Capítulo 43

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Assim que saio de casa vejo Loran encostado na porta do carro com os braços cruzados e os descruza assim que me vê.

Ele está usando uma calça social cinza, uma camisa social branca e um paletó da mesma cor da calça sem gravata o que lhe dá um charme muito, mas, muito sedutor, ou deve ser seu cabelo e barba sempre impecáveis, ou as veias sobressaltadas das suas mãos, ou talvez seja o conjunto inteiro da obra.

Ajeito meu vestindo o descendo conforme caminho até o carro, Loran abre a porta quando me aproximo e seus olhos percorrem meu corpo quando paro em sua frente.

Entro no carro, tento abaixar mais uma vez meus vestido quando me sento, Loran entra, dá partida e quando já estamos em movimento diz:

— precisa estar tão bonita? — não me olha enquanto fala.

Minhas bochechas queimam, cubro minhas coxas com a bolsa e o olho de canto.

Não sei o que falar.

— vão pensar que eu paguei para você estar com você. — me olha.

Meu coração dispara, no último mês me mantive longe de Loran e quando estou perto dele me lembro como a corda que nos une aperta seu nó.

Limpo a garganta e o encaro.

— isso é um elogio? — Mantenho meu olhar fixo no dele.

— o maior. — Seus olhos não deixam o meu enquanto ele dirige — quer dizer que vão achar que você é demais para mim.

Minha respiração acelera, não sei o que responder.

Ele sorri de canto, olha para frente e diz:

— finalmente calei sua boca.

Rio.

— queria que calasse de outro jeito. — Levo a mão na boca.

Puta merda! Eu realmente disse isso em voz alta?

Ele me olha de novo ainda com o mesmo sorriso de canto nos lábios.

— já te falei se eu te beijar não vai querer só isso.

Mordo o lábio inferior.

— ficarei decepcionada se isso não acontecer.

Loran me olha um tanto incrédulo, freia o carro quase encostando no carro da frente parado no sinal vermelho e diz:

— ficarei? — Semicerra o olhar — por que colocou isso no futuro como se fosse acontecer?

Sorrio, olho para suas mãos no volante, o olho e digo:

— você também quer e o fato de você nunca falar do que aconteceu nesse carro aquela noite mostra isso. — Sustento meu olhar no dele.

Loran olha para todas as direções menos para mim, o sinal abre, ouço buzinas, ele sai com o carro, olha para frente e diz:

— tem um mês.

— um mês?

— que você não bebe sangue, tem um mês. — me olha — está tomando outro sangue e não me contou?

Só agora percebi que consegui ficar um mês sem tomar sangue, o mês em que passei mais tempo com Thomas, o mês que mais me senti humana, o mês que eu quero que dure para sempre.

— estou comendo mais proteína como você me disse. — minto.

Loran para em frente a um restaurante com um toldo marrom em frente a portas de vidro, um chofer abre a porta para mim, desço, Loran entrega a chave para ele, entrelaça seu braço no meu e adentramos as portas de vidro que dão de frente a um balcão de recepção com uma mulher atrás dele atendendo os clientes na fila, mas não ficamos nela. A mulher apenas sorri para Loran e diz:

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora