Ondas e Pódios - Julia Soares.

Cap 15: "Admirador."

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O nome Júlia escrito em itálico será de Júlia Bergmann.

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Agosto, 2027.
Quinta-feira.
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POV S/N Peña.

O treino de hoje era diferente. Eu não estava sozinha na piscina, mas junto com o restante da equipe. Todos nós quatro iríamos participar da prova final. Era como se todos soubessem que, embora cada um de nós estivesse lutando por si mesmo, estávamos todos unidos por um objetivo comum: vencer.

Começamos o treino com um aquecimento leve, nadando várias vezes ao longo da piscina em um ritmo constante, sentindo a água nos envolver e preparando nossos corpos para o que estava por vir. Depois do aquecimento, fomos direto para os treinos de resistência. O João, sempre atento, estava nos observando de perto, corrigindo nossa técnica, ajustando detalhes e incentivando cada um de nós a ir além do que achávamos possível.

Fizemos séries intensas de nado livre, intercalando com sprints explosivos que deixavam nossos músculos queimando e os pulmões implorando por mais ar. A água parecia pesar mais a cada volta, mas a presença dos meus companheiros de equipe ao meu lado me dava forças para continuar. Trocas rápidas de olhares e acenos de cabeça, mesmo que silenciosos, eram suficientes para nos lembrarmos de que estávamos juntos nessa.

João nos fez focar em nossos pontos fortes e corrigir qualquer falha que pudesse comprometer nosso desempenho na final. A repetição incessante de cada movimento, cada virada, cada braçada, fazia parte de nossa rotina. Nós nos desafiávamos, tentando superar nossos próprios tempos e, ao mesmo tempo, nos certificando de que nossa técnica estava perfeita.

João nos chamou para a beira da piscina, onde nos deu instruções detalhadas sobre o que faríamos a seguir. Ele sempre tinha uma visão clara do que cada um de nós precisava melhorar, e hoje não foi diferente.

- Vamos, pessoal, vamos acertar essas viradas e saídas. Isso pode fazer toda a diferença na prova. - ele disse, com aquela autoridade calma que nos fazia respeitar cada palavra.

Voltamos para a água e, um a um, começamos a praticar. As viradas eram rápidas e precisas, mas João estava atento a cada detalhe, corrigindo ângulos, posições das pernas e dobras dos corpos. Fiz várias viradas, cada vez tentando corrigir o que ele havia apontado.

Após várias séries, finalmente chegamos ao final do treino. Estávamos exaustos, mas havia um sentimento de satisfação por termos dado tudo de nós. Enquanto eu saía da piscina, tentando recuperar o fôlego e me preparando mentalmente sabendo que a próxima vez que entraria na água seria para competir. João se aproximou de mim com um sorriso divertido nos lábios.

- S/N. - ele começou, com aquele tom de voz que sugeria que algo estava acontecendo. - Parece que você tem um admirador e uma irmã ciumenta observando você durante todo o treino.

Olhei para ele, surpresa.

- O quê? - perguntei, sem entender direito o que ele queria dizer. Então, segui seu olhar em direção à arquibancada e vi quem estava ali.

Lukas estava sentado, observando-me com um sorriso de lado, e ao lado dele, Júlia Bergmann, sua irmã, que estava com os braços cruzados, mas tinha um semblante tranquilo e divertido. Lukas acenou para mim, e eu senti um rubor subir ao meu rosto. Devolvi o aceno com um sorriso envergonhado, apontando para o vestiário e me apressando para sair da vista deles.

- Ah, entendi. - murmurei para João, que riu baixo.

- Vai lá falar com eles. - ele sugeriu, dando uma piscadela.