Capítulo 52

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Já se passaram três semanas desde a morte de Loran, estou procurando apartamentos, não quero nada extravagante, só um lugar para morar para se tornar mais fácil se distanciar da minha mãe com o passar do tempo, e tudo o que eu vejo ou é extravagante demais, ou de menos.

Mas, esse em específico me fez me imaginar vivendo aqui.

Ele fica de frente ao lago na entrada da cidade, a sala de frente a cozinha tem janelas do chão ao teto que me dão uma visão perfeita dele, a cozinha tem armários pretos e uma bancada de frente a sala e ao lado direito em frente à entrada tem uma pequena sala de jantar com uma mesa retangular separada da sala por um móvel de madeira escuro que encosta nas costas do sofá.

Do lado esquerdo da cozinha tem dois quartos com janelas insulfilmadas de frente ao lago, do outra lado do corredor um banheiro com direito a banheira de imersão e uma lavanderia.

— fechamos a venda então? — a corretora de imóveis pergunta enquanto dou uma última olhada.

Assinto com a cabeça.

— podemos ir até o escritório assinar a papelada e realizar o pagamento então.

Sorrio e sigo para fora do apartamento.

Demoro mais uma hora no escritório, assino os papéis, realizo o pagamento avista e saio com a chave do meu novo apartamento da mão.

Estamos em abril e adoro o clima nem frio nem quente, respiro fundo e fecho os olhos os apertando, posso ouvir cada batimento cardíaco que passa por mim.

Não tomei nenhum sangue até agora, estou me forçando a comer, mas quase nada para no meu estomago, a não ser carne o que tem me ajudado a não desmaiar por aí, mas como estou com sede!

É fim de tarde de uma sexta, os bares vão estar movimentados, eu tenho uma identidade falsa e talvez encontre alguém merecedor de morrer hoje. Então, sigo para o The Raven, quem sabe eu não leve sorte e encontre Marcos.

Entro no bar e a música alta quase me ensurdece, sigo direto para o balcão e me sento em um dos bancos altos batendo os dedos sobre a superfície escura de madeira até um garçom vir me atender.

Não me pedem documentos e eu já estou na minha terceira dose de whisky quando vejo Terence entrar pela porta.

Ergo a mão para ele, Terence caminha desajeitado pela multidão e assim que ele se aproxima pergunto:

— o que está fazendo aqui?

Terence se senta no banco vazio ao meu lado, olha ao redor, me olha e diz:

— queria ter certeza de que Marcos ainda não está na cidade.

— acha que ele vai vir? — Coloco o copo vazia sobre o balcão — quer dizer, já não era para ele estar aqui?

— não sei o que está acontecendo, mas depois que os mestiços e celestiais que estavam no submundo de Loran saíram eu fechei a passagem e vendi a livraria. Estou indo embora pela manhã. — Ergue a mão chamando o bartender e pede uma dose de whisky.

— os mestiços e celestiais do submundo de Loran estão em Jorda? — Arregalo os olhos.

Terence assente com a cabeça várias vezes ao mesmo tempo que pega o copo de whisky da mão do bartender e o vira.

— sim, sim. Depois que os informei da morte de Loran não quiseram ficar lá, ninguém sabe como Marcos vai governar a cidade, não vamos arriscar ficar aqui. — Coloca o copo sobre o balcão

— estão todos indo embora?

— não, quer dizer, nem todos, alguns vão ficar.

Assinto com a cabeça e meus olhos capturam uma cena um tanto interessante.

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora