CAPÍTULO 55

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-- Ela acabou ficando de riso com as pancadas que recebeu, pode ter causado um dano no feto, mas não conseguimos ver por ser muito recente a gravidez

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-- Ela acabou ficando de riso com as pancadas que recebeu, pode ter causado um dano no feto, mas não conseguimos ver por ser muito recente a gravidez. Mas ele resistiu bem e continua lá. – Solto o ar que nem sabia que estava segurando. – Mas olha, ela pode não chegar no sexto mês de gestação se não tomarem cuidado. O seu lado mais afetado foi no lado esquerdo, e vimos que ali está muito danificado. –

-- Ela .... Mas ela ficará bem, né? Tem uma chance de ela ter gêmeos, acha que pode ter ... – Benedito se cala e suspira.

-- Somente com dois meses podemos ver o embrião, assim como escutar o coração dele também. Mas pela quantidade de sangue que ela perdeu, pode sim ter perdido um dos fetos. – Me sentei ao me sentir tonto e meus olhos escureceram por uns minutos.

– Podemos vê-la? – Benjamin pergunta.

-- Ainda não. Somente amanhã. – Confirma.

-- Obrigado, doutor. – Meu sogro agradece, mas me levanto e saio de lá, indo para outro, querendo me distrair um pouco.

Se eu não tivesse sido cabeça dura. Não deveria ter deixado ela ir embora de casa, no hospital, porra! No hospital. Eu vi que estava com os seios maiores e rígidos. Deveria ter impedido. Agora ela está na cama de um hospital, está com o risco de eu perder a minha filha, ou filhas,

Me arrepio somente de imaginar isso. Graças a Deus, tenho dois para me ajudar se isso vier a acontecer.

-- Senhor Montenegro? – Paro ao ouvir ser chamado e vejo Lara na minha frente.

-- O que você está fazendo aqui? Já não disse para ir para casa? Você tem que descansar, Lara! Quer ter outro aborto? Ouviu o médico, se ter outro, pode não ter mais volta para a criança. – Acabo jogando tudo em cima dela com grosseria. – Me desculpe, menina. Eu só... Estou nervoso. – Falo suspirando.

-- Tudo bem, eu entendo o senhor. – Sorri de lado. – Eu fui para casa já, tomei um banho, comi, dormi e voltei para cá; cheguei quase agora. – Arqueio a sobrancelha e olho para o guarda-costas dela, e ele confirma.

Mesmo eu não gostando do que Karlos faz e deixando isso bem claro, esses caras deixam ela em segurança e sei que somente entram pessoas confiáveis no quarto dele. Isso mostra o quão leais eles são.

-- Como ele está? – Pergunto.

-- O médico disse que ele começou a responder com os remédios e poderá acordar em breve. – Somente confirmo e cambaleio para o lado. – O senhor está bem? Murilo? – A voz dela começa a ficar distante e não consigo me manter mais de pé, indo ao chão, não vendo mais nada.

(....)

Acordo ouvindo um bip no meu ouvido e assim que abro os olhos, dou de cara com um teto branco e ao olhar para o lado, tomo um susto com a porra do garoto ao meu lado.

-- Demora para acordar, hein cara. – Diz emburrado.

-- Deixa eu te dar uma facada no ombro, garoto. – Reviro os olhos.

-- Como sabe que sou eu? – Pergunta confuso.

Viro minha cabeça para ele e arqueio a sobrancelha, desacreditado com o que perguntou e dou risada baixa.

-- Você acha que rapando o cabelo, é um bom disfarce que não dá para reconhecer? – Pergunto achando graça.

-- Eu passei pelos canas e eles não disseram nada. – Da de ombro.

-- Quem? Fabiano e Maxon? – Zombo e o mesmo fica quieto. – Que roupa é essa? – O encaro de cima a baixo.

-- Gostou? Tô bonitão, né? O problema é que estou muito cara de mimadinhos; gosto de ser os boyzinhos, não. – Reviro os olhos. – Além do mais, não disse, né? Meu nome é Vinicius, 23 anos e ex-dono do morro. Satisfação aí. – Bate no meu braço, mas gemo de dor. – Foi mal, mano. – Sorri, torto.

-- Saiu do morro? Por quê? – O encaro.

-- .... – Dá de ombro, mas vejo seus olhos marejarem e abaixa a cabeça. – Perdi o meu irmão, cara. Não tive nem a chance de ver ele sendo enterrado, ou se foi mesmo. – Sorri de lado. – Estava naquela vida ainda por ele, dar aquilo que não tive para ele e... Isso aconteceu. – Confirma ainda sorrindo, mas suspira. – Mas enfim, fala aí, como está a nossa gatinha? Faz um mês que não a vejo. – Faz careta.

-- É melhor você tomar cuidado ao falar da minha mulher, garoto. Já disse que você tem a idade do meu filho para ficar dando em cima dela. – Falo irritado.

-- Está bem, pai. Não vou mexer mais com ela... Falo somente para deixá-los bravos. – Dá risada.

Antes de dizer algo, a porta é aberta e por ela entra o Hugo com um bebê chorão todo vermelho. Hugo estava com a cara de tédio e tampões de ouvido.

-- Você vai me dar um aumento. – Me entrega a criança que aos poucos vai parando de chorar e sorrio para ele.

-- Isso se você não tivesse acesso às minhas contas bancárias. – Reviro os olhos. – Ei, garotão. – Passo a mão em seu rosto, vendo fechar aqueles olhos lindos. – Com fome? – Remexe as pernas.

-- Caralho! Que maneiro. O que ele tem? Por que é tão branco assim? Os olhos dele são de verdade ou lente de contato?—Pergunta se aproximando mais, mas tomando cuidado com o meu braço que estava ferido.

-- É um bebê robô. – Falo e o mesmo revira os olhos. – Esse é o Ângelo, meu filho. – O pequeno bebê encarava o menino de um jeito sério e calado.

-- Que le... Eu não tenho a idade dele. – Reclama se afastando um pouco e me encara bravo.

-- Mentalmente tem. – Dou de ombro. – Mas não é desse que estava me referindo. – Suspiro

-- ...... Posso pegá-lo? – Pergunta e confirmo.

Assim que pega o menino, o mesmo faz bico de choro, mas para e pega no dedo do Vinicius, impedindo de chegar em seu rosto.

-- Essa criança é preconceituosa! — Hugo diz cruzando o braço e dou risada. – Todos, TODOS, pegam ele e o que ele faz? Fica quieto. Mas eu? Eu, ele falta arrancar a garganta de tanto chorar. – Reclama.

-- Fala pequeno... Você é feio. – Diz baixinho, mas Hugo lhe dá um tapa na nuca com leveza.

-- Quem é esse menino? Tenho que saber quando for jogar pela janela. – Bufo com a chatice desses dois.

-- Como está ela e Karlos? – Pergunto.

-- Pelo que eu sei, ela acordou, mas não vão poder ver ela. -- Confirmo.

-- E como você sabe que ela acordou? – O garoto pergunta brincando com a criança no seu colo.

-- Perguntei. – Diz como se fosse óbvio, mas sabia que estava mentindo.

-- Esse seu amigo é mentiroso, hein, cana?—Diz o encarando de relance.

-- Não sou amigo dele, sou meio que pai. E você? — Arqueia a sobrancelha.

-- Amante. — Hugo me encara e nego.

Para que Bruna foi ajudar essa porra!

(....)

Me levanto da cama, olho para fora do quarto que está com a porta aberta e vou para o banheiro, vendo que o menino está com o Vinicius. Mas antes pego a bolsa que Hugo trouxe para mim ontem à noite.

Tiro a roupa de hospital que estava e resmungo pela dor que sinto no ombro, ligo o chuveiro e entro embaixo, sendo o primeiro banho decente que não tomei direito nos últimos dias.

Fecho os olhos, deixando a água passar pelo meu corpo, e suspiro. Olho para o nada e as imagens da Bruna sangrando vêm em meus pensamentos, mas dispenso colocando que ela está bem, pelo menos por parte.

No momento, temos que esperar ela ficar melhor, irmos para casa, cuidar dela e de nossa filha e saber se afetou ela em algo.

Quando termino, desligo o chuveiro, uso a minha toalha que trouxe e me visto, tomando cuidado com o ferimento. Escovo meus dentes, saio do banheiro e assim que saio do banheiro, Vinicius já estava acordado olhando para o nada.

Seu olhar perdido e um pouco apagado mostrava o quanto estava sentindo falta do irmão, e aos poucos isso iria ficar o consumindo. Está aqui somente para saber da Bruna.

-- Onde você está morando, garoto? – Para que estou perguntando mesmo?

-- Sabe que tenho 23 anos. Ou seja, um homem. – Me encara.

-- Um irritante, por sinal. – Revira os olhos. – Onde está morando? – Me encara.

-- Embaixo da ponte da rodovia, comendo ratos com os moradores de rua, e quando temos comida, fazemos uma luta para ver quem fica pelo menos com o pedaço de pão. Tomamos banho no rio Tietê. — Faz cara de triste, fungando falsamente e, por fim, faz bico.

-- ..... Você precisa de um psicólogo. – Falo ou encarando e o mesmo me encara por um tempo, antes de dar risada e acabo fazendo o mesmo negando.

-- Acha mesmo que sai do morro de mãos abanando? Eu era o chefe, porra! – Se gaba. – Estou em um apartamento. – Dá de ombro.

-- Seu nome completo? – Me olha atento.

-- Vinicius Charles da Silva... No meu novo apartamento? — Desculpe, e acho aquilo estranho. – Vinicius Charles.... Montenegro. – Paro de ir para o sofá e me viro para ele.

-- O que? – Me aproximo aos poucos dele e o mesmo se levanta se afastando.

-- Calma aí, calma aí, cara... –

-- Está usando o meu sobrenome para as suas trambicagens, moleque?— Pergunto bravo.

-- Trambicagem não. Eu estou pagando. – Justifica-se se afastando mais. – E também, eles estavam me olhando de cima a baixo como se eu não fosse nada e bom... Você é alguém de respeito e me concederam o apartamento, uma suíte, na verdade. Disseram que seria bom ter outro Montenegro no hotel deles, já que também seu outro filho mora por lá. – Fala tudo às pressas.

-- Você vai desfazer isso! – Mando. – Agora. –

-- Vou ficar sem morada, cara. Ter dinheiro e não usar nas coisas maneira da vida é a mesma coisa que usar ele para limpar a bunda. – Faço careta.

-- Não quero saber. Vá para outro hotel e use seu próprio nome. – Falo guardando minhas coisas, vou até o bebê na cama e o pego, enrolando sua manta nele. Ontem tivemos que dar leite forçado para ele.

-- Para de ser chato. – Vem atrás.

Ignoro ele, continuando a andar para o andar que queria, ouvindo seus resmungos e pé batendo como se fosse uma criança birrenta. Chegando no andar da Bruna, vejo seu pai ali sentado conversando com seu irmão e filho, tendo os dois netos gêmeos ali.

-- Falta uns dez minutos para eles liberarem a nossa entrada. – Fala assim que me vê e se levanta, pegando o menino do meu colo.

-- Não acorda ele. – Falo e me ignora, balançando ele e sorrindo.

-- Deixa eu ver, vovô. – O velho se abaixa e mostra. – O cabelo dele é todo branquinho. – Passa a mão.

-- Cuidado, filho. Isso pode machucar ele, aí é muito sensível. – Talles o alerta.

-- Ele parece um senhorzinho. – O outro diz encarando o pequeno.

-- Ele é albino, querido. – O vô responde. – Isso significa que ele vai ser muito branquinho. O cabelo é assim e tem que ver os olhos dele, muito violetas, mas com o tempo, vai clarear e ficar um azul bem claro. – Explica calmamente.

-- Posso segurar ele? – Pede os dois ao mesmo tempo.

Deus me livre ter filhos gêmeos assim.

Os dois falando juntos, fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo, tendo o mesmo pensamento.

Não! Somente a minha menina basta.

-- Ele é muito molengo ainda para vocês o pegar. – Falo e ele me encara emburrado.

-- O papai disse que a titia Bluna está com outro dentro da barriga. Como ele foi parar lá? Ela engoliu? – Todos se encaram, pero graças a Deus o médico aparece.

-- A visita já está liberada, entram somente dois de casa, por favor. Ela está acordada. —

🌟.....

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Ângelo Caleb Martin Montenegro

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Ângelo Caleb Martin Montenegro

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Vinicius Charles da silva

23 anos

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