Capítulo 73

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Torço o pé na queda o que me faz cair de joelhos.

Olho para cima e depois para o meu pé.

Se não estivesse com tanta sede já estaria curada, mas preciso me apoiar no chão para se levantar e assim que dou o primeiro passo meu pé falha e preciso caminhar mancando.

Olho ao redor, está de noite, as ruas de paralelepípedos não ajudam muito um pé torcido, as luzes dos postes iluminam bem tudo ao redor o que me dá uma boa visão do que isso aqui é: uma cidade, das bem grandes.

Os estabelecimentos que compõe o local se resumem em bares, lojas, restaurantes... é como o centro de uma cidade, só que é assim em todos os lugares.

Tem muitos seres nas ruas, bom é isso que presumo serem após ver um grupo de duende com seus olhos lilases passarem por mim.

Sigo sem rumo pelas ruas sempre caminhando reto, ninguém parece se importar comigo, todos entram e saem dos estabelecimentos, rindo, ou xingando, ou gritando, ou se beijando, ou brigando... é um verdadeiro caos.

Conforme caminho sinto meu pé melhorar, já não estou mais mancando, mas ainda não me sinto forte, na verdade acabei de precisar parar me encostando em dos postes de luz para recuperar o fôlego.

Será que algum desses lugares tem sangue?

Me desencosto do poste mirando em um bar do outro lado da rua, aqui não tem carros, então não preciso me preocupar em olhar para os dois lados para atravessar, mas assim que dou um passo um vento bagunça meu cabelo e uma sombra se faz na rua.

Olho para cima e prendo minha respiração.

É Lucio.

Quer dizer é um dragão.

Olho para os lados, todos estão igualmente assustados assim como eu em ver o dragão, começo a caminhar depressa continuando a subir a rua e olho para cima a todo instante enquanto caminho.

Lucio desapareceu a algum tempo, eu estou em um lado mais calmo da cidade, quer dizer não tem tantas pessoas nas ruas. Vejo algumas pessoas entrando em um bar com o letreiro em vermelho escrito: The Blood. Não penso duas vezes e sigo até lá. Porém, assim que estou me aproximando da porta com luzes vermelhas piscando vejo olhos verdes resplandecentes vindos da direção contrário e mudo o rumo da minha caminhada.

Tento usar minha velocidade e um piscar de olhos estou em outra rua. Paro puxando fundo o ar, olho para trás e ele ainda está vindo.

Uso minha velocidade de novo e dessa vez em dois piscares de olhos estou na rua lateral. Tento usar de novo minha velocidade e dessa vez foram vários piscares de olhos para eu subir a rua onde esbarro em um peitoral que me faz cair de bunda no chão.

Sinto minhas mãos ralarem, olho para cima, seus olhos verdes saem do resplandecente para o normal, me arrasto pelas mãos no chão, olho para os lados, os seres correm pela rua o mais longe possível de Lucio e sou obrigada a parar de me arrastar quando encosto em uma parede.

Seu semblante está muito sério, uso o restante da minha força para se levantar, bato as mãos umas nas outras e ele se aproxima sem pressa alguma de mim.

Engulo seco quando ele para em minha frente imóvel, não consigo decifrar a expressão em seu rosto, talvez ele esteja com raiva.

— quero ir para casa.

Sua mão bate na parede atrás de mim e sinto a estrutura estremecer me fazendo arregalar os olhos.

Minha respiração fica pesada, não consigo evitar de ouvir o sangue de Lucio correndo em suas veias, ainda mais agora que ele inclinou um pouco a cabeça para me encarar.

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora