Capítulo 19.

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Funguei, limpando o sangue com o dorso da mão e sentindo o gosto metálico e áspero escorrer pela garganta

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Funguei, limpando o sangue com o dorso da mão e sentindo o gosto metálico e áspero escorrer pela garganta. Engoli em seco. Já faz mais de uma hora que estou sentado aqui na cela, encostado na parede, braços cruzados, olhos fixos no vazio.

Os sons ao redor se misturam: passos que vão e vêm, chaves tilintando, portas abrindo e fechando... menos o som que realmente espero — o dos sapatos do meu pai. Ele deve estar furioso, e como forma de castigo decidiu me deixar apodrecer um pouco aqui. Só espero que não me faça esperar até o amanhecer.

Quando me arrastaram pra cá, a única coisa que vi foi aquele policial imbecil agarrar o braço dela. Isso me deixou puto. Xinguei cada um deles, de todos os nomes possíveis. Resultado: um soco bem dado no nariz, que não para de sangrar desde então. Mas, na verdade, não me importo.

Até agora, esta foi a porra da melhor noite da minha vida. Ela me abraçou. Me abraçou com força, e sorriu pra mim de um jeito que nunca vou esquecer. Eu fui o conforto dela. Provavelmente deve estar pensando em mim agora.

Angel, Angel, Angel... Sua diabinha, o que você está fazendo comigo?

Olhei para minhas mãos pela milésima vez. O sangue seco grudado nos dedos — parte é meu, parte é do Chase. Finalmente, ouço passos mais pesados. Levanto os olhos quando meu pai aparece, seguido por um policial. Ele destranca a porta, e só então encaro seus olhos. Me levanto sem dizer uma palavra. Não vou ser o primeiro a falar.

— Nos dê licença, oficial. — meu pai diz com firmeza.

Inspiro fundo, já me preparando para o sermão.

— Você quase matou o filho do prefeito de pancada. — As palavras dele são duras, os olhos me perfuram.

Imagino se ele soubesse o que fiz com a casa do desgraçado.

Permaneço em silêncio.

— Qual é a única regra que sempre te pedimos para seguir, Damon? — rosna, como um aviso.

Solto uma risada seca, balançando a cabeça. Eu não devia ter que ouvir esse sermão ridículo.

— Do que está rindo? — ele pergunta, o tom ríspido.

— Ele estava abusando de uma garota. Queria que eu ficasse quieto e assistisse, como se fosse um fetiche? — respondo, a voz gotejando desprezo. — Faria de novo e faria pior, sem arrependimento nenhum. — acrescento, a voz grave.

— E agora você fala comigo como se eu fosse um dos seus "manos"? — Ele arqueia a sobrancelha, a raiva subindo um nível. Cerro a mandíbula, sentindo os músculos ficarem tensos. O soco de direita do meu pai dói pra caralho.

— Não. — murmuro, tentando controlar o tom.

— Acho que está sim. — Ele empurra minha clavícula com a palma, me prensando contra a grade. — É o filho do prefeito, Damon. — aponta o dedo na minha cara.

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