CAPÍTULO 33

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uço o meu celular tocar e abro os olhos com uma certa preguiça e dou de cara com o seio da Bruna. Merda! Arrumo a coberta no corpo dela, já que a mesma estava nua, subo e estico para pegar o aparelho. Vendo na tela o nome do Samuel se faz presente.

Minha mente clareia lembrando do porquê estava me ligando; tiro meu braço devagar de trás dela e vou para o banheiro, desligando a chamada e mando que estava indo, que daqui uns trinta minutos estaria por lá.

Antem me ligaram da delegacia, ou batalhão como queiram chamar, dizendo para comparecer que o nosso superior queria conversar. Eu até já sei o que é sobre, mas não sei ainda se quero voltar, sobre o que era a minha alegria, não fazia nem questão de vir para casa estar em missões era o que mais amava, mas....

Agora? Acho eu tenho ela. Depois que perdi os meus movimentos, coloquei o foda-se para tudo e para todos; não sei se estou disposto a entrar de volta e colocá-la em risco.

Querendo ou não, muitos traficantes me conhecem e sabem da minha fama. O simples fato de que eles não sabem onde eu moro foi porque tive que pagar para não divulgarem em nenhum site ou algo do tipo.

Sempre tomei muito cuidado com a minha segurança e os que estavam ao meu redor; não era à toa que não saía de casa.

Solto um suspiro e, quando termino o meu banho, desligo o chuveiro e enrolo a toalha na cintura, saindo, e olho na direção da Bruna, vendo ela ainda dormindo. Ela tem um sono bem pesado quando ainda não está no horário da mesma de acordar.

Vou no meu guarda-roupa, coloco uma box e calça jeans escura e uma blusa preta. Passo meus produtos de cheiro, calço o meu tênis e saio. Volto para o banheiro e escovo os meus dentes.

Quando termino, saio do banheiro e, me aproximando da cama, pego o meu celular novamente e abaixo um pouco, dando um selinho na mulher ali deitada e um em sua cabeça, ouvindo resmungar e virar de lado, deixando a mostra seu lindo traseiro.

Sorrio de lado e saio de lá, antes que acordasse ela. Desço as escadas, como estava com saudade disso, naquela porra de cadeira tinha que ficar indo de elevador. Na sala, olho para ver se encontro o Hugo, mas não o vejo; pego minha chave e saio de casa. Indo na garagem, pego o carro que a Bruna tanto ama e saio de lá, indo para a delegacia.

(.....)

Assim que entro, me incomodo com os olhares que recebo, mas sigo em frente, querendo me virar e mandar todos para puta que pariu. Povo chato do inferno. Me encaram como se eu fosse um fantasma.

Sem bater, entro na sala e vejo cinco oficiais: Fabiano, Samuel, Lucas, Max e o meu superior. Entro, fecho a porta e me sento ao lado dos meninos.

-- Caveira! Como é bom te ver. – Tales sorri de lado.

Tales Miller, 40 anos, casado, tendo dois filhos, sendo gêmeos. Negro, cabelo cachado e longo, boca carnuda, olhos escuros e de porte grande, o famoso rato de academia. Ele é o meu superior, sendo o coronel, enquanto estou abaixo dele, com o cargo de tenente-coronel.

Ele é bem calado, não fala de sua vida, somente dos filhos e esposa, ninguém mais sabe mais nada dele, até mesmo em sua ficha está quase em branco. Tendo somente uns 13 anos para cima, algo dele, mas bem vago.

Mas notei que algo estava diferente; ele me olhava mais sério e com uma certa frieza, e fico confuso por isso, já que sempre conversamos; ele que me apresentou os meninos.

Por que esse comportamento agora?

-- Posso dizer o mesmo, Tales. – Falo.

-- Bom, o meu chamado aqui é mais que óbvio. Não assinamos a sua demissão, somente te afastamos por um tempo, esperando você melhorar e veja só. – Aponta dando um mínimo sorriso.

O que deu nele?

-- Sendo direto e reto. – Olha para Lucas de relance que o encarava. -- Queremos que você volte para o seu cargo. -- Diz, fazendo o homem ao seu lado levantar. – Sente-se, Lucas. –

-- Como assim querem ele de volta no cargo que ele perdeu?— Pergunta irritado.

-- Ele não perdeu, somente teve uma licença, um afastamento temporário. Quando entrou no lugar dele, já sabia sobre isso. Agora sente-se, majo. – Manda entre dentes, o encarando com frieza.

Lucas fica por mais um tempo em pé, mas logo se senta e Tales volta sua atenção para mim.

-- O que me diz? – Pergunta sendo direito.

-- Para ser sincero, não sei. – Do de ombro.

-- Como assim, não sabe, Murilo? – Samuel se exalta um pouco. – Vou ligar para a Bruna. – Ameaço e reviro os olhos.

De canto de olho, vejo o coronel se remexer na cadeira ao mencionar o nome da pequena. Endurecendo mais ainda a expressão. O que deu nesse homem?

-- Se casou, Delegado? – Pergunta com uma certa arrogância, usando o meu segundo título.

-- Não. Eu ... – Fabiano me corta pegando o celular e colocando no ouvido.

-- Alô? Bruna? Então... – Dou um soco de leve e ele ri.

-- Aí, Max. Então a pista está... Brincadeira, brincadeira... – Diz erguendo as mãos em rendição.

-- Olha, Tales. Eu agradeço, mas não sei se volto. – Falo sério, para ele ver que estava falando a verdade.

-- Você é bom, Murilo. Não sei se está sabendo o que rolou nesses um ano e alguns meses que está longe, mas os pés de barro estão fazendo mais assaltos, o morro ficando mais violento, e teve dois carros do IML saindo de lá. Uma foi uma criança e a outra foi sua mãe. – Desvio o olhar.

Fiquei sabendo, além da TV que informa, Samuel me deixava atualizado com alguns acontecimentos.

-- Estão tendo mais armamentos, temos que saber de onde essas armas estão vindo. – Os homens ao meu lado confirmam. – Um delegado quase morreu, e não faz muito tempo, um dos melhores, o delegado Martin. – Encolhe os dedos.

-- Claro que ele sabe, a mulher dele é irmã do delegado. – Fabiano informa, olhando para sua roupa, tentando tirar algo dali.

-- Irmão, pense bem. Vai ser bom para você. – Fabiano tries. – Duvido que consiga ficar sem fazer nada. Você não fica quieto nem por dez minutos, que dirá para a vida toda. – Reviro os olhos.

-- Mas não disse que iria ficar quieto. Tenho a opção da civil, é mais tranquilo. – Falo somente para os provocar.

-- Os nossos concorrentes? --

-- Tá tirando, Murilo? –

-- Quer calma, vai para o asilo. – Os três dizem ao mesmo tempo, me fazendo rir.

-- Aumentamos para trinta. – Volto a minha atenção ao homem à minha frente.

-- A questão não é dinheiro, Tales. – O mesmo suspira. – Olha .... --- Bufo. Droga! – Serão as mesmas regras de antes, nem mais e nem menos, pegar ou largar. – Falo e os três comemoram.

-- Já sabia que iria falar isso. – Fala e dá de ombros. – Por mim, tudo bem. – Puxa a gaveta e pega algo de lá, mostrando um distintivo. – Bem-vindo de volta, coronel Montenegro. – Se levanta. – Começa amanhã. Boa sorte, rapazes. – Diz e sai da sala, mostrando que muitos oficiais estavam próximos, mas viram, ou voltam a fazer o que estavam fazendo. Sem dizer nada, Lucas se levanta e sai da sala, batendo a porta, e isso faz os meninos rirem.

-- Livre, finalmente livre da tirania daquele homem. – Samuel levanta as mãos para cima.

-- Já estava para começar a chorar com ele. Ficar em posição fetal, enquanto me balanço e peço a Deus para me livrar dele. – Fabio entra na brincadeira.

-- Vocês são dramáticos. – Max dá risada. – Mas em parte, concordo. – Confessa.

Acordo assustada e olho para os lados, me sentando na cama e passando a mão no rosto, me sentindo ainda sonolenta

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Acordo assustada e olho para os lados, me sentando na cama e passando a mão no rosto, me sentindo ainda sonolenta. Olho para o meu corpo, vendo que estava nua ainda.

Ouço novamente o celular tocar e olho na direção, pego-o e solto um suspiro ao ver o nome que estava escrito.

-- Mãe? É normal comer coisas estranhas na gravidez? Eu posso dar para a Lara o que ela quer? – Pergunta assim que atendo.

-- É normal dormir pelo menos oito horas por dia. E adivinha? Faz uns dois meses e algumas semanas que não estou conseguindo; quer adivinhar o porquê? Não está difícil. – Eu ouço resmungar.

-- Desculpa. É que eu estou nervoso e ansioso para ele chegar. – Sorri.

-- Tudo bem, meu amor. – Suspiro. – É normal sim, pode dar sem problema. – Falo e o ouço falar, fazendo um barulho de nojo. – Depende do que também. – Termino.

-- Ela quer comer, está comendo queijo com peixe por cima e mel e uma pitada de açúcar. – Diz como se não fosse nada.

-- Tira dela, Karlos! – Me levanto rápido da cama, quase saindo, e vou no banheiro. – Que queijo é esse? Ele não-pasteurizado? – Escovo os dentes.

-- O que é isso? – Pergunta confuso.

-- Tira isso dela, não a deixe comer mais. Tudo, o peixe, queijo e açúcar. Ela não pode comer essas coisas. – Vou no closet do Murilo. – Leve ela no hospital, o mesmo que fui com seu pai, nos encontramos lá. – Falo e desligo.

Tudo que uma grávida não pode comer. Suspiro e começo a me vestir, não vai dar nem tempo de um banho. Pego o perfume do Delicia e espirro um pouco pelo corpo, calço meu tênis e saio.

Desço as escadas, vejo meu tio na sala e, antes dele dizer algo, saio para fora. É com esse menino que vou enlouquecer. Não basta o pai.

(....)

Assim que chego, vou para entrar e noto um homem grande bem na porta fumando, e ele me parece familiar, mas não consigo o reconhecer bem.

Assim que ele me nota, para o que estava fazendo, e me encara de um jeito intenso e penetrante, como se pudesse ver a minha alma. Ele é negro, cabelo longo e cacheado, seus olhos escuros e me lembrava muito o ....

Saí dos meus pensamentos com o Karlos parando na minha frente, me dando um susto. Me abraçando rápido e beijando meu rosto e costa da mão.

-- Como a senhora está? Está tudo bem? Estava aí parada. – Pergunta preocupado.

-- Estou bem. – Sorrio de lado, mas acabo olhando na direção do homem que continua ali me olhando. – Onde Lara está? – Pergunto mudando o foco.

-- Na sala do médico. – Diz um pouco desconfiado, olhando na direção que estava olhando e vê o homem. – A senhora conhece? – Nego.

-- Não. – Saio meio incerta. – Acho que não. – Balanço a cabeça levemente. – Vamos até ela. – Saí andando para dentro, sentindo o seu olhar ainda em mim.

Fomos direto para a sala que eles estavam e encontrei o mesmo doutor que me deu o resultado do ben.

-- Doutor. – Sorrio e aperto sua mão.

-- Olá, senhorita Bruna. – Solta minha mão. – O que a senhorita é do paciente? – Quando vou responder, Karlos toma a frente.

-- Minha mãe. – Responde sério.

-- Entendo. — Diz e coça a garganta. Olho com um olhar repreendo Karlos, que dá de ombro.

-- Já faz viu se causou algo nela, doutor? – Pergunto.

-- Então, enfermeira. Eles não me disseram até agora o que a moça ali tem. – Deixo meus ombros caírem.

-- A Lara comeu queijo, peixe cru e provavelmente um bocado de açúcar, tudo junto. – Explico. Fazendo careta, ele se levanta, entendendo a situação.

🌟....

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