Capítulo 71

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O percurso até o restaurante é silencioso, eu me concentrei em olhar o movimento das ruas de Nova York pela janela e evitei olhar para Lucio enquanto subíamos um elevador até o terraço de um prédio onde nos encontramos com Rafe.

— o carregamento já chegou? — Lucio finalmente quebra o silêncio após o jantar enquanto olha para Rafe.

— sim. — Rafe responde — está tudo certo. — Pega a taça de vinho em sua frente.

Eu os escuto, mas não os olho.

Estou olhando tudo ao redor.

As mesas redondas com toalhas brancas mais caras de que um salário de um trabalhador comum. Os arranjos das mesas perfeitos com flores naturais. A elegância das roupas das pessoas. O terno dos garçons com um sorriso forçado no rosto. Os pratos sendo servidos quase vazios com a pequena quantidade de comida que é cobrada um alto valor. Pessoas se levantando das mesas, entrando pelas portas de vidro para o terraço. E... Thomas. Thomas?

Me levanto no mesmo instante que percebo que é ele sentado em uma mesa na parte de dentro e estreito meu olhar para ter certeza do que estou vendo.

É Thomas, mas a garota que está com ele não é a Alisson.

Começo a caminhar em direção a sua mesa e a conversa entre ele e a garota cessa no mesmo instante que paro ao seu lado.

A garota, de pele morena e cabelo ondulado, me olha confusa e depois olha para Thomas.

— Thommy. — Forço um sorriso e apoio a mão em seu ombro, sua cara de assustado me diz que ele está aprontando algo — cadê a Alisson? — o encaro.

— Alisson? — a garota pergunta.

— é, Alisson. — a olho — a namorada dele. — Forço um sorriso, solto o ombro de Thomas e estico a mão em sua direção — sou Isabelli, amiga da Alisson. — Continuo com meu sorriso forçado no rosto e recolho minha mão já que a garota se recusou me cumprimentar.

A garota se levanta, encara Thomas e cerra o olhar.

— namorada?

Thomas se levanta.

— eu posso explicar.

Ela revira os olhos e pega a bolsa pendurada na cadeira antes de sair.

Agora estou sorrindo de verdade, mas Thomas não parece tão feliz assim já que se vira em minha direção com o semblante fechado e bufando.

— no banheiro agora. — ele está me dando uma ordem?

Rio.

— Isabelli! Agora! — é, ele realmente parece bravo.

O sigo até o banheiro masculino onde alguns olhares me encaram antes de entrarmos em uma das cabines.

Me apoio de um lado da parede da cabine, Thomas para em minha frente, seu semblante ainda está fechado e ele diz:

— que merda está fazendo aqui?

— trabalho. — Dou de ombros e desencosto da parede — e não vem querer ficar bravo que quem está fazendo merda aqui é você. — o único passo que dou aproxima nossos corpos.

Ele fica quieto e isso se chama peso na consciência.

— está traindo a Ali?

— só podia quando era com você?

Cerro o olhar.

— ela não merece isso Thommy.

Ele ri.

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora