Ele é um Ex coronel da BOTE
Ela uma enfermeira a procura de um emprego
Um homem totalmente ferido peles pessoas que amava, começa a amar novamente. Mas será que irar aceitar esse novo amor.
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Capa por: @fablecherries
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Olho para o homem na minha frente; ele estava transtornado, tentava parar de fazer ele beber, mas nada adiantava; ele estava no seu próprio mundinho em seus pensamentos.
Quando saí do banho, vi ligações do meu tio e, quando atendi, ele disse para vir rápido para a casa do Delicia porque algo tinha acontecido com ele. Terminei de me arrumar as pressas e vim para cá.
Mas quando cheguei e ouvi a gritaria e ao entrar, o Karlos estava com a mão no rosto, onde estava começando a ficar vermelhado e saía sangue tanto da boca dele quanto do ferimento no lábio.
Via magoa no olhar dos dois, decepção, raiva predominando o do Murilo. Seja lá o que foi, afetou os dois.
-- Murilo ... – Tonto novamente, mas ele me corta.
-- Aquele garoto é a bosta de um mafioso ou traficante. – Dá de ombro com frieza ao mencionar Karlos.
Mafioso?
Traficante?
-- Delicia? Ei? – Me aproximo dele, me abaixo um pouco e toco seu rosto, obrigando-o a se virar para mim. -- ...... Eu sei que isso está te matando por dentro, eu compreendo. – Faço um certo carinho, vendo seus olhos se fecharem. – Mas amor, aquilo que você fez e disse não foi certo. Ele é o seu filho, te vê como pai... Você o criou. – Me encara.
-- Exatamente! Eu o criei. E é assim que retribui? Eu fiz tudo por aquele garoto, larguei tudo, tudo que posso imaginar para cuidar dele, por ele. Para não entrar nessas coisas erradas, dei tudo para ele que foi negado quando bebê. Agora vem e faz isso? Se tivesse vergonha na cara ao saber como eu sou e o que eu sou, não teria mandado aquele convite de casamento, teria seguido com a sua vida! – Me afasto um pouco.
-- Ele .... –
-- Não venha tentar o defender, Bruna. Ele é a porra de um traficante! Você não sabe das coisas que ele faz ou fez! Você não sabe o que eles fazem. São traficantes, Bruna, traficantes. – Para na minha frente.
-- É claro que eu, o bobão daquele traficante de uma figa, me arrastou morro acima e ... – Parou de falar ao notar o que estava dizendo.
Caralho!
-- O que? – Ele me encara sério e se aproxima mais.
-- Éé... Nada...—Mordo os lábios.
-- Bruna? Você entrou... – O corto.
-- Eu não entrei, fui arrastada, é diferente. Me mostrou a arma e não tive o que fazer, só entrei, cuidei do cara e fui embora. Claro, voltei, mas desci novamente e... eu... Só estou me complicando. – Falo nervosa.
Quando fico nervosa, falo demais.
Ele me encara desacreditado, olha para o meu braço e se afasta, indo pegar outra garrafa de bebida. Sabendo que deu merda.
-- Por que não contou? Perguntei e você mentiu e ainda mais voltou? – Fala com um tom acusador.
-- Teve o tiroteio, o dono se feriu e quando estava voltando para a casa no ponto de ônibus, um dos caras me levou para cima e cuidei dele. Meu celular estava descarregado e ele me obrigou a ficar. Não tinha muito o que eu fazer. – Suspiro.
-- É claro que tinha! Deixe-se ele morrer. – Bebe de costas para mim. Mas seu tom estava severo.
-- Claro. Ele morre de um lado e eu morro do outro. – Reviro os olhos zombando. – E também eu não o deixaria morrer, essa não sou eu. –
-- Claro que não. – Zomba. – Me lembro bem que dizia o seu tipo de homem. Agora vejo que não estava brincando. – Bebe mais.
-- Eu tenho a minha farda e o meu juramento, você tem o seu. O meu é salvar vidas, independente de quem seja. – Falo brava já e ele se vira para mim com os olhos raivosos e vermelhos.
-- QUE SE FOSA A VIDA DELE! Você subiu naquela merda e cuidou do traficante. Está junto nessa merda com o Miguel? Ficou um dia inteiro lá, não contou para a gente, e se tivesse acontecido algo pior? Ainda mais voltou lá! Deu para eles, tá... – Se cala antes de terminar e fecha os olhos por uns minutos.
--…. Se para você é fácil tirar uma vida, não ligando para quem está salvando ou matando, isso é com você. O meu trabalho é ajudar, Murilo. – Ele nada diz e vira a cara.
Sorrio de lado e confirmo o encarando, fico uns minutos parada, mas saio andando para fora do escritório e passo pelo meu tio, vendo o mesmo na sala.
-- Como ele é...— O curto.
-- Ele está melhor que eu. — Digo saindo da casa e vou para o ponto de ônibus pedindo um Uber.
Tudo bem ele ficar bravo pelo fato de não ter contado sobre o que aconteceu, mas também falar merdas, já é demais, e isso me deixou irritada.
Penso no que ele disse sobre o Karlos e é difícil associar o menino que conheci com o homem que Murilo disse que ele é.
Fico esperando a porcaria do Uber e me sento no banco, olho em volta e noto um carro preto do outro lado da rua e o mesmo é todo fumê. Franzo a testa achando estranho aquilo, e sentia a sensação de que tinha alguém ali me observando, mesmo que não conseguisse ver.
Tomo um pequeno susto quando ouço uma buzina e olho na direção, vendo o meu Uber, e me levanto, indo na direção; pergunto o nome e ele fala o meu; entro e o mesmo começa a andar.
Olho na direção da casa do Murilo e o vejo na janela do escritório ainda; daqui podia ver que estava segurando uma garrafa de 51 que meu pai deu a ele.
Virei o rosto e saímos daquela zona e encostei a cabeça no banco, me sentindo cansada. Minha cabeça estava tão cheia e, ao mesmo tempo, tão vazia.
Brigas, tiros, gritaria, ferimentos, irmãos, pai ...... Tudo, tudo estava me deixando cansada. Depois que comecei a me relacionar, tudo começou a cair; com tudo, cair; antes era mais fácil.
(....)
Assim que chego em casa, abro a porta e vejo que todos estavam ali, meus irmãos, suas mulheres e filhos, junto ao meu pai. Fico encarando eles por uns minutos, até o pequeno terremoto da família vir correndo abraçar as minhas pernas.
-- Titiaaaaa...— Sorrio para Gabriel que deita a cabeça na minha coxa, mas o pego no colo e vou indo na direção da sala.
-- Estava chorando? – Talles pergunta, me encarando, fazendo os outros meninos fazerem o mesmo.
Talvez, somente talvez, tenha chorado um pouquinho enquanto encarava a vista da praia. Não quis vir direto para casa e pedi para o motorista me deixar na praia, o que foi uma merda, já que não tinha o dinheiro para voltar de Uber para casa e nem para o ônibus.
Merda de receber no final do mês, presta para porra nenhuma isso, igual a domingo! Tive que voltar andando.
-- Não. — Falo e me abaixo um pouco, beijando a cabeça do Miguel que sorri de lado. Olho para o outro lado e vejo o nat que vira a cara e dou risada.
Depois que a família cresceu e Nat conheceu os primos, ficou emburrado. Claro que eles brincam, ele é super educado e oferece seus brinquedos, mas o caldo muda quando é em relação com as pessoas, aí ele detesta, como agora.
-- Não vai falar comigo, natnat? – Faço bico e sinto biel deitar a cabeça no meu ombro.
-- Não. – Vai para o colo da mãe.
-- Bicho ciumento da .... – Me calo com um tapinha do meu pai na minha coxa. – Bomba. –
-- Não mude de assunto, por que estava chorando? – Volta no assunto anterior.
-- Estou sem dinheiro. – Dou de ombro. – Motivo o suficiente para .... – Sinto um bolo no estômago, coloco o briel no chão e saio correndo para o andar de cima, com a mão na frente da boca.
Entro no primeiro quarto que encontro e vou para o banheiro, jogando tudo para fora que nem tinha comido ao me aproximar do vaso. Fico uns cinco minutos nisso, me sentindo tonta e com o corpo formigando.
Chorei tanto que fiquei desnutrida.
-- Filha? – Papai entra no banheiro. – Meu Deus, você está pálida. – Se abaixa na minha frente e, quando iria dizer algo para ele, volto a vomitar.
-- Acho que estou com virose. – Falo fazendo careta. Estava encostada na privada e me sentindo fraca.
-- Isso está me parecendo outra coisa. – Ouço a voz da Leticia.
-- Um de vocês usem esses músculos e me ajudem com a irmã de vocês. Menos você, Brayan. – Dou risada ao ouvir o mesmo resmungando.
Vejo meu pai revirando os olhos e, ao olhar para cima, vejo Ben, Talles e Bê tentando entrar ao mesmo tempo. O que resulta em uma discussão pequena neles e era a minha vez de revirar os olhos.
Me levanto com o meu pai me ajudando. Vou na pia, lavo a minha boca, pegando um pouco de pasta e fazendo gargarejo. Estava sentindo minha perna uma gelatina e vou saindo me segurando na parede.
No quarto, todos, menos as crianças e o meu cunhado, estavam aqui me olhando. Os três patetas se aproximam e me seguram, como se eu estivesse doente.
-- Gente? Ela somente vomitou, não está doente ou tendo um bebê. – Breno fala os encarando. Me sento na cama e fecho os olhos, respirando fundo.
-- Não, isso é só daqui a uns 8 meses. – Olho para a Milena que dá de ombro.
-- Como assim, 8 meses? — Os três perguntam, e meu pai se senta ao meu lado olhando para o chão.
-- Meu deus...— Brayan abre a boca surpreso.
-- ..... Como assim 8 meses. – Voltam a perguntar, mas ninguém responde.
-- Estão viajando. – Falo os encarando.
-- Amor? – Milena chama Breno, e ele, ainda com os olhos arregalados, a encara. – Compra lá. – Pede e ele confirma.
-- Comprar o que? Gente? – Bernardo estava confuso, mas saiu atrás do Breno.
-- Eu somente não comi o dia inteiro, meninas. – Bufo.
-- .... Vamos ver se é isso mesmo. – Meu pai agarra a minha mão e sai me puxando escada abaixo.
-- Pai? Minha perna não é a mesma que a do senhor, então se quiser diminuir o passo, vou amar. – Falo achando graça, e assim ele faz.
(...)
-- Jesus! – Levanto a cabeça e os encaro.
Todos, até mesmo as crianças, estavam na minha frente. Meu pai fez uma comida simples e rápida para todos. Durante o tempo que estávamos aqui na cozinha com ele, ele não disse nada, o que é estranho.
Ele fez o meu prato favorito, arroz, feijão, bife acebolado e batata frita. Confesso, comi umas duas vezes, agora estava comendo a sobremesa, pudim, o terceiro pedaço.
-- Dá para vocês pararem de me encarar? Isso incomoda. – Falo brava.
-- Nossa titia, você come muitão. – Miguel e Gabriel dizem ao mesmo tempo.
-- Como não. – Resmungando, largando a sobremesa, sentindo mal já.
-- Come sim. – Nat diz confirmando. – Papai disse para mim que isso é gula. – Sinto meus olhos lacrimejarem.
-- Falem para os seus filhos pararem. – Olho para cada um dos pais.
-- Amiga? Faz isso. – Mi diz empurrando a sacola para mim.
Pego e abro, vendo que tinha dez testes de gravidez e sinto aquele bolo novamente, me sentindo fraca, por uns minutos vendo uma tela preta.
-- E-eu ...— Olho para baixo.
-- Vamos, a gente vai com você. – Fala e as duas, junto com o cunhado, se aproximam, mas corro para o andar de cima novamente, indo para o banheiro e jogando novamente para fora.
-- Não posso estar... Eu ... – Falo sozinha. – Meu deus. – Abaixo a cabeça e respiro fundo.
-- Anda Bruna. Levanta desse chão e faz esses testes. – Ouço meu pai dizer e me ajuda a levantar com gentileza, me entregando a sacola. – Dois eu acho que já é o suficiente para ter a certeza. – Confirmo. – Faz três para ter absoluta certeza, amor. – Acabo dando risada.
-- Estou com medo. – Falo e ele me olha. – Muito medo do resultado. – Resmungo.