Sábado, menti para Thomas que ia acompanhar minha mãe no médico, mas estou dentro de um táxi indo até a casa de Loran.
Olho para a pulseira em meu pulso, passo os dedos pelas miçangas, olho para o céu azul através da janela e torço para esse sentimento não desaparecer, é meu único pedido, que eu continue lembrando do quanto eu gosto de Thomas.
O táxi para em frente a porta da casa de Loran, fico olhando os pilares por alguns instantes e o motorista diz:
— chegamos.
Assinto com a cabeça, pego o dinheiro na bolsa, o pago, seguro firme a maçaneta, abro a porta e desço. Ouço o táxi se afastando, estou parada em frente a porta, quero sair correndo, mas a porta se abre e Loran aparece sorrindo para mim.
— você veio.
Forço um sorriso, meu coração está batendo a mil por hora e não tenho nem chance de sair correndo. Loran me observa com seus olhos sorridentes, dá dois passos em minha direção, segura firme minha mão e diz:
— você vai ficar bem. — seu falar é doce.
Forço outro sorriso, Loran me conduz para dentro e caminhamos até a sala onde assinei os papéis. Assim que entramos me lembro que trouxe o contrato assinado pela minha mãe na bolsa, a abro, pego o contrato e o coloco em cima da mesa, só então vejo duas pessoas sentadas no sofá atrás de mim.
Uma delas é um homem, seus olhos são castanhos e seu olhar é distante, sua pele é pálida, seus braços são fortes, a camiseta preta marca seu peitoral, o cabelo preto combina com ela e a tatuagem de uma rosa azul em seu pescoço sobressai até sobre seu nariz fino e traços bem-marcados.
— esse é Fernando. — Loran aponta para o homem — seu tutor.
Fernando se levanta força um sorriso e a pessoa ao seu lado se levanta.
— e essa é Verity. — Loran aponta para a mulher que me analisa dos pés à cabeça — minha bruxa.
Forço um sorriso para Verity, ela continua me analisando com seus olhos enrugado, depois olha para Loran e diz:
— ela sabe das consequências?
— claro. — Loran responde, segura minha mão e me conduz até o sofá.
Me sento ao lado de Loran no sofá, deixo a bolsa de lado, o ombro de Loran encosta no meu e Verity joga seu longo cabelo grisalho para trás antes de falar:
— contou sobre os sentimentos?
Loran a encara e diz:
— sim.
— sobre a sede de sangue? — Verity continua o encarando.
Loran assente.
— sobre a prata?
— sim Verity, ela sabe de tudo. — Loran responde impaciente.
Verity inclina seu corpo, embaixo do vestido longo cinza que está usando há botas de couro de onde ela tira uma adaga de dentro de uma delas. Engulo seco e meu celular começa a vibrar dentro da bolsa.
Olho para Loran, não espero uma autorização e pego o celular. Olho para tela, é Thomas, não penso duas vezes e atendo, acho que vai ser bom ouvir sua voz antes de tudo.
— oi. — digo quando atendo.
— oi Isa, ainda tá no médico com sua mãe?
Sua voz me acerta em cheio, respiro fundo e respondo:
— sim. — Dou uma pausa e olho para Loran — na verdade, ela acabou de sair da consulta, nos falamos depois.
— me manda mensagem, quero te ver hoje.
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Isabelli
VampiroTudo o que você sabe sobre vampiros está errado! Mordidas que transformam, a estaca de madeira no coração, o sol que queima, os morcegos... tudo isso está errado, menos uma coisa, a sede por sangue. Uma sede insaciável, só não mais que a ambição h...