Abro os olhos e os cerro. A claridade não me deixa enxergar nada, mas conforme me acostumo com a luz identifico onde estou, o mesmo quarto onde dormi na primeira noite que me tornei uma vampira.
Me sento na cama, olho para o lado e Loran está sentado em uma cadeira me olhando. Eu sei que celestiais não dormem, então ele passou a noite toda me olhando. Não estou com a mesma roupa de ontem à noite e sim com um camisa branca com os botões sem fechar.
O olhar de Loran fica atento, ele se levanta, eu me levanto e fecho a camisa com as mãos ao perceber minha barriga e calcinha amostra.
— O que aconteceu?
Loran começa a caminhar em minha direção.
— Você foi ferida por uma adaga de prata...
— Eu sei, mas onde está a minha roupa? — o interrompo e ele para em minha frente.
— Estava suja de sangue, eu achei melhor...
— Me ver seminua? — O encaro.
— Não seria a primeira vez.
Solto a camisa.
— Idiota. — Começo a caminhar em direção a porta.
Loran segura meu pulso me impedindo de passar, o olho por cima de ombro, ele me traz para sua frente de novo e me encara.
— Você está com sede, quase morreu ontem e... — Olha para minha bochecha. —, precisamos colocar um curativo para fingir que você ainda está machucada.
Toco minha bochecha, não há requisitos que houve um corte, e o olho sem entender.
— Thomas te viu ontem. Acreditou que você foi assaltada, mas ele precisa continuar acreditando nisso.
Assinto.
— Então faça o curativo logo, tenho aula.
Ele continua segurando meu pulso e o solta lentamente subindo com seus dedos pelo meu braço. Meu corpo estremece com o seu toque, que merda é essa? Loran encaixa sua mão em minha nuca, luto contra a vontade dos meus olhos de se fecharem, trinco os dentes e consigo ouvir seu sangue correndo por suas veias igual a um riacho calmo.
Permito que meus olhos se fechem, continuo ouvindo o som do seu sangue em suas veias, mas consigo controlar as presas que quiseram começar a surgir.
— Você está com sede. — Sua voz aveludada é o vento balançando os galhos das árvores ao redor do riacho que é o seu sangue.
Chacoalho a cabeça negativamente, abro os olhos e seu olhar está fixo em mim.
— Eu prometi para Kimberley. — Não consigo me mover, a corda imaginária está me amarrando a ele de novo.
— Eu não vou contar para ela, você vai? — Seu olhar não deixa o meu.
— Você não está me ajudando assim Loran — reclamo, e as presas surgirem involuntariamente.
— Estou ajudando a te tornar a vampira mais forte que já existiu. — Sua mão deixa minha nuca e ele paralisa seu pulso perto da minha boca.
Olho para o seu pulso, olho para ele, molho os lábios com a língua, só um pouco não vai fazer mal. Seguro seu pulso com uma mão e encravo as presas nele enquanto mantenho meu olhar no dele.
Os olhos de Loran se comprimem, sua mandíbula trava, afasto minha boca do seu pulso, como ele pode continuar fazendo isso se sente dor? Ele continua me olhando, encaixa sua mão atrás da minha cabeça e a direciona ao seu pulso. O olho antes de voltar as presas em seu pulso, ele assente, encravo as presas mais fundo que antes, seus dedos enroscam nos fios do meu cabelo o puxando e ouço um murmúrio baixo saindo de sua garganta. Fecho os olhos e ele me permite ficar ali até me satisfazer.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Isabelli
VampirosApós o pai, que leva uma vida dupla, abandonar Isabelli e sua mãe doente, a jovem se vê em uma encruzilhada desesperadora. Em um ato de sacrifício, Isabelli aceita se transformar em uma vampira, atraída pela promessa de dinheiro para pagar o tratame...