CAPÍTULO 4

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Hoje tinha acordado com dor no quadril, o que deixou o velhote preocupado, querendo me levar para o hospital, mas deixei claro que iria passar, pois já tinha sentido aquela dor antes, só não tinha falado para ele

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Hoje tinha acordado com dor no quadril, o que deixou o velhote preocupado, querendo me levar para o hospital, mas deixei claro que iria passar, pois já tinha sentido aquela dor antes, só não tinha falado para ele.

Para me mimar e me deixar mais alegre, ele quis fazer o que mais amo comer, desde quando eu era criança, que é cookie. Mas que por aventura, ele sempre me enganou e comprava da padaria, já que ele não sabe fazer.

-- Você é um mentiroso. – Reclamo. – Acabou com a minha infância. – Cruzo os braços.

-- Para de bobagem, menino. – Dá risada. – Eu nunca falei que eu fazia. Você que deduziu isso. – Faz careta. – Vou comprar algo e vou fazer, faremos juntos. – Diz e pega a sua carteira. – Vou ir ali no mercadinho e já volto, é dois minutos. –

Ele passa a mão na minha cabeça e sai de casa. Trato aqui como se fosse minha e dele, mais dele do que minha, já que o mesmo a usufrui mais que eu.

Solto um suspiro alto e aquela mulher vem em meus pensamentos, os seios dela, para falar a verdade. A cena dela inclinada na minha frente, com aqueles melões, não saía da minha cabeça.

Sempre tive o fetiche por peitos, ainda mais se forem grandes; nunca fui uma pessoa de colocar padrão nas pessoas que eu me relacionava, mas confesso que somente tive as branquinhas e cabelos lisos. Uma mulher ‘’ gordinha’’ eu fiquei, mas foi na minha adolescência.

Mas peitos são a minha paixão. E aquela mulher tem dois belos melões que chama de seios.

Fora grandes coxas, um quadril avantajado, uma bunda enorme, boca carnuda e um olhar penetrante.

Por que estou pensando nela?

Foi quando ouvi a voz dela e logo a mesma apareceu na cozinha, logo atrás do Hugo. Velho traíra!

Ela consegue me calar, consegue me deixar nervoso e com o peito acelerado, como nunca antes sentir.

Fiquei um tempo encarando a costa dela, na verdade a bunda, mas quando a via fazer movimentos de se virar, olhava mais para cima.

Estou parecendo a merda de um assediador!

-- Você vai ficar aí me encarando fazer as coisas? – Pergunta brava, colocando as mãos no quadril.

-- Me desculpe, vossa senhoria. Mas eu ainda não consegui a habilidade de voar em uma cadeira de rodas. – Digo com sarcasmo.

-- Olha aqui, seu ogro do inferno! Sua cadeira é de alta qualidade, não precisa nem empurrar. Então aperte na porra desses botões e saía daqui! – Manda.

-- A cozinha é minha. – Cruzou os braços.

-- Foda-se! Para de ser irritante e saí logo. – Viro de lado para falar com o Hugo, mas noto que ele não estava mais aqui, o que, pelo que parece, ela também nota.

-- Que momento ele saiu?— Pergunta confusa.

-- Acho que no momento que você começou a dar Piti. – Reviro os olhos.

-- Vai te catar, cacete! – Bufa.

Decidi ficar quieto. Solto um pequeno resmungo quando sinto outra dor, fecho os olhos e conto até dez, mas me assusto um pouco quando sinto braços ao meu redor.

-- O que você está fazendo? – Pergunto ao vê-la bem próxima.
                                                                                                                       
Ela estava com os joelhos dobrados até os meus joelhos, deixando o seu traseiro grande empinado. Seus braços esticados e passa por baixo dos meus, me abraçando, sinto quando ela fecha as mãos uma na outra e fico surpreso quando me coloca de pé.

Ela se encosta na bancada, mas permanece com postura ereta. Por reflexo, coloco minhas mãos em sua cintura.

-- Você pode perder os movimentos das pernas, mas tendo a possibilidade de voltar a andar, tem que fazer exercícios. Tem um jeito correto de ficar na cadeira, e tu está praticamente de lado. –

-- Tá. Agora me coloque de volta. Sou pesado. – Falo com um certo receio de machucá-la.

Era até engraçado. Eu sou bem maior que ela, e ela estava me abraçando, com a cabeça para cima.

-- Já segurei um cara maior que tu. – Resmungo, não falando nada mais. – Vou ver se tem um remédio adequado para você. – Abaixo o olhar, olhando em seus olhos.

-- Odeio remédios. Não quero. –

-- Odeio homens mimados. – Revira os olhos.

Acabo sorrindo de lado, vendo ela encarar e depois me olhar. Seus olhos de perto são mais lindos; o que achei que eram negros, noto de perto que são castanhos escuros.

Meus olhos descem para sua boca, rosada e carnuda, mas paro de encarar quando ouço passos se aproximando.

-- Fia, o que está fazendo? Ele é pesado. – Encaro o velhote.

-- Obrigado, valho. – Bufo.

-- O pateta estava com dor. – Diz-me, olhando.

-- Vocês estão se juntando para me xingar? – Resmungo.

Ela se abaixa aos poucos e me coloca, novamente, na cadeira, e sinto que estava reto dessa vez. Aquela dor parou e posso até dizer que me sinto mais ‘’leve’’.

-- O cheirinho está ficando bom. – Hugo se aproxima do fogão.

-- Sou eu fazendo, né. – Se gaba.

-- O cheiro está bom, tem que ver é o gosto. – Ela se vira para mim e cruza os braços com a cara fechada.

-- Está bom, tá. – Vira a cara.

Acabo dando risada com o jeito dela. Ao mesmo tempo que essa garota me estressa e me tira do sério, ela consegue me arrancar sorrisos e risadas verdadeiras. Desde que eu era criança, eu nunca era de ficar sorrindo; Hugo era o único que me fazia relaxar e ficar como uma criança normal.

Fui conseguir me socializar com os meus 20 anos, quando entrei para o exército; por lá fiz algumas amizades e inimigos também. Foi lá que conheci o Gabriel, que era o meu melhor amigo. Filho da puta!

Depois de 7 anos no exército, fui para a BOPE; lá fiz a minha história, me tornei o que eu sou hoje, ou era, pelo menos. Foi no BOPE que me tornei implacável; fui considerado o diabo de farda; era assim que os ramelas me chamavam.

Mas essa mulher, com um simples sorriso, consegue me desmontar; me sinto um moleque que é apaixonado pela menina de classe. Mas não posso me permitir sentir algo, ainda mais nessa situação em que me encontro.

Deplorável!

🌟.....

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