Capítulo 72

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Abro os olhos com dificuldade, está escuro, acho que está de noite.

Me sento devagar e percebo que estou em um colchão no chão em um quarto vazio.

Ainda me sinto fraca, apoio as mãos no chão e me levanto devagar. Atrás de mim tem janelas de vidro do chão ao teto, aparentemente estou em um prédio. E através delas posso ver uma cidade imensa onde luzes a iluminam até onde meus olhos podem alcançar.

Fecho os olhos, tudo girou de novo, os abro devagar e tento entender onde estou.

Olho ao redor, só tem um colchão no meio do quarto que não é muito grande e ao lado direito tem uma porta assim como em minha frente para onde sigo, porque presumo ser a saída.

Quando estou alcançando a porta sou lançada imediatamente para trás e caio sobre o colchão. Tento usar minha velocidade para levantar e me sinto ainda mais fraca com isso. Olho ao redor e percebo que estou presa no meio de um círculo de visco.

— LUCIO! — Berro, mas não recebo resposta — LUCIO PORRA! ME TIRA DA...

A porta se abre.

É Lucio com uma mulher alta e esbelta ao seu lado com lindas tranças em seu cabelo castanho que combinam com sua pele parda.

Ela desfaz o círculo com o pé e presumo que ela é uma bruxa. Lucio a olha e ela sai fechando a porta.

— que merda é essa? — Gesticulo com as mãos mostrando o círculo ao redor — não pode me manter presa aqui.

Ele se aproxima com passos lentos, um sorriso fino se forma em seus lábios e ele para em minha frente.

— vai sair quando estiver controlada.

— eu estou fraca, preciso me alimentar.

— Tryn vai trazer quatro refeições diárias para você. — Olha para mim e depois para a porta a direita — ali. — Aponta para porta — é um banheiro, você vai poder ir sempre que precisar, mas precisa chamar Tryn para a bruxa quebrar o círculo.

Aperto os dentes uns nos outros, a merda do coração dele está com as batidas tão lentas que me dá raiva.

— que? — Coloco as mãos na cintura — além de me manter presa vou ter que ficar dentro de um círculo de visco? — o encaro.

— até você estar controlada. — Olha em direção ao banheiro e depois me olha — vai querer ir ao banheiro ou não? Tem roupas limpas lá dentro.

Reviro os olhos, quero tanto socar a fuça dele, mas não estou com força nem para levantar meu braço então sigo para o banheiro.

Assim que entro procuro o interruptor e o encontro ao lado da porta que Lucio fecha assim que acendo a luz.

O banheiro tem azulejos estilo metrô branco, tem uma pia com um espelho em cima, um sanitário e um box. Mais nada, tudo é branco até a toalha, a única coisa que se destaca são roupas em tons preto e cinza em cima do sanitário.

Tiro minha roupa devagar, cada movimento que faço parece que vou desmaiar, me olho no espelho, minhas olheiras estão fundas, minha pele pálida, minha boca ressacada e meus olhos com um vazio tão grande que eu mesmo não me reconheço.

Sigo para o banho e demoro mais tempo que o costume.

Meus movimentos estão lentos, minha visão turva e ouço um zumbido nos meus ouvidos antes de perder completamente as forças e cair batendo a cabeça na parede.

Posso ouvir o barulho da água do chuveiro parando aos poucos, uma mão firme toca meu rosto e ouço uma voz longe:

— Isabelli! Você está bem?

Isabelli Onde histórias criam vida. Descubra agora