CAPÍTULO 45

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Me remexo, sentindo meu corpo dolorido e pesado, movimento a boca e sinto um líquido e abro os olhos, vendo os seios da Bruna e respiro fundo ao vê-la ali, mas logo puxo a coberta tampando ela e olho para os lados, pedindo que ninguém tenha vindo ...

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Me remexo, sentindo meu corpo dolorido e pesado, movimento a boca e sinto um líquido e abro os olhos, vendo os seios da Bruna e respiro fundo ao vê-la ali, mas logo puxo a coberta tampando ela e olho para os lados, pedindo que ninguém tenha vindo e visto os seios dela de fora.

Me afasto um pouco dela e a encaro, vendo que seu rosto estava avermelhado, como se tivesse chorado, e acabo olhando para seu corpo, mas parando no braço, vendo uma pequena marca vermelha.

Quem agarrou ela?

Eu me sento devagar, sentindo o meu corpo doer no processo, principalmente as minhas costas, e as lembranças do que aconteceu invadem, me deixando com dor de cabeça e resmungo.

-- Senhor? – Ouço alguém chamar, mas não parecia ser comigo, e de relance, vejo Samuel entrando com uns papéis na mão.

-- Senhor. – Ele cumprimenta de já lá quem e para na frente da minha cama, olhando para a Bruna ao meu lado. – Coronel. – Sorri de lado. – Fico aliviado que esteja bem. – Se mais, ficando ao meu lado. -- Queria mostrar algo para o senhor. – Diz baixo, quase sussurrando. – A dona Bruna está em um sono bem pesado, hein. – Se afasta me encarando, mas não antes de esticar os papéis na minha mão.

O olho confuso, faço um sinal com a cabeça para o papel em minhas mãos e respiro fundo, começando a ver o que era, e franzo o cenho ao ver uma foto do Karlos com um homem na sua frente, mas não dava para ver o seu rosto.

-- Isso aí é próximo do morro, uns 50 minutos da empresa. – Fico em silêncio, somente ouvindo o que dizia.

Passo essa imagem e olho para outra, sendo essa do Max e Fabiano. Isso é próximo de uma loja que vende coisas ilegais às escondidas, mas como nunca tiveram provas, não invadiram. Os civis esperam ter umas provas concretas para prender.

Eles estavam de farda e a viatura próxima, tendo junto o Lucas e mais um policial que anda no grupinho dele. Eles estavam com alguns homens; pareciam revistá-los, uma abordagem de rotina.

-- Lucas sumiu. – Arqueio a sobrancelha. – Isso foi entre sábado e domingo, pelo menos foi o que a esposa dele disse. – Dá de ombro.

-- Por que ela não fez o boletim de ocorrência ou até mesmo ligou na delegacia? O marido dela é policial, sabe muito bem que quando isso ocorre, tem que acionar. – Ele troca de posição os pés.

-- Pelo que ela disse, bom, palavras dela, "Ele é um filho da puta que fica com outras achando que eu não sei. E por isso que não fiz boletim. – Acaba sorrindo de lado.

-- Tem algo de errado. – Olho para baixo.

-- Tudo isso aí é somente análise e suspeita. – Pego novamente a do Karlos. – Principalmente essa. – Nada digo.

Karlos?

O que ele estaria fazendo na frente daquilo?

Karlos nunca foi de usar algum tipo de entorpecente, nem cigarro eu vi esse garoto fumar.

O que ele está fazendo.

-- Acha que ele possa estar fumando algum tipo de entorpecente? – Pergunta com cautela.

-- ...... Eu não sei. – Era difícil pensar no Karlos com uma expressão séria dessa foto para o Karlos que eu vejo todo dia sorrindo, alegre, brincando... O Karlos que eu criei desde criança. – Tudo que tiver desse caso e dos outros, me manda que ficarei de frente. –

-- Mas senhor…— O corto.

-- Tudo que tiver desse caso e dos outros, me manda que ficarei de frente. – Repito encarando ele sério.

-- Sim, senhor. – Fiz um aceno de cabeça e saí do quarto.

Abaixo a cabeça, encarando aquela foto e peso a deus que ele não esteja envolvido nessa guerra dos traficantes... E que não seja um ossuário... Principalmente um traficante.

Karlos me conhece muito bem e sabe que nunca o perdoaria por algo assim. Até mesmo se for um aviãozinho de boca!

Eu o criei para ser justo, honesto, homem de caráter... Eu o criei de pensar nisso para não dizer algo a ele e depois descobrir que não era nada.

O que, para mim, é quase impossível, já que tem uma foto dele ao lado de um traficante, do chefe.

-- Murilo? – Ouço Talles me chamar e deduzo ser a pessoa ao meu lado, com a cortina na frente. – Ou devo dizer cunhado? – Mesmo não vendo, sabia que estava rindo, somente pelo seu tom.

-- O que? – Fico confuso.

-- Enquanto você dormia, pela adormecida. Houve revelações... Quase briga também. – Puxo aquela cortina, me incomodando não olhar na casa dele. – Bruna e seus irmãos, são meus irmãos. Assim como seu pai, é o meu pai. – Reviro os olhos e bufo.

-- O pai dela parece um coelho. – Resmungo.

-- A história é mais longa que isso. – Olha para o teto. – Já que não temos o que fazer até amanhã, e Bruna vai acordar daqui a uns minutos, posso te contar, e aliás, seu filho parece filho dela, hein. Um filho muito protetor, até achei que ele iria dar um tiro na minha mãe se ele pudesse. --

(....)

Já eram sete horas da noite e até agora não consegui dormir novamente; as informações que Samuel me mostrou e falou estão martelando minha cabeça. Não quero pensar que o moleque que criei é a bosta de um traficante.

Sinto Bruna se remexendo e, ao olhar para ela, a mesma se senta rápido e olha para os lados como se estivesse assustada. Toco na sua mão e ela me encara respirando fundo e deito a cabeça no meu ombro.

-- Que bom que acordou, fico feliz. – Beijo sua cabeça. – Estou sem seu pau há um tempo já. – Fala fazendo careta.

-- Bruna, pelo amor de deus! Isso é um hospital. – Ouço Talles reclamar do outro lado. – Fora que eu ainda estou aqui. – Ela dá risada e se levanta, puxando aquela cortina.

-- Bom, que já se acostuma, a família inteira é assim. – Dá de ombro.

-- O que aconteceu com o seu braço? – Pergunto apontando. – Por que não atendeu as minhas ligações? Achei que tinha acontecido algo. Estava indo atrás de você quando tudo explodiu. – Faz um pequeno bico.

-- Não vamos falar disso agora, vamos focar que os dois, o Delicia e o Negão Maromba, estão hospitalizados. – Se aproxima e me dá um selinho.

-- Bruna. – A encaro e a mesma revira os olhos.

-- ..... Fiquei até tarde no hospital, e quando fui embora, um cara me parou e tentou me assaltar. – Dá de ombro. – Garanti que ele não tenha filho por um bom tempo. – Sorri.

Seus olhos estavam em mim, mas entre meus olhos, não olhando neles, isso mostra que estava mentindo ou escondendo algo. Quando ela vê que iria dizer algo, bate palmas e olha na direção da porta.

-- Por que não trago a comida de vocês? Não comeram nada até agora. – Saí sem esperar e solto um suspiro.

-- Eu não a conheço o suficiente, mas... Está mentindo. Algo aconteceu mais que uma marca no braço. – Fico quieto. – Mas pelo menos ela acertou, eu estou com fome. – Boceja. Reviro os olhos. – Tomara que não seja uma comida... Paro de ouvi-lo.

Saí do quarto dos meninos e fui até a ala que guarda medicamentos e peguei um remédio, saí de lá e passei pelo corredor indo embora do hospital

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Saí do quarto dos meninos e fui até a ala que guarda medicamentos e peguei um remédio, saí de lá e passei pelo corredor indo embora do hospital. Vendo que aqui já estava mais contido e controlado.

Solto a respiração pesada que estava e ando para o ponto de ônibus, vendo que o morro estava até que calmo, com algumas pessoas passando de um lado para outro, crianças no chão perto da porta de suas casas brincando.

Paro ali e penso antes de chamar um dos caras que estava armado; ele vem devagar, me analisando de cima a baixo.

-- Qual foi?—Pergunto irritado.

-- De isso para o seu chefe. – Do na mão dele e vou para sair, mas uma moto para ao meu lado com rapidez quase me atropelando. – Tem problema na cabeça, idiota? – Pergunto quando vejo que é o mesmo garoto que dá outra vez.

-- Você vai subir. – Manda e o encaro desafiando, vendo ele levantar a blusa, mostrando a pistola da cintura.

-- Nossa, que pistolinha. Já vi maiores. – Zombo, pegando o remédio da mão do outro e subo brava.

Eu poderia somente sair do hospital, dar a volta e ir em outro ônibus, mas não queria deixar esse noinha ficar com dor. Pensando bem, deveria deixar e não sei porque sou tão coração aberto nessa bagaça!

Assim que entro na salinha, vejo ele sentado e bebendo; tinha uma menina em seu colo beijando seu pescoço enquanto ele sorria, mas ao me ver, afasta ela e se levanta, quase derrubando a mesma, e me seguro para não rir.

-- Olha se não é a minha futura ... – Quando iria me abraçar, espalmo minha mão em seu peitoral.

-- Amiga, que vai virar inimiga, que na verdade somos conhecidos, desconhecidos. – Cruzo os braços. – E eu sou casada. – Namorando, mas ele não precisa desse fato.

-- Qual é o nome do cara que terei que eliminar? – Pergunto bravo, mas vejo que estava brincando.

-- Não queira nem saber. – Sorrio de lado zombando, mas mudo de assunto. – Toma, beba isso todos os dias, até terminar. UM comprimido. – Deixo claro.

-- Poderia ser a minha enfermeira particular, eu pago bem. – Fala sendo sincero.

-- Eu ganho bem. Tanto no trabalho quanto em casa. – Dou de ombro. Ele dá risada, mas reclama pela dor.

-- Gostei de você. Nós gostamos. – Olha para o irmão ao meu lado.

-- Não me inclua nessa. – Resmunga.

-- Também não fui com a sua cara. – Sorrio de lado, arqueando a sobrancelha.

-- Que amor, já estão se divertindo juntos. Olha que posso ficar com ciúmes. – Reviro os olhos.

-- É isso, tchau. – Dou as costas, mas ele me segura.

-- Acalma aí, mina. – Faço careta. – Quer dizer... Qual é o seu nome mesmo? – Pergunta me soltando.

-- Camila. – Invento.

-- Camila, gostei. – Me olha de cima a baixo, mas não vejo malícia. – Meu vulgo é cobra, mas meu nome ... – Se aproxima do meu rosto, indo para o ouvido. – É Vinicius. – Beija meu rosto e se afasta. – Do meu irmão é o JP. – Reviro os olhos.

João Pedro...

-- Que inovador e secreto. – Zombo e o mesmo me encara, mas nada fala.

-- AÍ, valeu pelo que fez, na moral. – Estica a mão e a pego, fazendo um aperto de mão. – Quando precisar, é só acionar. Pode ficar vindo desse ponto aí. Os meninos vão ficar de olho, caso alguém queira mexer com você. Soltamos nossas mãos. – Só não vou conseguir com os canas. – Coça a nuca.

-- Não se preocupe. – Eu encaro e dou as costas. – Com esses aí, eu sei lidar muito bem. – Saí da sala e desci novamente, mas bufo quando a moto para novamente ao meu lado.

-- Um dos caras vai te levar na sua goma. – Reviro os olhos. – Ele não é B.O. Ele trabalha sendo Uber, somente mora aqui. – Confirmo.

Fico parada ali esperando ele ir seja lá onde para chamar o cara. Passo a mão na cabeça e bufo. Querendo saber onde foi que amarrei o meu burro!

Isso vai dar uma merda tão grande!

-- Tá ali. – Aponta um pouco mais para baixo. – Vê se não fica dando bobeira pelas quebradas; estão todos em alerta por conta das invasões e dos canas, principalmente eles. As porras estão chegando atirando, depois perguntando, pelo menos não chegaram aqui. – Se inclina na moto, olhando para baixo.

-- Muitas pessoas estão se ferindo nessa guerra de vocês. – Se vira para mim. – Pessoas inocentes, policiais que ali estão para fazer o seu trabalho... Sabia que uma criança está sendo passada de hospital para hospital com um estado grave ... --

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