Hoje é o dia do jantar do noivado de Brida e Dylian, ela está aqui se arrumando na casa de Natalie e eu estou a uma hora indecisa se ofereço ou não ajuda.
Quer dizer, mal as conheço, mas Natalie está me deixando ficar na sua casa e Brida sempre foi gentil comigo.
Merda, merda, merda.
Pareço uma criança no primeiro dia de aula.
Abro a porta do quarto e sigo até o quarto de Natalie no segundo andar.
Bato na porta antes de abrir e quem vejo primeiro é Natalie que estava sorrindo, mas assim que me vê não está mais.
— vim ver se precisavam de ajuda, mas pelo visto não. Você está linda. — Olho para Brida em um vestido branco acima dos joelhos e uma sandália bege com tiras nos tornozelos.
— obrigado. — Brida sorri — você sabe que por ir conosco.
Sorrio com o convite.
— acho melhor eu ficar. — Continuo sorrindo e saio.
Passo por Adam na sala e não posso deixar de notar como ele está ainda mais bonito.
Quer dizer ele não está vestindo nada demais, uma calça jeans preta, um camisa polo verde militar e um tênis preto, mas, sei lá, talvez seja o conjunto da obra?
Ele é alto, deve ter com certeza mais de um e oitenta, sua pele é morena em um tom médio, ele é musculoso, seus olhos são castanhos escuros, o cabelo preto sempre está em um corte militar, seus traços são fortes e a cicatriz em sua bochecha só o deixa ainda mais másculo.
Preciso disfarçar meu olhar para ele quando o vejo sorrindo para mim e sigo para o quarto.
O que eu estou pensando?
Fecho a porta e me encosto nela.
Puta merda, ele nunca me olharia assim, quer dizer a Natalie é estupidamente bonita com seus olhos puxados, com certeza de descendência indígena, sua pele morena clara, seu corpo ampulheta e seu cabelo preto liso, sem contar nos traços delicados do seu rosto.
Ouço batidas na porta o que me faz correr até a cama e pegar o livro que eu havia deixado aberto sobre ela.
A porta se abre, finjo estar lendo e olho para cima.
Adam está com o ombro encostado no batente da porta com os braços cruzados me olhando.
— tem certeza que vai ficar bem?
Abaixo o livro.
— eu vou ficar bem.
— qualquer coisa me liga.
O olho confusa, ele sabe que não tenho celular, ele empresta o dele para que possa ligar para minha mãe.
Ele leva a mão no bolso de trás da calça e quando volta com a mão para frente está com um celular na mão.
— já anotei meu número. — Estica o celular em minha direção.
Me levanto, pego o celular e digo:
— tá bom. — Sorrio — se divirta.
Ele fica parado em minha frente sorrindo com a porra dos olhos para mim e isso faz meu coração disparar dentro do meu peito, e esses segundos parecerem uma eternidade.
Ele aponta com o polegar para trás de si, sorri e diz:
— preciso ir.
Assinto com a cabeça.
Ele continua sorrindo e me olhando e só depois de muitos consideráveis segundos sai.
Seguro o celular contra o peito, acho que meu coração vai saltar para fora do peito.
Respiro fundo tentando controlar a euforia, deixo o celular sobre a cama e sigo para a cozinha beber um copo de água.
Abro a geladeira ao lado esquerdo da bancada centralizada no meio dos armários, pego uma garrafa de água e meus olhos se fixam no frango dentro de um prato.
Não comi nada desde que cheguei aqui, só bebo sangue e não tenho tido fome, mas talvez seja a hora de voltar a tentar comer.
Pego o frango, assado, e o coloco sobre a bancada. Abro os armários em busca de um prato, acho e depois vasculho as gavetas em busca de uma faca e um garfo.
Depois que acho me sento em uma das banquetas espalhadas pela extensão da bancada e como lavando a louça em seguida.
Aparentemente tudo bem, faz uns cinco minutos que estou lendo no quarto e estou me sentindo bem.
Péssima ideia.
Meu estomago parece estar de ponta cabeça e meu coração estar correndo uma maratona.
Pego o celular na cabeceira e ligo para Adam.
Não toca duas vezes e ele atende.
— acho que preciso de ajuda. — Levo a mão na boca e largo o celular sobre cama.
Corro para o banheiro no corredor trancando a porta assim que entro, seria deplorável alguém me ver assim, e vomito tudo o que comi. E se fosse só isso estava bom, mas estou colocando para fora até o que não tenho no meu estômago e não consigo deixar o banheiro nem por um segundo.
Estou vomitando, de novo, quando ouço batidas altas na porta, não consigo responder, porque estou ajoelhada em frente ao vaso vomitando um líquido transparente, água.
Um estrondo forte me faz olhar para o lado, Adam acabou de arrombar a porta.
Estico a mão em frente ao rosto.
— sai — digo baixinho — você não precisa ver isso. — Abaixo a mão, meu estômago revira e vomito, de novo.
É claro que ele não sai., bem ao contrário, se aproxima de mim, segura o meu cabelo e fica ao meu lado até eu não ter mais o que vomitar.
Ele segura em meus braços me ajudando a se levantar, sigo para a pia, ele a abre a torneira e segura meu cabelo enquanto eu lavo a boca.
Sigo para o quarto com suas mãos me segurando, ele me senta encostada na cabeceira da cama e se senta em minha frente.
— o que aconteceu? Você parecia melhor.
— tentei comer depois que vocês saíram, mas pelo jeito não foi uma boa ideia. — Pego o travesseiro ao meu lado e o abraço.
— por que não me avisou que queria tentar? Eu poderia ter ajudado. — me olha sério.
— você já tem feito demais por mim, não precisa bancar a babá o tempo todo.
— você precisa de ajuda e eu estou aqui para ajudar.
— eu exagerei ao te ligar, desculpa atrapalhar sua festa.
— você não vai me afastar, não vou te deixar sozinha.
— e por que me ajudaria? Eu virei um monstro e afastei todas as pessoas da minha vida. — Solto o travesseiro.
— porque eu já estive onde você está agora e tive pessoas que me ajudaram, e é isso que eu farei você querendo ou não.
Cerro o olhar ele começa a tirar o tênis.
O observo se levantar, dar a volta na cama e se deitar ao meu lado de barriga para cima.
— o que está fazendo?
— garantindo que você fique bem.
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Isabelli
VampirTudo o que você sabe sobre vampiros está errado! Mordidas que transformam, a estaca de madeira no coração, o sol que queima, os morcegos... tudo isso está errado, menos uma coisa, a sede por sangue. Uma sede insaciável, só não mais que a ambição h...