Capítulo 24

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Caminho com Fernando até a mesa, ele se senta ao lado de Nicolas em um dos sofás me restando a opção de me sentar ao lado de Thomas.

Não consigo olhar para ele, então permaneço séria e olho para Nicolas.

— Como você deixou ele te ameaçar?

— Minha posição de capitão do time de futebol vale muito para mim — Nicolas se defende.

O olho sem entender e Nicolas suspira.

— Ele tem um vídeo de uma festa onde eu estava cheirando.

Reviro os olhos, essa merda não faz efeito em mim e nem nele, assim como o álcool, nosso metabolismo é rápido demais.

— Mas, você... — Me lembro que Thomas não pode saber de nada. — Usa essa merda? — O encaro.

— Por diversão. — Dá de ombros.

Me encosto na almofada atrás de mim, olho ligeiramente de canto para Thomas, ele está me encarando, olho para frente de novo e cruzo os braços.

— E por que estamos aqui?

— Thomas quer falar com você — Fernando responde como se fosse óbvio.

— Então pode falar para ele que eu não quero falar com ele.

Fernando revira os olhos e olha para Thomas.

— Ela não quer falar com você.

— Fala para ela que eu não saio daqui enquanto não falar comigo.

Fernando me olha.

— Ele disse que não sai daqui enquanto não falar com você.

— Fala para ele ir conversar com a namorada dele. — Bufo.

Fernando olha para Thomas.

— Ela disse...

— Que merda Isa. — Thomas vira seu corpo em minha direção. — Você nem me deixou explicar.

Me viro em sua direção, descruzo os braços, o encaro e arqueio as sobrancelhas.

— Não precisa me explicar, você aceitou namorar com ela quando disse que ia terminar. — Meu rosto está quente e eu quero socar a fuça dele.

Percebo Nicolas e Fernando se entreolhando, eles se levantam e eu peço socorro com os olhos, mas eles saem.

— Você disse que não se importava se eu estivesse com você — Thomas fala um tom mais alto que eu.

Suas palavras me atingem em cheio. Na verdade, são minhas palavras, mas ele não tem o direito de usá-las contra mim, porque está doendo e eu não queria ter dito isso.

Todo o calmante do sangue de Loran já foi embora. Um nó se faz na minha garganta, minha visão começa a ficar embaçada, começo a ranger meus dentes e me levanto.

Thomas segura meu pulso antes que possa dar um passo, eu o olho e seus olhos são uma súplica me encarando.

— Me desculpa. Por favor, vamos conversar.

Olho para ele, depois para a porta no piso de baixo, as pessoas estão nos olhando, respiro fundo e me sento de novo.

— Rápido.

— Não tive coragem de dizer não na frente de toda a escola.

O olho. É uma boa desculpa, mas por mais raiva que eu esteja eu estaria estragando a vida dele o impedindo de conhecer novas pessoas e viver a vida que ele merece. Por mais que eu me importe com ele e queira ficar ao seu lado pelo resto da vida, não posso fazer isso. Então engulo o choro junto com o meu orgulho e forço um sorriso.

Isabelli Onde histórias criam vida. Descubra agora