CAPÍTULO 54

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ssim que chegamos, paramos um pouco afastados de onde estava dando o rasteio e saímos adentrando a mata, enquanto o velhote ficou por lá, mesmo contra sua vontade, mas entendeu que não tem como ficarmos de olho nos homens a nossa frente e nele ao mesmo tempo.

Pelo lado de fora, tinham quatro homens, dois na frente e dois atrás. Faço sinal para dividirmos as equipes e, com a minha, vou para o lado de trás, enquanto Talles vai com a dele pela frente, sendo o primeiro a atacar, e falo logo em seguida quando os homens se distraem e viram para ver.

Atiro na perna do primeiro, com os homens comigo fazem o mesmo; como aqui é uma cabana, tem duas entradas e entro chutando a porta, mas vou para o lado e puxo o homem que me seguiu junto, vendo ele resmungar de dor e sei que tomou um tiro.

Reviro os olhos e me viro para ele, vendo sua mão na perna, o sento e faço pressionar o ferimento e aponto para um que estava próximo de mim. Me levanto com a arma apontada e, quando olho na direção, não perco tempo e atiro no ombro ao vê-lo colocar mais munição.

Avanço com cuidado, mirando para todos os lados, e fico confuso um pouco por ter poucos traficantes aqui. Vou abrindo as portas que tinham aqui, ouvindo os disparos logo à frente, e atiro em um que estava de costas, mirando no Talles e seus homens.

Atiro, mas não para matar, e o vejo caindo no chão, gritando pela dor, e sorrio de lado, chutando a arma que ele estava segurando.

-- Não tem mais ninguém nessa casa. – Um dos homens diz e nego.

-- Tem que ter mais algum cômodo! O rastreio deu aqui. – Falo irritado já.

-- Eles devem ter pegado dela, Murilo. – Bernardo diz, olhando tudo ali. – Somente tem drogas e bebidas aqui. Os quartos estão vazios, a cozinha não a ninguém. Onde mais eles ... – Um tiro é disparado e eu me abaixo com os vidros quebrando também.

Miro para fora e atiro, vendo uns 5 ali, e é óbvio que estavam atirando para matar qualquer um que estivesse na casa. Me abaixo novamente e olho para o lado, vendo Bernardo com os olhos fertilmente fechados e a mão no pescoço, e vejo sangue descendo pelo seu braço.

-- Bê? – Benjamin se aproxima dele ainda abaixado e tira a mão dele para colocar a sua e preciosa com uma certa força no local. – Fique acordado. – Manda.

Vou indo para a porta e começo a atirar em todos, não me importando mais em manter eles vivos.

-- Um está correndo para o leste. – Talles diz, mas vi que não queria sair de perto do irmão.

-- Eu vou. — falo me levanto e corro para os fundos, saindo pela porta, e corro na mesma direção que o homem foi e atiro ainda correndo assim que o vejo logo à minha frente.

Quando olho para frente, vejo uma mini casa e não tinha ninguém na frente. Faço o máximo para deter aquele homem e, assim que o atingi na costa, me aproximo dele e noto que acertei em sua nuca, morrendo na hora.

Olho para a casa logo à frente, me aproximo a passos calculados e assim que chego na entrada, ouço pequenos gritos e gemidos de dor. Sem pensar direito, sendo levado pelo desespero, entro e olho tudo de pressa, seguindo o som, indo para um quar… ao entrar, travo um pouco ao ver ....

Bruna estava no chão presa pelos pés, estava meio que deitada no chão encolhida, com a mão na barriga, e ao olhar para baixo, vejo o sangue saindo pelo meio de suas pernas.

Seu rosto estava ferido e avermelhado, assim como algumas, se não todas as partes do corpo feridas. Me aproximo dela e, quando a mesma me olha, seus olhos brilham, mas olha para trás de mim e arregala os olhos; os consigo ver que estavam marejados.

Sentindo aproximação atrás de mim, me desvio no momento em que Samuel ia me atingir com uma faca no meu pescoço e o mesmo me encara sério, mas com um sorriso debochado nos lábios.

-- Eia, chefe. Peguei emprestado a sua mulher... Ou ex? – Me rodeia, mas por uns minutos me distraio com Bruna e meu braço arde. – Não se distraia, isso pode causar a sua morte. – Zomba.

Não falo nada, mas largo a arma que estava e fico em posição de luta. Sei que ele nunca foi bom de luta corpo a corpo, sempre ficou abaixo do max, mas de faca, ele é em primeiro lugar.

-- Está me subestimando com armas?— Pergunta.

-- Você nunca foi bom com elas, sempre tinha que ficar na frente do alvo para algo. – Vendo raiva nos seus olhos, ele avança para cima de mim.

Bato com a minha mão no seu braço que está a arma e chuto atrás de seu joelho, fazendo-se desequilibrar um pouco, e aproveito dando um soco no seu rosto, mas desvio para trás quando faz um movimento com a faca quase me atingindo.

-- Já perdendo suas forças, Samuel? Não se ajoelhe para mim, fica patético. – Era minha vez de zombar.

-- Desgraçado! – Avança novamente e desvio, dando um chute em sua barriga e vou para dar um soco, mas me distraio com o resmungo de dor da Bruna e sinto meu ombro esquentar quando sou atingido no mesmo.

Gemo de dor e o afasto, pegando o objeto que usou para ferir o meu ombro. Tenho que fazer algo contra ele agora, ou ela vai perder mais sangue.

Não irei perder a minha filha por conta desse merda!

-- Só um sai vivo daqui, chefe. -- Confirmo o encarando.

-- Você nunca aprende, não é? -- Reviro os olhos quando ele novamente avança contra mim, me desvio para o lado antes de dar um soco em seu rosto e segurando os dois braços, o viro de costas para ela...

Em um movimento de baixo para cima, enfio a faca na sua garganta, vendo seus olhos se arregalarem e cuspindo um pouco do sangue. Não quero saber o porquê ele fez isso, não quero explicações no momento em que vi ela toda ferida.

Solto ele e o mesmo cai de joelhos, indo para o chão logo em seguida já morto, passo por cima dele e vou até a mulher quase inconsciente no chão e me abaixo, tocando seu rosto um pouco gelado.

-- Bruna? Bruna, permaneça acordada. Amor. – Vou para os pés dela, tirando aquilo que a prendia com uma certa dificuldade.

Pego ela no colo e resmungo de dor no ombro e saio apressado com ela, não me importando que estava me sugando de sangue. Olho para ela e a chamo, vendo seus olhos abrindo levemente.

-- Você tem que ficar acordada. – Lágrimas sólidas descem pelos seus olhos. – O neném está em casa, já. – Tento chamar a sua atenção para ficar acordada. – Acha que ele não foi muito com a cara do Hugo. – Ela dá uma risada baixa. – Lara quase perdeu o bebê. – Me encara. – O médico disse para ter cuidado na próxima, porque pode ser pior. – Vejo a cabana que estava com seus irmãos, mas somente vejo os policiais prendendo os traficantes que sobraram. – Karlos ficou em coma e sabe? Eu acho até melhor assim. – Confirma lentamente. – Sei que fui um idiota e peço desculpa por isso... Poderia ter me contado que teremos uma filha juntos... Sabe como o seu irmão me castigou esse um mês todinho? –

Olho para ela que encarava a barriga e aperto com delicadeza ela contra mim. Suspiro e beijo sua cabeça, sentindo meus olhos marejarem por ver ela assim e saber que posso perder um filho sem mesmo o conhecer ainda.

Quando vejo o camburão, Benjamin estava do lado de fora e a porta aberta, mostrando seu pai ao lado do corpo do Bernardo que estava deixado no banco, mas quando os dois nos notam, arregalam os olhos e Benjamin vem na minha direção, mas nego informando que não era o momento.

Próximo da porta, meu sogro encarava a filha e chamava a sua atenção, vendo o mesmo entre a cruz e a espada, vendo se continuava tratando o filho que estava sangrando muito ainda ou a filha em meus braços.

-- Bru...na. – Bernardo olha para o pai e confirma lentamente.

O velho se afasta um pouco e faz um sinal para eu colocá-la no outro banco, deitada, e me afasto um pouco para ele começar a tratá-la.

Saio para fora ainda os olhando e coloco a mão no ombro e pressiono para parar de sangrar e suspiro.

-- Cadê o Talles? – Pergunto, indo para o lado do motorista, enquanto ele se senta ao meu lado.

-- Foi atrás de você depois de deixar Bernardo aqui. Falou que podemos ir se chegássemos aqui. – Confirmo e ligo o carro, ouvindo a porta de trás se fechar.

Tem que dar tempo de chegarmos no hospital.

(.....)

Assim que chego, paro de qualquer jeito e saio às pressas, abro a porta dos fundos e entro, vendo tanto Bernardo desmaiado e Bruna lutando bravamente para se manter acordada e a pego no colo depois do seu pai tirar os fios que estavam nela.

Desço com cuidado e corro para dentro, vendo alguns enfermeiros e médicos vindo em nossa direção. Coloco-a na maca e os enfermeiros saem com ela pelo corredor; tento ir para lá, mas um me segura.

-- O senhor tem que cuidar desse ferimento. – Diz, mas não estava prestando atenção nele.

-- Gustavo? Ajude aqui. – Outros entram com Bernardo em outra maca.

Saio na direção que levaram ela e os procuro, vendo em uma sala e colocando fio nela, um médico se aproxima, coloca uma luva branca e fica próximo dela, mas um enfermeiro fecha a porta.

Me sento na cadeira ali em frente e abaixo a cabeça, colocando as mãos na mesma e faço algo que nunca fiz na vida, oro. Peço por ela e um filho.

(.....)

Abro os olhos ao sentir ser tocado e assim que faço isso, vejo tudo turvo e suspiro balançando levemente a cabeça. À minha frente estavam Talles, seu irmão e pai.

-- Você tem que cuidar desse ferimento, Murilo. – Meu sogro diz-me repreendendo.

-- Só saio daqui depois de saber dela. – Deixo claro.

-- Não vai saber de nada se tiver desmaiado. – Briga.

-- Não vou sair daqui. – Repito. – Como está Bernardo? – Pergunto. Devo ter apagado por completo depois de esperar por uma hora e meia.

-- Ele vai ficar bem, não foi profundo. – Confirmo olhando para a porta que ela entrou. – Todos que sobreviveram foram presos, Samuel fugiu e está sendo procurado. – O encaro confuso. – Ele fugiu. – Talles repete sério, e ali eu entendo.

Ele viu o corpo e, assim como ele, eu sei que se a polícia encontrá-lo daquele jeito, eu responderia, mesmo que fosse por um crime que ele cometeu. Aquilo que eu fiz, o modo que o matei, seria interpretado como uma execução.

Não sei o que ele fez com o corpo, mas também não quero saber e o encaro agradecendo com um aceno de cabeça.

-- Liguei para o meu tio e o mesmo está vindo. – Olho para Benjamin. – Estava me ligando muito, disse que você não estava atendendo. – Dá de ombro.

Somente suspiro, me sentindo cansado e um pouco tonto, sabendo que a qualquer momento poderia desmaiar pela perda de sangue.

-- Faz quanto tempo que ela está lá dentro? – Pergunta se sentando ao meu lado.

-- Apaguei quando tinha passado uma hora e meia. – Ele confirma.

(.....)

Ouço um choro de bebê me tirando dos pensamentos e olho para o lado, vendo o Hugo vindo até nós, encarando a criança no seu colo de tédio.

-- Como eles estão? – É a primeira coisa que pergunta ao parar na nossa frente.

-- Bernardo está dormindo agora para poder se recuperar, e a voz dele pode ser afetada um pouco, talvez. Levou 13 pontos, por pouco não acertou a garganta também. – Hugo faz careta. – Não temos notícia da Bruna ainda. -- Informa o irmão.

-- Murilo? Toma a sua criança. Ele dormiu por alguns minutos, mas acordou, me acordou, acordou o cachorro e os vizinhos. – Me estica o neném.

-- Que cachorro?—Pergunto.

-- O que eu dei para ele aos 17 anos. 17 anos, ele já tem bastante maturidade. – Confirma e o encaro.

-- Ele ainda não tem 17 anos, Hugo. Sabe que não gosto de cachorro em casa. – Reclamo.

-- Ainda, ele não tem, mas um dia terá. E o cachorro não é para você. Para de ser chato e você tem um grande quintal. – Diz sorrindo. – Toma, toma... –

-- Não dá para mim pegá-lo, estou sujo de sangue. – Falo e o bebê vai parando de chorar, me levanto, paro alguns minutos pela tontura, mas vou até ele e sorrio ao olhá-lo.

-- E perdendo também, pelo jeito. – Olha para o meu ferimento. Quando vou p responder, a porta à nossa frente é aberta e o médico, ao sair, toma um susto com todos na frente dele e o encarando. -- Como está a Bruna? Perdeu as minhas netas? Perdeu muito sangue ...-- Talles toca em seu ombro para deixar o médico falar.

-- A dona Bruna sim perdeu muito sangue, tem muitos ferimentos pelo corpo, teve a costela trincada, um ferimento fundo na coxa e somente esperando para ela acordar para ver se perdeu o movimento, mas nenhum osso foi afetado... – Informa e sinto um bolo na minha garganta. – Como a gravidez está no começo ainda, ela…

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