Cap 36: "Fica comigo..."

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S/A - Significa seu apelido. Desta maneira, será utilizado para apelido da Júlia.

S/A - E desta forma, para apelido dos amigos.

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Junho, 2028.
Quinta-feira.
...

POV S/N Peña.

Havíamos chegado de madrugada na vila olímpica, todos tentando manter o máximo de silêncio possível enquanto íamos para os nossos dormitórios. Extrapolamos um pouco hoje, e por sorte, ninguém da organização ou da segurança fez muitas perguntas. João e Jade conseguiram transformar a situação em algo mais tranquilo, pro nosso alívio.

Para a minha tristeza, Mafê ainda não havia chegado em Los Angeles, então eu me preparava para passar a noite dormindo sozinha. Tinha acabado de sair do banho quando ouvi batidas na porta, o que me fez estranhar. Caminhei até lá e abri, dando de cara com Júlia.

- Oi... O que tá fazendo aqui a essa hora? - perguntei, confusa, observando seu rosto.

- Você disse que eu saberia onde te encontrar, lembra? - ela respondeu, com um pequeno sorriso nos lábios, mas seus olhos... Ah, seus olhos estavam carregados de algo mais profundo.

- Tá precisando de alguma coisa, Júlia? - questionei novamente, dando um passo à frente e espiando o corredor, antes de dar espaço para que ela entrasse.

Ela hesitou por um instante, como se procurasse as palavras certas.

- Fica comigo, por favor... - sua voz quebrou no final, demonstrando vulnerabilidade. - Só por uma noite... Me deixa lembrar de como era estar nos seus braços.

Eu senti o peso das suas palavras enquanto nossos corpos se aproximavam ainda mais. Júlia estava ali, na minha frente, pedindo para ficar, para relembrar o que tivemos. E eu? Eu estava vulnerável, entre a razão e o coração, tentando decidir se ceder a esse momento seria o certo. Eu fiquei imóvel por um segundo, processando suas palavras. Eu tenho consciência dos defeitos que ela tem, mas acho ela perfeita como nunca achei ninguém.

- Não faça com que eu me arrependa disso, Júlia. - minha voz saiu firme, mas meu coração batia rápido enquanto eu a puxava pela cintura, trazendo-a para dentro do quarto.

Fechei a porta atrás de nós e a coloquei contra a madeira fria, nossas respirações misturadas no pequeno espaço entre nossos rostos. Minhas mãos encontraram seu corpo, apertando sua cintura enquanto seus braços se envolviam ao redor dos meus ombros, me puxando para mais perto.

Olhei em seus olhos, cada detalhe gravado em minha memória. Júlia sempre foi uma parte de mim que eu não conseguia apagar, por mais que tentasse. Ela sempre conseguiu me alcançar de uma maneira que ninguém mais conseguia.

Revirei os olhos antes de ceder ao impulso que me consumia e grudei meus lábios nos dela. Eu me sentia como se estivesse voltando no tempo, revivendo o meu primeiro amor, o primeiro beijo, todas as emoções que só Júlia conseguia despertar em mim. Eu não sei o que havia acontecido com Júlia nos últimos meses, mas ela estava diferente, estava determinada. Eu gosto disso, gosto dessa confiança em me ter de volta, mas isso não apaga os erros do passado.

Ela me puxava pelo colarinho da blusa com uma intensidade que quase me desarmava, como se estivesse desesperada para se fundir ao meu corpo, como se eu fosse a única coisa que a mantivesse sã. E, talvez, eu fosse. Júlia, por um milagre, havia se apaixonado por mim, e ela ainda era a minha pessoa favorita. Talvez, não fosse assim que nossa história acabava, talvez, fosse assim que ela recomeçava.

Ondas e Pódios - Julia Soares.Onde histórias criam vida. Descubra agora