Capítulo 30

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Deixo o celular cair sobre o tapete, levo a mão no peito e respiro fundo. Loran acabou de abrir a janela do meu quarto e pular dentro do meu quarto

— que merda você está fazendo aqui?

— você sempre deixa a janela entreaberta.

— é assim que sabe tanto sobre mim?

Ele dá de ombros e fecha a janela.

— não me respondeu. — me agacho para pegar o celular — o que está fazendo aqui? — me levanto e o olho.

— prometi cuidar de você. — Olha ao redor e depois para mim.

— eu estou bem, já pode ir embora. — Jogo o celular na cama.

— um coração partido pode ser mais perigoso do que levar um tiro de bala de prata.

Arqueio o lábio superior, o encaro e digo:

— você não é legal assim.

— isso quer dizer que eu não posso tentar ser legal?

— você me castigou com chicote de couro cheio de visco. — o lembro.

— e o castigo foi bem eficaz. — seu olhar penetra o meu e ele morde o lábio inferior rapidamente.

Fico sem resposta, Loran olha para o papel enrolado em cima da cama, se aproxima dele, caminho rápido tentando o impedir de pegar, mas ele o pega antes de mim abrindo-o em seguida.

Não consigo ver seu rosto atrás da folha, ele analisa o desenho por alguns segundos, seu rosto aparece na lateral, em seguida ele enrola o desenho de novo e diz:

— voltou a desenhar?

Tomo o desenho da sua mão.

— isso é pessoal. — Jogo o desenho na cama — sabe o que isso significa? — o encaro — significa que você não pode ficar entrando no meu quarto vasculhando minha vida e mandar pessoas me seguirem.

— e de que outro jeito eu te conheceria e ficaria de olho em você ao mesmo tempo?

— perguntando para mim. — respondo como se fosse óbvio.

Loran me encara, seus lábios se abrem para dizer algo, mas ouço a voz da minha mãe primeiro.

— Isabelli Jensen.

Ouço um risinho vindo de Loran e ele sussurra:

— você está ferrada.

Mostro a língua para ele e saio do quarto.

Pelos passos determinados da minha mãe caminhando no corredor em minha direção tenho certeza de que ela está brava. Olho para trás, fecho a porta do quarto e caminho de encontro a ela.

— mãe! — digo quando a encontro no meio do corredor — o que foi?

— o que foi? — me encara — o que foi que Thomas me ligou dizendo que você foi assaltada e que eu estou tentando falar com você desde ontem. — grita — onde você estava?

Continuo caminhando em direção a cozinha, preciso tirar ela de perto do meu quarto. Minha mãe me segue, abro a geladeira pegando um suco, pego um copo no armário, me sirvo, guardo o suco de volta na geladeira, tomo um gole e digo:

— eu estava com Loran, ele me levou até o hospital e acabei dormindo na casa dele. — Tomo outro gole.

Minha mãe apoia as mãos no balcão, seus olhos estão semicerrados olhando para mim e ela diz:

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora