Capítulo 03.

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Enrolo a toalha na cintura e atravesso o banheiro até o vestiário

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Enrolo a toalha na cintura e atravesso o banheiro até o vestiário. O ambiente é barulhento, os caras zoam uns aos outros enquanto alguns já saem, com o som da porta abrindo e fechando constantemente. Abro meu armário, rindo baixo de uma besteira que o Jacob acabou de soltar. Esse cara só fala merda. Pego um cigarro e o prendo entre os lábios.

— Cala a boca, cara. — Pietro gargalha, balançando a cabeça.

Com o isqueiro na mão, acendo o cigarro e dou uma tragada longa, sentindo a nicotina acalmar os nervos. Passo os dedos pelos cabelos ainda úmidos, tentando arrumá-los de qualquer jeito.

— Sério, por que você não cala a porra da boca? — A voz de Michael corta o ar.

Jacob franze a testa, surpreso, sem entender.

— Que foi, cara? — Ele gesticula com as mãos, confuso.

Arqueio as sobrancelhas, desviando o olhar. Aqui vamos nós de novo.

— Não fala comigo, ou eu quebro a porra da sua cara, entendeu? — Michael rosna, o dedo apontado na direção do Jacob antes de empurrá-lo com força contra o armário.

O barulho seco reverbera, e de repente o vestiário inteiro parece prender a respiração. Michael sai bufando, deixando o silêncio pesado para trás.

— Que merda eu fiz? — Jacob pergunta, olhando de um para outro, perdido.

— É a Kiara, mano. — Pietro murmura. — Ela deve ter contado pra ele sobre aquela gracinha com o Tyler na sexta.

Sinto um cutucão no braço e já sei o que vem.
Dou a última tragada no cigarro antes de entregá-lo ao Matt e começo a me vestir.

— Você pisou feio, cara. — Matt diz, a voz abafada enquanto prende a fumaça no peito.

— Eu nem toquei na irmã dele. Que se foda isso. — Jacob rosna, socando o armário antes de sair do vestiário, com passos duros, ainda mais irritado.

O vestiário continua em silêncio por alguns segundos. Termino de vestir meu moletom, os dedos ainda meio trêmulos pela adrenalina, o treino hoje foi intenso. O vestiário está quieto agora, exceto pelo som ocasional de alguém fechando um armário ou murmurando alguma coisa. Pego minha mochila no armário, jogando-a sobre o ombro, e me dirijo para a porta.

— Calma aí, vou com você. — Pietro exclamou, mas continuei andando, sabendo que ele logo me alcançaria.

Caminho pelo corredor ainda com a cena recente na cabeça. Michael sempre foi o mais explosivo do grupo, principalmente quando se trata da Kiara. Se fosse comigo, talvez eu fizesse pior. Entre caras, a gente entende como funciona: se uma mulher não é a sua paixonite, ela é apenas mais uma boceta pra se divertir e seguir em frente. Esse é o jogo. Michael joga também, mas deixa claro que Kiara não está no cardápio.

Ele tenta protegê-la disso, evitar que ela seja apenas mais uma história de corredor, evitar que seja usada. Não o culpo. Ela é a irmã dele, ciúme e proteção são instintos naturais. Mas o problema é que a Kiara é um tornado. Ela tem a mesma intensidade que o Michael, e por mais que fisicamente não pareçam gêmeos, quando se trata de personalidade, eles são a mesma pessoa. Quanto mais você diz pra eles não fazerem, eles vão lá e fazem.

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