Capítulo 58

2 2 4
                                    

Bato a porta do apartamento quando entro, reviro os olhos quando vejo Lucio espojado no sofá e pega o controle da televisão em cima da mesa de centro quando me vê a desligando.

Não me importo com ele e sigo em direção ao corredor, mas antes de ao menos alcançá-lo ele está na minha frente impedindo minha passagem.

— como foi? — me encara.

— fiz o que me pediu, pode me dar licença? — Tento passar, mas ele me impedi.

— eu sei que fez o que pedi, recebi uma ligação a uma hora atrás.

— então, por que está enchendo meu saco?

Ele permanece com seu semblante sério parado em minha frente.

— acha mesmo que iria deixar você fazer algo sozinha?

Engulo seco.

— vi quando saiu com o garoto e a garota bêbada. — Dá um passo em minha direção — vi quando deixou a garota em casa... — não dá para decifrar a sua expressão é quase inexistente — e vi vocês dois dentro do carro.

— não rolou nada, só dei uma carona para ele. — Dou um passo para trás.

Lucio dá outro passo em minha direção, dou alguns passos para trás fazendo-o vir em minha direção, continuo caminhando em direção ao corredor de costas, ao menos terei uma carta na manga se ele tentar algo.

— vou ter que matar ele? — Continua andando em minha direção.

Continuo caminhando de costas até alcançar o corredor que está com as luzes apagadas, quando o alcanço uso minha velocidade para chegar ao ateliê e vou direto para o armário ao lado da porta pegando em uma caixa uma arma que trouxe da casa de Loran.

Assim que seguro a arma com as duas mãos Lucio já está dentro do ateliê. Estico os braços apontando a arma em sua direção e coloco o dedo no gatilho.

— isso não vai me matar. — Abre os braços.

— se você tocar nele juro que eu dou um jeito de te matar.

Ele ri e fica sério logo depois.

— isso é uma ameaça?

— não! Isso é uma promessa. — Cerro o olhar.

Agora tem uma linha fina em seus lábios formando um sorriso sinistro.

— eu gosto de você. — Aponta para mim e em um piscar de olhos está na minha frente.

Lucio bate na minha mão no mesmo instante que para na minha frente, minha pegada na arma afrouxa, ele dá um cotovelada no meu nariz me fazendo soltar a arma e a pega.

Levo à mão no nariz, está ardendo, quando abaixo a mão a arma está embaixo do meu queixo, meu corpo está contra o armário atrás de mim e o rosto de Lucio próximo ao meu.

— são balas de prata que tem aqui dentro? — Indica a arma com os olhos.

Permaneço com meu olhar fixo no dele, não vou deixar que ele pense que estou com medo.

— você morreria tão rápido se eu disparasse. — Sua boca quase encosta na minha — não me faça desperdiçar uma bala.

Continuo o encarando, meu celular começa a tocar, ele olha em direção a minha bolsa, depois me olha e diz:

— atende. — Dá um passo para trás, mas mantém a arma apontada em minha direção.

Pego o celular na bolsa, é Thomas, atendo e o levo na orelha.

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora