Capítulo 68

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Acordo sobre o peitoral de Haruto na minha cama, o olho, ele está dormindo profundamente, passo os dedos pelos fios grossos e pretos do seu cabelo e sorrio. É bom acordar aquecida na minha cama, mas acho que devo começar a me controlar com outra coisa, homens.

Me levanto devagar para não o acordar e sigo para o banheiro para trocar de roupa e ir correr.

Volto para o quarto para pegar meu tênis, Haruto não está mais aqui. Saio do quarto e vou direto para cozinha após calçar os tênis e vejo Haruto terminando de colocar o café da manhã sobre o balcão.

Que horas ele teve tempo de preparar suco natural, salada de frutas, ovos, bacon e panqueca?

Sigo até o balcão e pego um morango na tigela, o mastigo devagar aproveitando para degustar a vista de Haruto sem camisa e depois pergunto:

— quando fez tudo isso?

— acordei cedo.

— mentira! Eu acordei antes de você.

— acordei mais cedo e depois voltei a dormir.

Semicerro o olhar, me sento na cadeira, pego o garfo ao lado do meu prato e questiono:

— está tentando me agradar?

— preciso depois de ontem? — se senta ao meu lado.

Rio e dou uma garfada na omelete.

Depois que terminamos de tomar café seguimos para o lago de frente ao apartamento. Corremos cerca de uma hora e não sei por que, mas não fico surpresa quando vou para academia e Haruto é matriculado na mesma academia que eu.

Antes de voltarmos para casa passamos no mercado, depois em algumas lojas, porque quando fico entediada compro coisas que não preciso como maquiagens e produtos de skin care, almoçamos e só depois voltamos.

Limpo a cozinha enquanto Haruto vai tomar banho e depois é a minha vez de tomar. Quando saio do banheiro ele está jogado no sofá vidrado no celular mais uma vez, então sigo para o ateliê, abro a janela para deixar uma luz natural entrar, coloco uma folha em branco no cavalete, pego um lápis, me sento no banquinho e paraliso segurando a ponta do lápis sobre o papel.

Maldito Lucio!

Não consigo pensar em nada, não consigo criar nada.

Rabisco a folha exercendo pressão, o lápis se quebra no meio e grito:

— AAAHHH!

Haruto aparece na porta, eu o olho e ele diz:

— precisa de uma inspiração? — Tira a camiseta a deixando cair no chão.

Cerro o olhar, mas pego o cavalete e um folha nova indo até a sala onde Haruto se deita para que eu possa desenhá-lo.

Faz meia hora que estou desenhando o corpo estupidamente malhado de Haruto, ele continua mexendo no celular e deve ser por isso que o desenhei assim com o celular na mão, mas com o rosto virado para mim como ele me olha de vez em quando.

Termino o esboço do desenho, deixo o lápis sobre o apoio do cavalete e olho para Haruto imerso no seu jogo.

O que eu estou fazendo? Quer dizer eu não sinto nada por Haruto, absolutamente nada, acho que nem gostamos das mesmas coisas e eu estou aqui me deitando com alguém só para sentir alguma coisa.

PUTA MERDA! No que me tornei?

— acabou? — Haruto pergunta e me faz sair do meu devaneio.

Assinto com a cabeça e me levanto.

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora