Capítulo 53

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Viro a esquina de casa e as luzes dos faróis iluminam a camionete de Nicolas estacionada na frente.

Estaciono em frente a garagem, desço do carro e sigo direto para a camionete. Nicolas abre a porta do passageiro quando me aproximo, o olho, entro, fecho a porta e ele diz:

— onde enfiou o celular que não me atendeu?

Então era o meu celular tocando.

— como pode ver eu não estava em casa. — respondo e olho a hora no painel, três da manhã — o que está fazendo aqui? — Direciono meu olhar para ele.

Nicolas força uma tosse, segura o volante com as duas mãos e não me olha quando diz:

— vi o Fernando.

Fico em silêncio, se ele me ligou e veio até minha casa de madrugada porque viu o Fernando, não é algo bom.

Ele me olha.

— ele terminou comigo. — Expira pela boca — ele pediu para me ver só para terminar.

— Nicolas. — Toco sua mão ainda no volante — sinto muito. — Afasto minha mão e o olho.

— o que eu posso dizer vindo de um vampiro. — me olha de canto

Sei que ele está me provocando, mas não posso deixar de revirar os olhos.

— trouxe uma coisa para você. — Nicolas estica a mão até o banco traseiro e volta com um caderno com capa de couro gastada — é um diário, de Loran. — Estica o caderno em minha direção.

Arregalo os olhos surpresa, um diário de Loran?

Pego o caderno, olho para Nicolas e digo:

— não combina com Loran ter um diário.

— em comparação a quantidade de tempo que ele viveu acho que é um diário pequeno. — Olha para o caderno — achei que você iria gostar.

Sorrio.

— obrigado.

Nicolas relaxa as costas no banco, vira o rosto em minha direção, funga o ar e diz:

— estava transando. — ele com certeza está afirmando e não perguntando.

— ah qual é? Eu tomei banho.

— é quase impossível não sentir esse cheiro depois que entrei nessa camionete pela primeira vez.

Prenso os lábios para não rir, olho para o banco de trás rapidamente e depois o olho.

— estava com a Alisson e com o Thomas.

Nicolas arregala os olhos e desencosta do banco inclinando um pouco seu corpo em minha direção.

— saquinho de ossos. — diz perplexo — o que achou da experiência?

— boa, se não fosse pelo fato que eu ainda o amo, que Alisson o ama e que eu o magoei. — Forço um sorriso.

A expressão no rosto de Nicolas fica séria.

— você o ama?

— eu não falei que o amo.

— acabou de falar.

— não falei não.

— falou sim.

— tá, eu o amo. — Gesticulo com as mãos.

— ele sabe?

Nego com a cabeça.

— nem eu sabia. — Rio e faço Nicolas rir.

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora