CAPÍTULO 22

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- Eu que sou o paciente, deveria perguntar para mim, não para a minha mulher

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- Eu que sou o paciente, deveria perguntar para mim, não para a minha mulher. – Murilo diz, tirando atenção do doutor de mim para o mesmo.

-- Mas ela é a sua enfermeira, então é mais coerente eu falar e perguntar para ela. Não acha, senhor? – Pergunta com uma certa grosseria.

-- Ela não está dentro de mim para saber o que estou ou não sentindo. Então seria mais coerente, se você perguntar para mim, que sou o PACIENTE. Não acha, doutor? – Pergunta com ironia.

Sem dizer mais nada, o doutor respira fundo e fica quieto. Viro a cara para nenhum ver que estava segurando a risada, mas logo volto a minha atenção para os movimentos do doutor.

Ele aproxima a agulha na perna do Murilo e o espeta, mas nada acontece e vejo a cara de tédio que estava lançando para o homem à sua frente, mas franze a testa quando o homem espeta novamente. Olho na direção e, quando o doutor espeta um pouco acima do pé, vejo seu dedão se mexendo.

Abro a boca surpresa e, por impulso, pego no braço do doutor, aperto um pouco e bato os pés no chão de felicidade. Pego a agulha dele, aproximo da coxa e espeto, olhando nos olhos do delícia.

-- Vocês querem parar de ficar me espetando? Isso não doí, mas formiga e incomoda, e muito. – Fala bravo.

-- Formiga? – O doutor pergunta mais para si se levantando e sentando na sua cadeira, anotando algo.

-- Foi o que eu disse. – Murilo resmunga. O encaro, mas o mesmo desvia o olhar e revira os olhos.

-- Não tem como você estar sentindo formigamento tão rápido sendo que me disse que começou há tão pouco tempo com ele. – Fala nos analisando.

Isso ele tinha razão, não tem como ele estar tendo formigamento tão rápido assim. O formigamento é um índice forte que estava começando a recuperar os movimentos. O corpo dele está fazendo tipo reverso.

Quando a ente tem a sensação de desmaio, nosso corpo todo formiga, começando pela boca e vai descendo, ficando fraco e com a famosa vontade de dormir. E por isso o reverso, no caso dele começando de baixo para cima.

-- Você fazia algum tipo de exercício antes de eu chegar? – Pergunto o olhando.

-- Não. – Nega, mas olha para cima como se tivesse se lembrado de algo.

-- Hugo tinha a mania de ficar fazendo movimentos com meu pé anoite. – Diz.
-- Agradeça a ele por fazer isso. – Se levanta e segue para fora.

-- Vou arrebentar ele. – Fala irritado.

-- Dando um soco no saco do coitado? – Ele me encara bravo.

-- Odeio quando fica falando essas merdas. – Cruza os braços e vira a cara. – Parece que está zombando de mim. – Fica carrancudo.

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