Alguns minutos depois a ruiva que vi no balcão aparece e se senta ao lado de Loran. Ela me analisa por tempo demais, o que me deixa desconfortável, mas não deixo isso transparecer e mantendo minha postura ereta enquanto a encaro.
— Ela é bonitinha. — A voz de Kimberley é penetrante e confiante. — Já é domesticada? — pergunta para Loran como se eu não estivesse aqui.
Kimberley tem a aparência de uns vinte cinco anos, seu cabelo é tingido de ruivo cereja o que combina com sua pele pálida e olhos castanhos claros. Além da tatuagem da rosa azul no pescoço, bem amostra pela cropped de couro que ela veste, tem outras espalhas pelo seu corpo, na verdade um de seus braços é completamente coberto por tatuagens.
Loran ri, me olha e a olha.
— Estou cuidando disso.
— Ah não, Loran! Está dando seu sangue para ela? — Me olha e olha para Loran.
Loran olha para mim, com seus olhos sorridentes de novo.
— Ela é apenas um filhote. — Olha para Kimberley.
— Vai viciar a garota. — Kimberley fica séria.
— Ela está controlada. — Loran a encara.
Kimberley se levanta, bate a mão na mesa e encara Loran.
— Não vou aceitar ninguém que não sabe se controlar no meu clã. Essa é a regra, você sabe.
— Pensei que você podia ensiná-la. — Os dedos de Loran roçam sobre as costas da mão de Kimberley — Pelos velhos tempos. — A olha com seu olhar sorridente irresistível.
Kimberley tira a mão da mesa, coloca-a na cintura, me olha e olha para Loran.
— Se até o fim de janeiro ela não estiver controlada não aceito no meu clã. — Bate na mesa e me olha — E você fica longe dele. — Aponta para Loran e sai.
Espero Kimberley se afastar, inclino meu corpo sobre a mesa me apoiando em meus antebraços e encaro Loran.
— A próxima vez que você falar de mim como se eu não estivesse presente, eu vou...
— Vai o que? — Loran me interrompe e inclina seu corpo sobre a mesa aproximando nossos rostos.
Fico em silêncio, tem um leve sorriso irônico em seus lábios que me faz querer socá-lo e beijá-lo ao mesmo tempo.
— Vai o que em? — me provoca.
Cerro o olhar, acho que vou de opção um, ergo meu braço, dou um tapa em seu rosto e me levanto. Loran segura o queixo, ri e eu começo a me afastar da mesa.
— Você é a vampira mais sentimental que conheci na vida.
Me viro para ele, mostro o dedo do meio, ele continua rindo e eu saio dali, mas antes precisei passar meu número para Kimberley, segundo ela vou aprender a me controlar.
Fernando e Nicolas já foram embora, e agora eu estou sozinha, sem sangue de Loran, sem Thomas, sem nada.
Ignoro as mensagens de Thomas pelos próximos dias. Ele não terminou com Alisson, ao contrário vi uma foto dele com ela e seus pais esses dias no Instagram. Estão conhecendo as famílias uns dos outros, e é melhor assim, não quero atrapalhar sua vida. E Apesar dos seus constantes olhares para mim na escola, eu estou me mantendo firme.
Faz uma semana que não tomo sangue do Loran, na verdade faz uma semana que não tomo sangue nenhum e apesar da quantidade absurda de comida que ando ingerindo ainda continuo com fome e com sede, muita sede. Porém, Kimberley me pediu esses sete dias, porque nesse final de semana vai testar meu controle.
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Isabelli
VampiroApós o pai, que leva uma vida dupla, abandonar Isabelli e sua mãe doente, a jovem se vê em uma encruzilhada desesperadora. Em um ato de sacrifício, Isabelli aceita se transformar em uma vampira, atraída pela promessa de dinheiro para pagar o tratame...