Capítulo 48

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Acordo com os olhos pesados, os abro aos poucos, o sol ainda está iluminando o quarto deixando um fecho de luz bem na poltrona ao lado da cama onde Loran está sentado me olhando.

— bom dia. — ele sorri.

Sorrio, me sento na cama, o olho e pergunto:

— ainda não anoiteceu? Parece que dormi horas. — me levanto.

— já amanheceu.

Arregalo os olhos, olho para fora pela janela e depois para ele.

— está me dizendo que dormi a tarde e a noite inteira?

Ele assente com a cabeça e se levanta.

O olho dos pés à cabeça, adoro seu estilo, calça social combinando com a camisa social preta com as mangas dobradas até os cotovelos, sapatos sociais, a barba sempre feita e seu olhar sorridente que não deixa de ser arrogante.

— merda! Preciso ir para escola. — Me viro em direção a porta, mas ele segura meu pulso me trazendo contra ele.

Loran segura meu rosto com as duas mãos as escorregando lentamente até minha nuca, seus olhos me devoram, olho para sua boca próxima a minha, depois o olho e digo:

— não escovei os dentes.

Seus lábios tocam nos meus enquanto ele mantém a conexão dos nossos olhares, sua língua adentra minha boca e sinto o sabor de hortelã de uma bala que ele deixa em minha língua se afastando em seguida.

Prenso os lábios, brinco com a bala na minha boca e seguro seu rosto o trazendo para perto de mim de novo o beijando em seguida.

Fecho os olhos, sua língua adentra fundo na minha boca e quem precisa de café da manhã com um beijo intenso desse? Mas, me obrigo a tocar seu peitoral, o empurrar e dizer:

— preciso ir. — Mordo o lábio inferior.

Ele assente com a cabeça, eu sorrio e saio do quarto indo até o meu no terceiro andar onde troco de roupa antes de ir para escola.

Os mesmo olhares e cochichos de ontem estão se repetindo hoje e eu não me importo. Daqui alguns anos todas essas pessoas vão morrer e vou continuar aqui jovem e bela.

Sigo para a aula de artes, olho para a cadeira ao lado da minha onde Thomas costuma se sentar, mas está vazia. Volto o olhar para a folha em minha frente onde comecei a desenhar a nossa cidade como a professora pediu a não ser quantas aulas atrás e começo fazer as sombras dos prédios refletindo no riacho que corta a cidade quando a senhora Johnson abaixa os óculos com armação quadrada para ponta do nariz, coloca uma mão na cintura e diz:

— está atrasado Thomas Barker.

Não consigo evitar e olho para trás.

Thomas acabou de entrar com uma folha na mão, caminha em direção a senhora Johnson, lhe entrega o papel, ela começa a ler e ele diz:

— estou saindo da sua aula.

Vira de costas para ela, eu continuo o olhando segurando a ponta do lápis no papel, mas ele não me olha e passa reto por mim como se eu não estivesse aqui.

Sinto vontade de me levantar no mesmo instante, mas me contenho e volto a desenhar. Porém, olho de canto de olho para o desenho em que Thomas veio trabalhando durante as aulas e vejo o hotel Meraki desenhado no centro da folha. Chacoalho a cabeça e volto a focar no meu desenho ignorando as batidas do meu coração que pulam em meu peito.

Encontro Julia no almoço, ela e Ryder estão planejando a viagem de férias, aparentemente desistiram do ano sabático e já estão planejando conseguir um trabalho quando estiverem na faculdade para poderem pagar o casamento.

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora