𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐎𝐑𝐓𝐘-𝐎𝐍𝐄

510 46 1
                                    

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤHAZEL PAIGE

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤHAZEL PAIGE

O trajeto inteiro foi um silêncio, mas meus pensamentos eram um turbilhão de emoções conflitantes. Cada passo que dava naquele subsolo frio e úmido, cada som de nossos passos ecoando nas paredes de concreto, parecia amplificar o caos dentro de mim. Os sentimentos estavam ainda mais bagunçados pelo ocorrido minutos atrás. Ouvir Gally dizer que tinha outra pessoa foi como um golpe direto no peito, um soco inesperado que me deixou sem ar.

Senti como se algo se quebrasse dentro de mim, um pedaço do meu coração que eu nem sabia que ainda existia. Eu queria gritar, chorar, confrontá-lo, mas ao invés disso, vesti minha capa de indiferença. Era um modo que eu havia adquirido para proteger a mim mesma quando as situações se tornavam insuportáveis. Uma fachada de calma que escondia a tempestade interna.

A complexidade dos meus sentimentos naquele momento era esmagadora. Parte de mim queria entender, queria perdoar e deixar o passado para trás. Outra parte estava furiosa, não só com Gally, mas comigo mesma, por ainda me importar tanto. Cada lembrança, cada momento compartilhado, parecia uma faca afiada, cortando fundo. Eu queria não sentir nada, mas a dor era inevitável.

Depois de um tempo que pareceu uma eternidade, finalmente chegamos ao final daquele subsolo. Uma escada íngreme levava para cima, e Gally foi o primeiro a subir, retirando a tampa que bloqueava a saída. Os garotos seguiram em fila, e eu fui a última, tentando ordenar meus pensamentos enquanto subia. A luz do sol era uma bênção após a escuridão sufocante, mas a claridade também expunha todas as minhas vulnerabilidades.

Colocamos a tampa de volta e olhamos em volta. Estávamos em um corredor estreito, com equipamentos e caixas de alta tensão mais à frente. Antes de prosseguirmos, Gally se virou para mim e apontou para minha katana.

— Vai ter que deixar escondida aqui, Hazel. Vão achar estranho — disse ele, a voz fria.

Eu o olhei, sentindo a raiva borbulhar sob a superfície.

— Não posso deixar — respondi, apertando o cabo da katana.

— Então a ideia de passarmos despercebidos não vai funcionar — ele completou, a voz carregada de irritação.

Bufei, irritada, e tirei a katana, encostando-a na parede com relutância.

— Satisfeito? — murmurei, mais para mim mesma do que para ele.

Retomamos o caminho, seguindo até o final do corredor. Paramos em frente a uma porta metálica azul, e Gally abriu uma fresta, sondando o que havia do outro lado. Satisfeito com o que viu, ele saiu, misturando-se com as pessoas do lado de fora. Thomas, Newt e eu seguimos o exemplo dele, tentando parecer o mais normais possível.

O lugar estava agitado, uma estação movimentada com pessoas indo e vindo. Eu observei ao redor, tentando captar cada detalhe sem chamar atenção. Uma voz soava pelo lugar, um anúncio mecânico e impessoal.

𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐀𝐁𝐘𝐑𝐈𝐍𝐓𝐇 Onde histórias criam vida. Descubra agora