CAPÍTULO 2

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-- JÁ ACORDEI! - Me levanto rápido quando sinto meu papis se aproximando

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-- JÁ ACORDEI! - Me levanto rápido quando sinto meu papis se aproximando.

-- Que bom, querida. - Fala abaixando o balde. - Vá tomar um banho e depois desça para comer. - Manda se virando.

Penso em falar algo, mas desisto quando vejo ele segurar com mais força o balde que continha água gelada. Assim que ele sai, começo a arrumar a minha cama e, quando vou para o banheiro, acabo tropeçando na minha bolsa que estava no chão.

-- Se tivesse guardado como eu mandei, não estaria aí no chão. - Ouço a voz do irritante do meu irmão Bernardo.

-- Cala aboca, pateta. Me ajuda a me levantar daqui. - Peço, ou mando, tanto faz.

-- Se vira. - Fala já saindo, quando tomba com o mais velho.

-- O que houve, princesa? - Pergunta vindo me ajudar a se levantar.

Assim que consigo me estabelecer, mostro a língua para o pateta que não me ajudou e o mesmo mostra o dedo sem o homem à minha frente ver.

-- Somente tropecei. - Sorri.

-- Teme cuidado. - Passa a mão na minha cabeça. - E por que você não ajudou ela, Bernardo? - Cruza dos braços.

-- Ele disse que não era guindaste para me levantar. - Abaixo a cabeça.

Sem falar nada, Breno sai do meu quarto e volta pelo caminho que veio com a expressão séria. Bernardo arregala os olhos e me encara com raiva.

-- Sua desgraçada! - Sai correndo atrás do nosso segundo mais velho.

Dou risada do desespero dele de ir atrás do Breno, que, com toda a certeza, estava atrás do Benjamim, cujo, é o maior medo do terceiro mais velho.

Como sou malvada!

Vou para o banheiro já tirando a minha roupa. Ontem, eu cheguei e fui deitar; estava cansada. Andei para uma porra, naquele sol do inferno, à procura de um emprego em algum hospital.

Mas pelo jeito, vou ter que deixar a minha maior alegria de lado e começar a trabalhar pelo que vier.

Assim que sinto a água tocando o meu corpo, fecho os olhos e sorrio. E ainda tem gente que não gosta de tomar banho. É a oitava maravilha do mundo.

No automático, a imagem daquele homem vem em meus pensamentos. Aquele filho de puta! Quando meu tio me ligou, eu estava na rua, fazendo o de sempre, procurando emprego. Claro que eu fui ajudar o meu primeiro velho favorito, não contem ao meu pai!

Quando cheguei lá, era uma puta de uma mansão, lindo pra caralho! Mas que, infelizmente, tem um dono do inferno.

Ele já estava na cama quando eu o vi pela primeira vez, somente com um lençol cobrindo aquele monte que estava sendo marcado pelo tecido fino.

Estava até de boa, mas quando vi o pequeno, minúsculo, QUASE invisível ferimento no meu tio, surtei. Como esse puto teve a coragem de machucar o meu bom velhinho? O meu txutxução dos anos setenta?

Odeio quando machucam aqueles que eu amo; viro um bicho para os proteger.

Papai fala que eu tenho o espírito de mãe. Sou muito protetora.

Realmente, eu acho que por não ter crescido perto de uma mulher, não ter tido uma figura materna, eu acabei assumindo esse papel com todos eles e cuido dos mesmos como se eu fosse a mãe.

Minha mãe morreu no meu parto; quando eu soube, chorei horrores e fugi de casa achando que meus irmãos tudo me odiavam. Foi aí que eu vi que meu pai realmente estava velho e estava com problema no coração.

Eu tinha uns 6 a 7 anos de idade nessa época. Meu irmão mais velho me encontrou perto de uma lixeira chorando; eu estava mais chorando de fome do que tudo. Claro, ele me deu uma baita bronca, mas depois me abraçou e falou que ninguém me odiava e que nossa mãe já estava em uma certa idade que não poderia ter mais filhos.

Essas porras desses velhos ficam inventando de trepar ainda! Trepa, mas com camisinha.

Então, ou seja, eu cresci cercada de homens, uns, putas de uns, negão do caramba. Altos, fortes e lindos. Imagina você, no meio de todos esses meninos, sendo a ÚNICA menina. Tinha dó dos meninos que eu trazia para casa.

-- MEU JESUS, BRUNA! ESTÁ COM CEBO? - Ouço meu pai. - SAÍ LOGO DESSE BANHEIRO. -

Sr. Benedito, meu lindo e amado papis, um negro alto e forte que não aparenta ter a idade que tem, olhos castanhos, boca carnuda e cristão. Esse é meu pai.

O meu herói sem capa nunca deixou me faltar nadinha. Um, fofo.

Assim que desligo o chuveiro, me enrolo na toalha e saio do banheiro, vendo meu quarto vazio. Pego uma peça de roupa no meu closet, vulgo, guarda-roupa, o de madeira, para não dar ousadia.

Me visto linda e bela, prendo meu cabelo em um coque na preguiça de arrumar ele. Grande, cacheado? Vou nada! Vou demorar uma hora, e nem é brincadeira.

Passo o matador de suvaqueira e um cadinho de perfume. Pego o meu celular e saio do meu quarto descendo as escadas da minha linda mansão. Vou direto para a cozinha; quando chego nela, vejo os meninos todos sentados e meu pai na ponta da mesa.

-- Buenos días, amores míos. - Sorri.

-- Sabe nem o português, quer falar espanhol e italiano. - Bernardo diz, revirando os olhos.

Já viram que implica comigo, né?

-- Bom dia, mana. Dormiu bem? - Brayan pergunta sorrindo. Ele é o caçula dos homens.

-- Não dê palco para doido, Ben. - Respiro fundo para não xingar, vocês sabem quem.
Me sento e olho para a mesa, sorrindo vendo o meu preferido. Panquecas! Tinha morangos, mel, sujo de laranja.

Olho para o meu pai, mas ele nega e olha para o mais velho, Benjamim, que tomava o seu café preto com torradas, enquanto lia algo no celular.

Beijo a bochecha dele e começo a pegar o que eu queria feliz da vida. Amo panquecas, ainda mais com morango e mel.

Somos em cinco, sendo o mais velho, o benjamim, tem um metro e noventa de altura, olhos pretos, boca carnuda e nariz um cadinho achatado. Ele tem 45 anos, é delegado e casado com uma empresária do ramo de doces.

Logo depois tem o Breno, o segundo mais velho de nós. Negro, com um metro e oitenta e sete de altura, olhos escuros e borca carnuda. Ele tem 44 anos, é advogado empresarial e também é casado com uma também, advogada civil. Ele tem um filhinho chamado Jack, é Jackson, mas eu prefiro Jack mesmo.

O terceiro, pateta, idiota, isso mesmo, o Bernardo, ele é o que mais puxou a nossa mãe, negro de olhos claros, boca um tanto fina e nariz de negro. Ele tem 42 anos, é policial militar, nas horas vagas traficante, já que sempre está enchendo a merda do saco dos outros. Ele somente namora; ela é uma menina chata que nem ele, e nós duas não nos damos bem.

E o caçula dos homens, o fofo do Brayan. Ele tem 40 anos e é estilista de uma empresa de moda, negro, olhos de mel, corpulento, uma tentação na terra para algumas mulheres. Ele é casado também, mas com um homem. É isso mesmo. Por que choras, mulheres? Ele é o único de nós quatro que tem religião; ele é do tambor, o que foi engraçado quando ele foi tentar contar para o nosso pai.

Pai crente e filho macumbeiro, icônico. Mas papis disse que nunca se importou se um filho dele quisesse seguir outra crença que não seja a dele. O importante é não entrar nas drogas.

É sério, esse é o ditado do nosso pai.

E por fim, euzinha, a melhor, a maravilho, gostosa e tudo de bom nesse mundo, Bruna, tenho 30 anos, uma moça na puberdade. Sou enfermeira, bom, deveria, né? O que houve? Fui demitida por injusta causa, aí, se diz justa causa, NÃO! No meu caso, foi uma causa injusta. Fui demitida só por dar um soco no meio da CARA do meu CHEFE.

Ele teve a ousadia de dar um tapa na minha bumfanfa. Ele que está errado e eu que pago o pato? Fascista! Comunistas!

Não tiro a minha razão, nunca!

-- Irá sair hoje, princesa? - Benjamim pergunta. Somente confirmo por estar com a boca cheia. - Se quiser, eu já falei, eu peço para o meu amigo ... -

-- Não! - Quase me engasgo.

-- Cuidado. - Brayan me repreende.

-- Já disse que não quero. - Resmungo. - Quero conseguir sozinha. - Mas obrigada. --

🌟....

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• Até o próximo sábado

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