Precisei de todo meu autocontrole para manter distância de Nicolas enquanto ele dirigia sua camionete até a floresta. Logo que descemos percebo as írises dos olhos de Nicolas laranjas, começo a caminhar ao seu lado e o sigo adentrando as árvores até ele parar de repente.
Ainda estou tendo que manter a distância dele, ele funga o ar, seus olhos ainda estão laranjas e quando ele está usando suas habilidades de lobisomem seu coração bate mais forte e o seu sangue corre mais rápido em suas veias.
Respiro fundo, as presas surgem em minha boca, me abano, está quente. Sinto o suor percorrer minhas costas, só consigo ver Nicolas em minha frente, tudo ao redor está um breu e eu só escuto o cantar de uma coruja.
— está ouvindo? — se vira em minha direção.
— o que? A coruja?
— não Isa! Se concentra. — Caminha para trás de mim — feche os olhos e aproveite que seus sentidos estão aguçados por causa da sede para encontrar o que procura.
Obedeço e fecho os olhos.
A floresta começa a criar vida aos poucos, escuto o som de água corrente ao longe, uma brisa refrescante balança meu cabelo, ainda posso ouvir o sangue de Nicolas percorrer como um riacho, mas agora posso ouvir o coração da coruja pulsando. Porém, algo chama minha atenção, um coração batendo calmo assim como sangue correndo pelo seu corpo.
Abro os olhos e sigo o som parando antes de chegar no que agora eu vejo que é um veado.
No segundo seguinte Nicky está atrás de mim, o olho, ele assenti com a cabeça e não penso duas vezes. Uso minha velocidade para me aproximar do veado e não lhe dou tempo de reação quando pulo em cima dele e sugo seu sangue.
Não sei quanto tempo estou sugando esse sangue, só sei que ele esgotou. Me levanto limpando a boca com as costas da mão, Nicolas está com o ombro encostado em uma das árvores, seus braços estão cruzados e seus olhos laranjas estão sobre mim.
— foi ótima.
Sorrio e me aproximo dele usando minha velocidade.
— obrigado. —Começo a caminhar entre as árvores.
Nicolas usa sua velocidade para passar a minha frente me guiando pelo caminho, preciso me desviar de alguns galhos e raízes de árvores pelo caminho, mas ao menos agora posso ficar ao lado de Nicolas sem querer sugar até sua última gota de sangue.
Voltamos para o apartamento onde tomamos banho juntos, ou pelo menos tentamos, minha autoestima fica muito alta quando me alimento e ver Nicolas nu na minha frente só a fez inflamar.
Agora estou deitada sobre seu peito na minha cama, sua mão quente percorre minhas costas nuas, meus dedos deslizam pelo seu peitoral e digo:
— quer ir ao casamento da minha mãe comigo?
Ele se levanta para me olhar e me sento de frente para ele cobrindo meus seios com o edredom.
— sua mãe vai se casar?
Assinto com a cabeça.
— em agosto.
Ele sorri.
— claro saquinho de ossos.
Sorrio e Nicolas se deita de novo.
Me aconchego em seu corpo quente, e caramba como vou sentir falta desse calor quando ele for para faculdade.
***
O dia do casamento da minha mãe chegou, já é meio do mês de Agosto, Nicolas vai para faculdade amanhã e isso quer dizer que é o último dia que temos para ficarmos juntos, depois disso acabou.
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Isabelli
VampirTudo o que você sabe sobre vampiros está errado! Mordidas que transformam, a estaca de madeira no coração, o sol que queima, os morcegos... tudo isso está errado, menos uma coisa, a sede por sangue. Uma sede insaciável, só não mais que a ambição h...