Agosto, 2028.
...POV Narrador.
Dizem que nem todos os amores são flores, mas já se imaginou na pele daqueles que vivem um amor proibido? Que jamais poderão se expor, temendo o que pode vir à tona? Dentro da vila olímpica, havia mais do que apenas atletas de elite e competições acirradas. Existiam segredos, aqueles que permanecem escondidos nos cantos mais sombrios e nos olhares que duram um segundo a mais do que deveriam.
Diversos amores proibidos floresciam ali e aqui, escondidos entre sorrisos discretos e encontros rápidos nos corredores. Alguns diriam que essas paixões eram tolices, que deveriam ser deixadas de lado em nome de algo maior, mas para quem vivia esses sentimentos, o amor proibido não era sobre o que não deveria ser vivido, mas sobre o que não podia ser descoberto.
Na vila, cada abraço às escondidas, cada troca de olhares, carregava o peso do que poderia acontecer se alguém descobrisse. Não eram apenas as normas sociais da vila que mantinham esses romances nas sombras, mas a promessa de que as coisas ficariam complicadas demais se viessem à tona. Havia mais em jogo do que corações quebrados; havia carreiras e reputações.
Era nos treinos antes do amanhecer, nas conversas baixas no refeitório, nos toques rápidos que passavam despercebidos pelos outros, mas que faziam os envolvidos arderem de desejo. E embora os momentos de silêncio fossem os mais envolventes, o que realmente fazia cada segundo valer a pena era o risco. O coração batia mais forte, não apenas por causa do esforço, mas pelo medo de ser visto, pela adrenalina.
Mas dentro da vila olímpica, existia um amor proibido que jamais deveria acontecer. Esse amor acontecia nas sombras, entre quatro paredes brancas e frias, da cor de gelo, escondido de todos os olhares e julgamentos. Não era nos quartos dos atletas, nem nos cantos escuros das escadas, mas sim dentro de um consultório, onde os sussurros eram abafados e as paredes guardavam segredos que ninguém jamais poderia imaginar.
Em todas as noites, as câmeras eram desligadas. Era um lugar diferente, clínico, onde o cheiro do álcool se misturava com a adrenalina e o calor dos encontros clandestinos. Ali, em meio aos equipamentos de treino e às mesas de exame, nascia uma história de amor que, se descoberta, poderia chocar até os mais liberais.
Entre beijos urgentes e carícias desesperadas, duas moças se agarravam contra uma das paredes, sedentas, mas sem poder fazer alarde. Cada toque era furtivo, cada suspiro era contido, como se o próprio ar pudesse traí-las. Os dedos se entrelaçavam nos cabelos, e os lábios se encontravam com uma grande intensidade.
O consultório, normalmente um espaço de recuperação, tornava-se um santuário privado onde o proibido se transformava em libertação. Era ali, onde ninguém as esperava, que elas se entregavam uma à outra, sem máscaras, sem medo, pelo menos por alguns minutos, antes que o mundo real voltasse a bater à porta.
As mãos exploravam a pele como se cada toque fosse uma descoberta nova, uma promessa não dita, enquanto os corações batiam em um ritmo descompassado, guiados pelo desejo de permanecer ali, naquele refúgio secreto, por mais um momento. Não havia ninguém para julgá-las, apenas o som de suas respirações ofegantes.
Era um amor que jamais deveria ter começado, que vivia escondido, sufocado pelo medo de ser descoberto. Mas ali entre as paredes frias do consultório, o que importava não era o que deveria ser, mas o que era um amor tão real quanto proibido, tão intenso, onde cada encontro poderia ser o último, e cada beijo, uma despedida silenciosa.
Quando se separaram, Chloe e Nicole se encararam intensamente, o azul dos olhos de Chloe confrontando o castanho de Nicole. O consultório parecia mais gelado do que nunca.
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Ondas e Pódios - Julia Soares.
FanficS/N Peña, uma brasileira de 21 anos, é uma jovem estudante de Direito, sargento e pilota da Aeronáutica Brasileira. Além de tudo, ela é convocada para ser nadadora e representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de 2027 no Peru. Durante uma entrevis...