Capítulo 05.

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A verdade é que eu odeio Chase Lockwood

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A verdade é que eu odeio Chase Lockwood.
Bom, quem eu não odeio, não é? Mas Chase... ele é diferente. Ele é sujo. Não falo de sujeira física, falo de algo muito mais profundo. Sua alma é suja.

Eu tinha quatorze anos, três anos atrás, quando ele me empurrou para dentro do vestiário masculino. Tentou me despir. O resto você já imagina. Mas eu não tive medo dele. Peguei um lápis no armário que estava aberto e enfiei no braço dele, chutei suas bolas e sai correndo como uma maluca. Ofegante, assustada... e quase seminua. Não havia ninguém nos corredores. Por um segundo, me senti aliviada.

Arrumei minhas roupas como pude e segui em frente. No caminho para a diretoria, trombei com Adeline. Sempre tive medo dela. Então, mudei de direção, me escondi em algum canto escuro, me sentei no chão e esperei meu coração desacelerar.

Até aí, tudo bem.

Mas no dia seguinte, Chase sentou ao meu lado na sala e deixou uma caixinha sobre a mesa. Sem dizer nada, ele foi embora. Fiquei olhando para aquela caixa como se fosse uma bomba prestes a explodir. Quando finalmente a abri, encontrei umas vinte fotos de polaroide. E cada uma delas era... de mim. Dormindo. Trocando de roupa. Meu corpo exposto, de calcinha, pernas, barriga. A cada foto, meu estômago se revirava, a náusea subindo pela garganta.

Como ele tirou essas fotos?

Foi quando me lembrei de Adeline. A maldita que me barrou na diretoria naquele dia. Ela tirou a maioria das fotos, eu sabia. Mas a última... A última era do dia anterior. Eu e Chase, no banheiro. Meus seios à mostra. Ele me prensando contra a parede, beijando meu pescoço. Na foto, parecia que eu estava gemendo, com o rosto contorcido em prazer. Mas aquilo nunca aconteceu. Ele tentou me tirar a camisa, sim, mas eu não deixei. Isso nunca aconteceu.

Eles editaram a foto. Como? Não sei. Mas estava incrivelmente real.

Naquele momento, eu só queria vomitar. Peguei a caixa com força e corri para fora da sala. A professora me chamou, confusa, mas eu não podia ficar ali nem mais um segundo. No mesmo dia, queimei todas as fotos. Eu sabia que eram cópias, mas queimei mesmo assim.

Desde então, ele tem uma "vantagem" sobre mim. Ou eu faço o que ele quer, ou ele espalha tudo.
E toda vez que olho para Chase Lockwood, é como se um filme de cinco segundos passasse na minha cabeça. Cada detalhe. Cada segundo daquele horror. Repulsa sobe como fogo em minha garganta.

Por que eu não faço nada? Porque eu não tenho nada. Já sou a bastarda. Se eu tentar revidar, vou acabar com um monte de fotos minhas espalhadas por aí. Todos vão rir de mim. Vou criar um escândalo para o meu pai, e escândalos não combinam com política. Vou envergonhá-lo, me humilhar, e no fim... não vai acontecer nada com eles. Tudo vai ser abafado, porque Chase é filho do prefeito. Eu seria a única a sair derrotada.

Minha melhor opção é ficar quieta, esperar esse inferno passar, me mudar para bem longe. Ou, quem sabe, achar as fotos originais e queimar tudo. Mas nunca teria coragem de ir até a casa dele sozinha. Tenho certeza de que ele me forçaria a fazer qualquer coisa. Então...

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