CAPÍTULO 23

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O que era para ser uma sala com familiares da Bruna preocupados com o tal delegado Martin, estão me encarando como se eu que tivesse dado aqueles tiros nele

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O que era para ser uma sala com familiares da Bruna preocupados com o tal delegado Martin, estão me encarando como se eu que tivesse dado aqueles tiros nele.


Estão todos em pé, olhando para mim, encarando na verdade. Bruna saiu há uns 40 minutos, me deixando sozinho em todos ali presentes.

Dois do meu lado esquerdo e dois do meu lado direito. Mas continuo sério e não digo nada, o que agradeço que eles façam o mesmo. Sei que eles são a família dela, mas não vou deixar ser intimidado por eles. Sou ex-delegado, não será uma cara feia que me abalará.

Eles chegaram 30 minutos depois que o tal Bernardo chegou; pelo que vi, ele é policial também. Dois policiais, um advogado e o outro, que achei um pouco afeminado, não sei bem o que é.

Todos de porte grande, intimidaria qualquer um que fosse fraco. Solto um suspiro pela demora e, quando vou andar por aí, vejo a Bruna vindo do corredor. Ela estava com o olhar baixo, seu rosto avermelhado, assim como seus olhos.

Tirando atenção de mim, eles se viram para ela e vão até lá. Continuo parado, isso é assunto familiar.

-- Como ele está, querida? Já foi a cirurgia? Precisa de sangue? Ele ... – Se cala quando Bruna começa a soluçar, mas segurando o choro. – Filha? –

-- .... Ele teve duas paradas cardíacas; uma das balas pegou em uma das veias próximas do coração e teve algumas complicações. Acharam que as balas tivessem atravessado, mas a do peito estava alojada e ... Ele perdeu bastante sangue. – Seca o rosto, solta um longo suspiro. – Ele já saiu, mas não vão poder vê-lo hoje. Ele ainda corre risco de vida, pai. – Olha para o homem ao seu lado direito.

O mesmo homem se senta no banco e coloca a mão na cabeça; seu choro é baixo e sofrido, enquanto os outros se afastam e fecham os olhos com força.

-- Co- como assim? Como não podemos ir vê-lo? Vai lá novamente e veja de novo. Você não é enfermeira? – Bernardo pergunta nervoso e com os olhos avermelhados, mas não chorava.

Ela não o responde, somente fica o olhando, mas vem até mim e sorri de lado, pegando o celular do bolso.

-- Eu vou ligar para o tio Hugo vir te buscar. – Nego.

-- Vou ficar aqui com você, não se preocupe. – Ela não diz nada, se senta ao meu lado olhando para baixo, mas levanto sua cabeça e me olha. – Vai ficar tudo bem, pequena. Não quero ver você chorando... – Sorri de lado. – Fica feia. – Desmancha e fica com raiva.

-- Vai a porra, Murilo! – Me empurra de leve fazendo bico, onde acabo mordendo e lhe dou um selinho. – Que assanhado! Isso não pode, não lhe dei a devida permissão. – Cruza os braços e vira a cara.

-- Não preciso da sua permissão para nada. Faço o que quiser com você. – Se vira para mim e arqueia a sobrancelha.

-- Aah, isso você pode fazer mesmo. – Diz baixinho, somente para eu escutar.

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