Capítulo 34

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lho para a mulher à minha frente e sinto minha cabeça doer um pouco; lembro que nem se quer me lembro de ter vivido, vem em meus pensamentos. Fecho por uns instantes para aquela dor aguda ir embora.

-- Amor? – Abro e olho para frente, tirando as mãos da cabeça, onde meus cotovelos estavam encostados nas minhas coxas. – Está tudo bem? – Pregunta preocupada.

-- Sim... Sim, querida. – Sorrio e me levanto, passando na cabeça do meu garoto que estava em seu colo. – Como Miguel está? – Pergunto mudando de assunto.

-- É aquilo de novo? – Soltou um suspiro. Confirmo e prendo meu cabelo. – Anda sonhando com aquilo? –

-- Amor...— Tento, mas ela me corta.

-- Tales! – Bufo e confirmo. – Amor, já disse para ir na psicóloga. – Estralo a língua.

-- Não preciso disso. – Falo sendo um pouco grosso.

-- Amor, você está pesquisando sobre duas pessoas que você nunca viu na vida. Está quase obsessivo sobre esse assunto. – Lê dou um selinho.

-- Não estou pesquisando mais, ok. Disse que iria parar e parei. – Pego o menino de seu colo. – Como Miguel está? – Pergunto novamente.

-- ..... O médico disse que vai ter que ficar em observação, somente indo embora amanhã, talvez. – Confirmo.

-- Pode ir para casa que eu vou ficar aqui com ele hoje, amanhã é a minha folga. – Mesmo relutante, confirma.

-- Vou ficar mais um pouco com ele aqui, depois vamos embora. – Sorri.

Jogo meu filho no meu ombro que dá risada e ando pelos corredores, indo até o quarto que meu outro menino estava. A babá acabou dando amendoim para ele e ele mesmo é alérgico; minha esposa ligou quando estava saindo da delegacia.

Quando cheguei aqui, estava fumando para me acalmar e não esganar aquela babá, mas sei que não foi por querer. Mas a vontade ainda prevalece, e se aparecer na minha frente, o meu sonho será realizado.

Foi quando vi ela chegando, e novamente aquela sensação de que já a conheço preenche meu peito, assim como lembranças que não lembro de ter vivido passam como um filme.

A primeira vez que vi ela, ela estava acompanhada de um homem na cama do hospital. Ele estava com o peitoral e o ombro todo coberto, parecendo uma múmia. Travei por um tempo, foi quando uma forte dor de cabeça me atingiu, assim como vozes me chamando de irmão e choro de bebê.

Nem irmão eu tenho...

Mas nunca vi eles, a não ser naquele dia do hospital, então de onde vinham essas lembranças? Já perguntei para a minha mãe sobre, mas nada ela disse e também ficou um pouco nervosa; achei estranho e comecei a investigar.

Família Martin, sendo pai, Benedito Martin, com 5 filhos, um morreu. Benjamim, o mais velho, delegado, 45 anos e casado.

Breno Martin, 44 anos, advogado, casado e com um filho de 4 anos.

Bernardo Martin, 42 anos, policial militar, solteiro e sem filho até onde o registro mostra.

Brayan Martin, 41 anos, estilista, noivo e sem filhos, sendo dono da sua própria agência.

Bruna Martin, a caçula da família, sendo a única mulher no tanto de homens. Ela é enfermeira, foi mandada embora do hospital por agredir o chefe e tem 30 anos.

Não tem mais nada que isso; o pai deles era médico, mas se aposentou um pouco 3 anos antes de a filha nascer e mais nada. Não mostra se ele foi casado, mas a mãe dos 4 meninos é Paula Silva Martins, que morreu no parto do Brayan.

A mãe da Bruna não tem registro e também não fala se é a mesma mãe dos dois 5, somente mostra no registro que são os dois homens.

Mas seja lá o que esteja em volta dessa família, algo me chama atenção, ainda mais na mulher e no mais velho. Não vi pessoalmente os outros e não veio foto nas fixas deles.

Quero muito saber o que me traz lembranças deles. Talvez a minha esposa esteja certa; estou ficando com uma certa obsessão com isso e tenho que focar na minha família.

-- Eie, campeão. Está melhor? – Pergunto assim que entro e o encontro olhando para o nada de cara fechada. Colocando o outro no chão.

Meus filhos, Miguel e Gabriel Miller, não quisemos colocar nomes compostos neles; basta o arrependimento de colocar nomes bíblicos neles.

Por que crianças com nomes bíblicos são mais bagunceiras? Parece que uns capetinhas estão na terra.

Eles têm 7 anos, são gêmeos quase idênticos, poucos traços são diferentes. Mas uma coisa que dá para diferenciá-los é a personalidade: Miguel é sério e calado, não gosta de ficar abraçando; Gabriel é brincalhão e ama abraços, pode ser até de um estranho.

Eles são minha vida. Acho que a primeira coisa de certo que fiz na minha vida.

-- Melhor. – Diz, sendo curto e rouco.

-- Papai? Posso comer salgadinho? – Gabriel pergunta e nego. – Por favor, já não comi a semana inteira. – Faz bico.

-- A semana nem acabou ainda, bobão. – Seu irmão diz e ele mesmo respira fundo e sorri.

-- Posso?—Ignora o outro.

-- Um. E vai dividir com o seu irmão. – Facha a cara. Ele não gosta de dividir comida.

-- Tá bom. – Vai até a minha bolsa que estava no sofá e pega a minha carteira, tirando de lá dez reais e olhando para a mãe com os olhos piscando.

-- Vamos logo. – Ri saindo com ele.

Assim que eles saem, me sento e encosto a cabeça na poltrona, me sentindo um pouco cansado por hoje. Com o Murilo estando no comando de novo, vou ter mais tempo e ficar mais tranquilo.

Lucas era um idiota em pessoa, fora que dava em cima de todas as oficiais mesmo casado. A mulher dele é outra que detesto; aquela ali é uma mulherzinha fútil e prepotente.

-- Entrou uma moça doida aqui quando a mamãe saiu atrás do senhor. – Olho para meu filho.

-- Ela fez algo contra você? – Nega e confirmo. – O que queria? – Dá de ombro.

-- Entrou, olhou para mim, fez careta e saiu. – Noto um pequeno sorriso nos lábios dele. – Ela é estranha. – Comenta e dou risada.

-- Não pode.... – Ouço passos correndo em nossa direção e logo minha esposa entra correndo desesperada. – Ei? Calma, o que aconteceu? – Me levanto e procuro pelo Gabriel.

-- E-eu não sei onde ele está... Estava do meu lado, mas quando me virei para pegar o salgadinho já não estava... Procurei ele, eu procurei, mas… Toco seu rosto.

-- Calma, eu vou atrás dele. Sabe como ele é. – Tento a tranquilizar. – Fique aqui com o Miguel, já volto. – Beijo sua testa e saio.

Andei pelos corredores olhando tudo, mas não o encontrava. Subo para o andar de cima e assim que saio, vejo ele na frente de uma mulher e a mesma estava abaixada na sua altura, passando a mão em seu cabelo.

-- Gabriel! – Me aproximo dos dois e assim que ele me nota, desfaz o sorriso e se esconde um pouco atrás da moça, essa que já estava em pé. – O que tem na cabeça de sair de perto da sua mãe? Sabe como ela ficou quando não te... – Me calo ao ver quem era.

Quando o médico chegou com os exames, disse que por muito pouco não causou nada de grave, já que não comeram mais que dois dias os alimentos, dando a eles o que podiam ou não comer e ingerir na gravidez, o que estava deixando o Karlos, que nem est...

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Quando o médico chegou com os exames, disse que por muito pouco não causou nada de grave, já que não comeram mais que dois dias os alimentos, dando a eles o que podiam ou não comer e ingerir na gravidez, o que estava deixando o Karlos, que nem está carregando a criança, reclamando.

-- Refrigerante? Como assim? Uma das melhores bebidas. – Suspiro por está escutando isso faz uns trinta minutos. – Fala sério, mãe. Não quero ficar grávido, na verdade, graças a Deus não fico. – Cruza os braços vitorioso e sorriso enorme.

-- Você entendeu bem o que não pode e pode dar, não é? – Pergunto novamente.

-- Sim. – Confirma, mas o encaro bem. – Sim, eu entendi. – Somente resmungo.

Lara estava passando pelo médico de rotina de uma gestante e ela decidiu, junto com o Karlos, saber o sangue do bebê através do exame de sangue. Disse que não aguentaria esperar.

-- O senhor vai querer entrar? Já terminamos os outros exames. – O médico diz.

-- Claro. Mas não é nada do extremo, né? – Pergunta temoroso.

-- Não, senhor. Somente vai saber o sexo e, se quiser, ouvir o coração. – Fala o tranquilizando.

-- Dá para ouvir? – Pergunta surpreso. Dou risada e acho engraçado essa parte ingênua dele. – Vamos, mãe, quero gravar. Pode, né? –

-- Pode sim. – Respondo. – Mas vai lá e curte esse momento que é dos dois. Depois eu vejo pela sua gravação e também pelo DVD que o doutor irá te dar. – Olho para o doutor e ele mesmo confirma.

-- ..... Tá. --- Diz e entra, sorrindo para a esposa que estava deitada na maca.

A porta de consulta se fecha e o elevador se abre, saindo um Homem-Aranha que passa reto. Ouço meu celular tocar e assim que o pego, vejo que é Murilo perguntando aonde estava e que meu tio disse que saí praticamente correndo.

Mando onde estava e tomo um pequeno susto quando vejo um pequeno serzinho em minha frente me encarando.

-- A senhora viu um Homem-aranha? – Quando vou apontar, o encaro e olho em volta.

-- Com quem você está, pequeno? Cadê os seus pais? – Escolhe os ombros.

-- No quarto do meu irmão. – Fala simples.

Me levanto e pego em sua mão, querendo levá-lo para o elevador e procurar os seus pais.

-- Não. Tenho que ver o Homem-Aranha. – Puxa um pouco a mão.

-- Não pode ficar andando por aí sem um adulto. – Me abaixo na sua altura. – É um menino muito lindo para depois ficar chorando querendo seus pais. –

-- Não choraria. Papai disse que tem que ser forte. – Cruza os braços.

-- Eu choraria. Choraria muitão. – Faço bico e ele sorri, passando a mão no meu cabelo.

-- Porque você é uma princesa, princesas podem chorar. Príncipes e reis não, eles têm que ficar fortes para cuidar das suas princesas e rainhas. -- Diz confirmando com a cabeça.

-- Posso te levar para a minha casa? Prometo que como doces todos os dias. – Ele continua brincando com o meu cabelo e dá risada.

-- Não… --- Diz rindo e abaixo a cabeça. – Papai e mãe, junto com meu irmão sentirão saudades de mim. Eles não vivem sem eu. – Fala convencido.

Dou risada e passo novamente a mão na cabeça dele, e é quando ouço uma voz grossa que chega, arrepiar, atrás de nós e vejo o menino desfazendo o sorriso e indo um pouco para trás de mim.

Assim que me levanto e me viro, tenho a surpresa de conhecer o cara; ele é o mesmo que vi da primeira vez e há uns minutos atrás, quando cheguei aqui. Os olhos dele não eram claros?

Devo estar fumando, não é possível.

Ficamos nos encarando, sem falarmos nada, cada um analisando o outro, e algo em comum que notei é que começamos pelo mesmo lugar, os pés.

Mas não é como se olhasse a pessoa de baixo para cima, mas sim, cada lugar aleatório. Pé, ombro, pescoço, cabelo... Algo totalmente aleatório.

-- Desculpa, papai. – A voz do menino nos tira do transe. – Eu vi o homem aranha e quis falar com ele. – Dá de ombro.

Ouço a porta do elevador se abrindo novamente e, da mesma, o Murilo passa e, quando vê o cara na minha frente, fecha um pouco a expressão.

-- Algum problema?—Me pergunta e para ao meu lado, colocando a mão em minha cintura, mas suaviza um pouco quando olha para o homem em nossa frente. – Colonel Miller. – O cumprimenta. – Algum problema? – Volta a perguntar, mas o olhar do homem não sai do meu rosto.

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