Capítulo 80

13 2 6
                                    


Uso minha velocidade para seguir o carro pela estrada, elas não estão correndo, mas não me alimentei ontem e o sangue de animais é quase como água para mim.

Por isso desvio meu caminho para as árvores ao lado da estrada e paro por alguns segundos quando ouço um coração pequeno batendo lentamente.

Pelo tamanho deve ser uma ave, mas não me importo, preciso estar com a minha sede controlada para chegar perto delas.

Fecho os olhos para ouvir melhor e noto que as batidas do coração estão vindo do alto.

Uso minha habilidade de saltar e logo estou no topo da árvore com a ave de rapina em minhas mãos e seu sangue em minha boca.

Uso minha velocidade para alcançar o carro de novo e com um salto paro na frente fazendo a motorista frear bruscamente.

O carro tem insulfilm, abaixo a cabeça, pois não quero que elas vejam as minhas presas amostra.

Há duas pessoas apenas no carro, sei, porque tem somente dois corações batendo rápido o que faz o sangue das suas veias correrem da mesma forma e eu me questionar se um dia vou conseguir me controlar.

Puta merda, acabei de me alimentar e estou tendo que me controlar para não entrar nesse carro e sugar o sangue das duas.

Acho que o isolamento não tem sido uma boa estratégia para controlar a sede, não ataquei ninguém no barracão nos últimas dias, porque tinha medo de me descobrirem, mas agora nada me impede.

A porta do lado do motorista se abre e em seguida a do passageiro.

Olho rapidamente e percebo Natalie vindo em minha direção com o arco na mão e Brida com a espada, ambas armas apontadas para mim enquanto caminham em minha direção.

Elas param ao meu lado, eu permaneço com o rosto baixo prensando os lábios uns nos outros.

— quem é você? — Ouço uma voz aveludada questionar um pouco alto demais — diz quem e o que você é, se não vou atirar. — Já sei que é Natalie, é ela que tem um arco para poder atirar.

Meu cabelo está sobre meu rosto, não consigo ver muita coisa, mas sei que uma delas se inclinou para tentar me ver, pois vejo a um rosto perto do meu.

— Isabelli? — essa voz é baixa e suave, não é a Natalie.

— conhece ela? — Natalie questiona e parece surpresa.

— a vi uma vez em Jorda. — o rosto se afasta do meu — Acho que ela veio até nós, porque precisa de ajuda.

— por que ela precisaria da nossa ajuda? — Natalie questiona.

— ela é uma vampira e a única vez que a vi ela não sabia se controlar. — Brida responde.

Seguro o pulso da pessoa que acabou de falar a minha esquerda em um ato impensado.

— me ajuda. — Levanto o rosto.

Natalie olha para minha boca e levanta seu arco imediatamente.

— larga ela.

— tudo bem Natalie. — Brida levanta a mão indicando para Natalie abaixar o arco, o que Natalie demora a fazer — nós vamos te ajudar.

Brida sorri e evidencia as covinhas em suas bochechas me conduzindo até o banco de trás do carro em seguida.

Tampo o nariz e a boca e permaneço em silêncio o caminho até Marali onde entramos na casa que antes era de Marcos.

Natalie sobe a escada assim que entramos e volta com roupas nas mãos.

Isabelli Onde histórias criam vida. Descubra agora