Dark Romance [+18]
[Livro 1]
Damon Campbell é um vício perigoso e um pesadelo. Obcecado por Angel Miller, ele a persegue como uma sombra, oscilando entre provocação e desejo, enquanto ela o odeia com todas as forças - ou tenta. Mas nem tudo é o que...
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Entrei na biblioteca agarrando as alças da mochila como se fossem minha única âncora. O ambiente era tranquilo, as mesas ocupadas por poucos alunos, o som suave das páginas viradas rompendo o silêncio. Meu coração disparava, como se pressentisse o que estava por vir. Ignorar Damon por quatro aulas e durante os intervalos já havia sido difícil, mas agora seria impossível fugir. Havíamos combinado de nos encontrar para pesquisar para o trabalho dele, e não havia como escapar.
Meus olhos percorreram o espaço, procurando por ele, mas Damon ainda não estava lá. Aproveitei e fui até a seção de história, pegando alguns livros sobre a Revolução Industrial. Três volumes em mãos, sentei em uma mesa mais afastada e comecei a folhear, escrevendo um rascunho das partes mais importantes. O atraso de Damon, de certa forma, me tranquilizava. Quanto menos tempo fossemos vistos juntos, menor seria o risco.
Norma não tinha como saber o que eu fazia no colégio, mas Adeline ainda mantinha contato com algumas garotas daqui. Se Norma pedisse para Adeline vigiar meus passos através delas, eu estaria fodida.
De repente, um estrondo cortou o silêncio, chamando a atenção de todos. Meus olhos se ergueram e vi Damon ajeitando uma cadeira, claramente tendo esbarrado nela. Ele lançou um sorriso sem graça, como se pedisse desculpas pelo barulho, e caminhou até mim, silencioso, com sua mochila apertada ao ombro.
Damon estava vestido com uma calça preta, camisa da mesma cor que delineava seus ombros largos e tênis. O cabelo bagunçado de sempre, em um estilo que parecia desleixado, mas tão perfeitamente calculado para aumentar sua aura rebelde. Nos dedos, anéis de prata refletiam a luz suave da biblioteca, e um crucifixo pendurado no pescoço balançava levemente a cada movimento. Seu sorriso, predatório e repleto de confiança, crescia a cada passo que ele dava em minha direção, como se soubesse o efeito que causava.
Meu coração deu um salto violento no peito, como se quisesse sair dali, mas forcei-me a ignorá-lo, lutando para manter o foco nas páginas dos livros à minha frente. A proximidade dele criava uma pressão invisível, sufocante, enquanto eu apertava os dedos ao redor da caneta, tentando, em vão, afastar a sensação de que ele já me dominava sem sequer tocar em mim.
— Desculpa, esqueci o notebook em casa, tive que correr pra buscar. — Ele sussurrou ao se sentar ao meu lado, sua voz casual e despretensiosa.
Mantive o olhar nos livros, os dedos apertando envolta da caneta.
— Vou começar a digitar o resumo, tudo bem? Tem corrida na sexta, quero acabar logo com isso. — Ele continuou, retirando o notebook da mochila.
Continuei quieta, tentando me concentrar nas páginas à minha frente.
— Tá tudo bem? — Ele insistiu, inclinando-se um pouco mais para perto.
O perfume dele me envolveu, preenchendo minhas narinas e fazendo meu estômago revirar. Pisquei devagar, como se o simples ato de respirar pudesse me ajudar a manter a compostura.