Thomas estaciona perto de um boliche no centro da cidade e as luzes dos bares, restaurantes, hotéis, cinema... começam a iluminar o início da noite. Deixo a mochila no banco, desço do carro, olho para minha roupa, ainda estou com a roupa que fui para escola, uma calça jeans reta, uma blusa ombro a ombro branca colada no corpo e um tênis.
Ajeito minha blusa, passo a mão no cabelo, Thomas já está caminhando na minha frente, para, se vira em minha direção e estica a mão.
— Vem.
Sua mão continua esticada, será que ele quer que eu a segure?
Me aproximo dele, não sei se estico ou não a mão até a dele e quando chego perto o suficiente ele segura minha mão e entrelaça nossos dedos.
Olho para nossas mãos dadas enquanto caminhamos para dentro do boliche, Thomas segura firme minha mão, não consigo evitar o sorrir e assim que entramos um homem sai de trás do balcão na entrada vindo até nós.
— Thomas!
— Eduard! — Thomas exclama sem soltar a minha mão.
— O carro é ótimo, você merece uma comissão maior — Eduard, um senhor de cinquenta anos, diz.
— Fala isso para o meu pai Eduard.
Eduard ri.
— O que eu posso fazer é deixar tudo por conta da casa hoje.
Thomas sorri e somos conduzidos até uma das pistas de boliche. Os tênis são cor de rosa, assim como as almofadas dos bancos das mesas e o letreiro do lado de fora. Me sento no banco ao lado das bolas de boliche, coloco os dois tênis, apoio o pé no banco para amarrar um cadarço e Thomas se agacha em minha frente amarrando o cadarço do outro tênis.
Ele me olha enquanto faz isso, eu mal consigo respirar e atribuo isso ao seu sorriso perfeito que fica ainda maior quando eu perco para ele miseravelmente.
Vamos até a lanchonete, nos sentamos em uma mesa alta com banquetas, pedimos hambúrgueres com batata fritas e milk-shake, acho que não engordo mais depois que me tornar uma vampira.
Thomas termina de comer primeiro que eu, toma o milk-shake de morango, que ele diz que é seu preferido e me olha.
— Fiz um milhão hoje.
Chupo o meu milk-shake de banana pelo canudinho, rio, me engasgo, o olho e não consigo parar de rir. Ele não usou o canudinho como eu e tem um bigode de leite no seu buço, difícil acreditar que ele fez um milhão hoje.
— O que foi? — Me olha sem entender. — É sério.
— Claro que é. — Estico minha mão até seu rosto.
Thomas se esquiva, o encaro e passo lentamente o dedo pela sua boca a limpando.
Afasto minha mão, limpo o dedo com a língua e percebo o olhar de Thomas sobre mim. Seus olhos estão semicerrados, sua boca entreaberta e ele passa a língua ao redor dos lábios.
Minhas bochechas começam a queimar, pego uma batata frita e enfio na boca.
— E como fez isso?
— Usei a última comissão para comprar criptomoedas e vendi no momento certo.
Loran tem razão, ele vai ter uma vida boa.
Fico o olhando por alguns segundos, não sei se sou a garota certa para passar essa vida com ele. Não mesmo, ele é de uma família boa, vida financeira estável, ótimos contatos, educado, bonito, inteligente... ele merece algo melhor que uma aspirante a modelo desesperada atrás de dinheiro e não quero que nem por um momento que ele pense que quero ficar com ele por causa do dinheiro.
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Isabelli
VampierApós o pai, que leva uma vida dupla, abandonar Isabelli e sua mãe doente, a jovem se vê em uma encruzilhada desesperadora. Em um ato de sacrifício, Isabelli aceita se transformar em uma vampira, atraída pela promessa de dinheiro para pagar o tratame...