Ondas e Pódios - Julia Soares.

2T Cap 10: Atletas em Ação.

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Para não se tornar algo repetitivo, decidi antecipar um pouco o andamento das competições, para que assim, possamos ir para o que realmente importa nessa segunda temporada.

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Agosto, 2030.
Segunda-feira.
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POV S/N Peña.

Chegar a Berlim já foi uma aventura por si só. O voo tinha sido longo, e quando finalmente desembarcamos, a chuva foi o que nos deu as boas-vindas. Mas não era aquela chuva agradável, era um temporal de molhar até os ossos. Enquanto tentávamos nos encolher debaixo dos guarda-chuvas e correr para o transporte que nos levaria à casa onde ficaríamos, não pude deixar de soltar uma risada.

- Bem-vindas à Alemanha, galera! - brinquei, sacudindo as gotas de água do casaco.

Mafê, ao meu lado, já estava reclamando.

- Sério, depois de tanta competição, a última coisa que eu queria era chuva. Só queria deitar e dormir por umas 12 horas direto! - disse ela, jogando a cabeça para trás, dramaticamente.

Eu sorri, entendendo completamente o cansaço. As últimas semanas tinham sido puxadas, e agora, com mais duas pela frente, a gente só queria dar conta do que faltava e voltar para casa. Claro que, no fundo, o que eu mais queria era voltar pro Brasil e ver a Júlia. Já estava mentalmente planejando a surpresa que faria para ela, mas ainda precisava me concentrar nas provas aqui em Berlim.

[...]

Quando chegamos na casa, percebi que não seria exatamente um resort de luxo, mas estava longe de ser um lugar ruim. Era uma casa espaçosa, com quartos suficientes para todo mundo, e até uma sala de estar grande, perfeita para as conversas e brincadeiras que eu sabia que iam rolar nas horas vagas.

- Ei, pelo menos dessa vez não temos o Alejandro no pé, né? - comentei, largando minha mala na sala e sentando no sofá com um suspiro de alívio.

- Verdade, mas isso também significa que estamos por nossa conta... - Mafê respondeu, com uma cara que misturava alívio e preocupação. - Será que a gente vai conseguir treinar sem ninguém pra ficar gritando no nosso ouvido?

- Vamos dar um jeito. A gente já sabe o que fazer. E se der tudo errado, a gente liga pro João, e ele resolve. - pisquei, tentando relaxar o clima.

Passamos o resto do dia nos ajeitando na casa. Todo mundo parecia cansado, mas aliviado por finalmente estar ali. A equipe técnica estava por perto, mas sem Alejandro para nos vigiar a cada segundo, a sensação de liberdade era maior do que nas outras viagens. Aproveitei para tirar um cochilo à tarde, mas antes disso, mandei uma mensagem para a Júlia, avisando que tínhamos chegado bem.

[...]

À noite, as meninas começaram a explorar o lugar, e claro, a primeira coisa que queríamos fazer era dar uma olhada na cozinha.

- Ok, quem vai cozinhar? - Priscila perguntou, abrindo os armários e soltando uma risadinha ao ver o estado básico das panelas.

- Não é você, com certeza. - Mafê respondeu, rindo. - Eu lembro daquela vez em que você quase incendiou o fogão do seu apartamento.

Priscila fez uma cara ofendida, mas todo mundo sabia que ela era um desastre na cozinha.

- Eu ajudo a organizar, tá? - Priscila rebateu, levantando as mãos em sinal de rendição. - Melhor não arriscar.