Capítulo 7

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Thomas estaciona perto de um boliche no centro da cidade e as luzes dos bares, restaurantes, hotéis, cinema... começam a iluminar o início da noite. Deixo a mochila no banco, desço do carro, olho para minha roupa, ainda estou com a roupa que fui para escola, uma calça jeans reta, uma blusa ombro a ombro branca colada no corpo e um tênis.

Ajeito minha blusa, passo a mão no cabelo, Thomas já está caminhando na minha frente, para, se vira em minha direção e estica a mão.

— Vem.

Sua mão continua esticada, será que ele quer que eu a segure?

Me aproximo dele, não sei se estico ou não a mão até a dele e quando chego perto o suficiente ele segura minha mão e entrelaça nossos dedos.

Olho para nossas mãos dadas enquanto caminhamos para dentro do boliche, Thomas segura firme minha mão, não consigo evitar o sorrir e assim que entramos um homem sai de trás do balcão na entrada vindo até nós.

— Thomas!

— Eduard! — Thomas exclama sem soltar a minha mão.

— O carro é ótimo, você merece uma comissão maior — Eduard, um senhor de cinquenta anos, diz.

— Fala isso para o meu pai Eduard.

Eduard ri.

— O que eu posso fazer é deixar tudo por conta da casa hoje.

Thomas sorri e somos conduzidos até uma das pistas de boliche. Os tênis são cor de rosa, assim como as almofadas dos bancos das mesas e o letreiro do lado de fora. Me sento no banco ao lado das bolas de boliche, coloco os dois tênis, apoio o pé no banco para amarrar um cadarço e Thomas se agacha em minha frente amarrando o cadarço do outro tênis.

Ele me olha enquanto faz isso, eu mal consigo respirar e atribuo isso ao seu sorriso perfeito que fica ainda maior quando eu perco para ele miseravelmente.

Vamos até a lanchonete, nos sentamos em uma mesa alta com banquetas, pedimos hambúrgueres com batata fritas e milk-shake, acho que não engordo mais depois que me tornar uma vampira.

Thomas termina de comer primeiro que eu, toma o milk-shake de morango, que ele diz que é seu preferido e me olha.

— Fiz um milhão hoje.

Chupo o meu milk-shake de banana pelo canudinho, rio, me engasgo, o olho e não consigo parar de rir. Ele não usou o canudinho como eu e tem um bigode de leite no seu buço, difícil acreditar que ele fez um milhão hoje.

— O que foi? — Me olha sem entender. — É sério.

— Claro que é. — Estico minha mão até seu rosto.

Thomas se esquiva, o encaro e passo lentamente o dedo pela sua boca a limpando.

Afasto minha mão, limpo o dedo com a língua e percebo o olhar de Thomas sobre mim. Seus olhos estão semicerrados, sua boca entreaberta e ele passa a língua ao redor dos lábios.

Minhas bochechas começam a queimar, pego uma batata frita e enfio na boca.

— E como fez isso?

— Usei a última comissão para comprar criptomoedas e vendi no momento certo.

Loran tem razão, ele vai ter uma vida boa.

Fico o olhando por alguns segundos, não sei se sou a garota certa para passar essa vida com ele. Não mesmo, ele é de uma família boa, vida financeira estável, ótimos contatos, educado, bonito, inteligente... ele merece algo melhor que uma aspirante a modelo desesperada atrás de dinheiro e não quero que nem por um momento que ele pense que quero ficar com ele por causa do dinheiro.

Isabelli Onde histórias criam vida. Descubra agora