos diferentes. Havíamos construído algo que valia a pena lutar, algo pelo qual vale a pena viver. E sabia que, enquanto houvesse amor e esperança em nossos corações, sempre encontraríamos uma maneira de seguir em frente.
Ao olhar para o futuro, sentia-me em paz. O acampamento crescia, nossos laços se fortaleciam, e a promessa de um novo amanhã brilhava em cada olhar, em cada sorriso. Estávamos vivos, estávamos juntos, e isso era tudo o que importava.
NOTA DA AUTORA:
Queridos leitores,Chegar ao final dessa jornada foi uma experiência profundamente emocionante, tanto para mim quanto, espero, para vocês. Escrever essa história foi mais do que apenas criar personagens e cenários; foi explorar emoções, desafios e, acima de tudo, a resiliência do espírito humano. Acompanhar Hazel e todos os outros até este ponto foi uma honra e um privilégio.
Gostaria de agradecer a cada um de vocês que embarcaram nessa aventura comigo. Suas leituras, seus comentários e, especialmente, o tempo que vocês dedicaram a esse universo, significam mais do que palavras podem expressar. Cada página escrita foi com a esperança de que, em algum momento, vocês encontrassem uma conexão, uma emoção ou um pensamento que ressoasse em seus corações.
A jornada de Hazel, Gally, e seus companheiros foi cheia de altos e baixos, de perdas e ganhos, mas sempre guiada por uma luz de esperança e amor.
Meu mais sincero agradecimento a todos vocês. Espero que tenham encontrado algo especial nesta história e que ela continue com vocês, assim como esses personagens continuarão comigo. Que cada um de nós possa encontrar sua própria fortaleza, sua própria Hazel interior, pronta para enfrentar o mundo com coragem e compaixão.
Com gratidão,
Walkingkx
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𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐀𝐁𝐘𝐑𝐈𝐍𝐓𝐇
FanfictionEm um mundo devastado pela doença conhecida como "Fulgor", Hazel se vê no centro de uma luta pela sobrevivência e pelo recomeço. Após anos de combate e desafios, Hazel, uma das líderes mais respeitadas do BRAÇO-DIREITI, carrega o peso de proteger nã...