Capítulo 60

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Volto para meu apartamento com um sorriso no rosto, passamos em um delivery na volta para casa e comemos hambúrgueres no carro antes de eu deixar Nicky em casa.

Coloco a chave na fechadura da porta, a giro, abro a porta, tiro a chave, abro a porta, entro e quando estou colando a chave na fechadura de novo pelo lado de dentro ouço uma respiração pesada.

Olho em direção a sala e reviro os olhos no instante que vejo Lucio, me esqueci que ele havia feito uma cópia da chave na semana que ficou aqui.

Bato a porta, coloco a mão na cintura e pergunto:

— o que está fazendo aqui?

— vim me certificar que você vai cumprir com o nosso combinado de vigiar Natalie.

— se você vai vigiar a minha vigia por que você mesmo não a vigia? — Arqueio as sobrancelhas e começo a caminhar em direção ao corredor, não vou deixar Lucio estragar a minha noite que foi maravilhosa.

— onde você estava? — Lucio pergunta antes mesmo de eu chegar no corredor.

Me viro lentamente em sua direção.

— com um amigo.

— com Nicolas?

Dou de ombros.

— não.

Pisco e Lucio está na minha frente.

Deixo minha postura ereta e coloco o cabelo para trás, não vou me deixar intimidar por esses olhos verdes.

— não mente para mim.

— não estou mentindo. — o encaro.

— está, como mentiu quando disse que não veria mais o humano.

Que cara chato.

— e se eu estivesse com Nicolas qual é o problema?

— eu não tenho problema nenhum com isso, mas ele sabe que você está o usando só para sentir alguma coisa?

Ergo a mão e mostro o dedo do meio para ele.

— vai se foder. — me viro e começo a caminhar em direção ao corredor.

— eu te amaldiçoou. — diz e me faz me virar em sua direção.

— que?

— eu te amaldiçoou. — repete — você mentiu para mim, então eu tenho o direito de te amaldiçoar e te amaldiçoou a nunca mais gerar nada.

Reviro os olhos.

— não acredito nessas coisas.

— pois devia, lobisomens são lobisomens porque algumas famílias tentaram enganar um celestial.

— que ridículo. — Coloca a mão na cintura — eu gero coisas... — Aponto com o anelar a porta do ateliê no corredor — eu desenho e pinto.

— já gerou algo sem que fosse inspiração externa? — me encara por alguns segundos — se já criou, não vai criar mais, assim como não vai gerar nada. — Olha para minha barriga exposta por causa do cropped.

Rio.

— o pai dos vampiros não se lembra do ser que ele mesmo criou? — Tiro a mão da cintura — não posso engravidar, então foda-se você e sua maldição. — me viro e dessa vez sigo até o corredor.

— o dia que tentar criar algo sem inspiração externa me conta como foi.

Ouço sua voz, mas a ignoro, Lucio acabou de estragar minha noite.

IsabelliOnde histórias criam vida. Descubra agora