Capítulo 25.

158 22 9
                                    

A partida estava pegando fogo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A partida estava pegando fogo. Gritos eufóricos, assobios, e o som das bolas quicando no chão enchia o ginásio. A energia ali dentro era eletrizante, cada ponto disputado com intensidade. O placar apertado fazia o público vibrar, mas o que realmente me incomodava era outra coisa. Damon. Mesmo no meio do jogo, ele conseguia me vigiar com aqueles olhares furtivos.

Jesus, ele não me dá um tempo nem quando está no meio de uma partida?

Olie, ao meu lado, passou o braço pelos meus ombros, me trazendo para mais perto, um gesto casual, mas reconfortante. De vez em quando ele se levantava e soltava uns gritos empolgados, como um verdadeiro torcedor. Cada vez que ele fazia isso, eu acabava rindo e minhas bochechas coravam, um contraste total com a tensão que Damon me causava.

Foi então que vi Eric. Ele passou apressado, cabeça baixa, os fones de ouvido pendurados, abraçando um livro com tanta força que parecia que aquilo era a única coisa que o mantinha de pé. Meu estômago afundou. Toda vez que eu o via, era como um soco no peito. Era difícil esquecer as vezes em que forcei um sorriso enquanto Chase e seus amigos faziam piadas nojentas às custas dele. A lembrança me fazia me sentir uma merda completa.

Cherie, quem é aquele pedaço de chocolate todo tímido? — Olie me cutucou com um sorriso maroto, o olhar afiado fixo no garoto.

Sorri de lado, aquele safado não perdia uma.

— Só espera. — Respondi, levantando de repente e correndo atrás de Eric.

O barulho do jogo era ensurdecedor, e ele não parecia me notar até eu me colocar diretamente na sua frente, forçando-o a parar bruscamente. Ele deu um passo para trás, olhos arregalados, e meu coração apertou ao ver o jeito como ele encolheu os ombros, como se estivesse esperando ser atacado.

— Oi. — Tentei ser o mais suave possível.

Eric retirou os fones lentamente, me encarando com uma mistura de confusão e medo. Me esforcei para sorrir, mas minhas mãos tremiam.

— Eu... queria te apresentar um amigo. Ele gostou de você. — Murmurei, entrelaçando os dedos, sentindo o nervosismo crescer.

Ele piscou várias vezes, franzindo o cenho, sem responder. Eu sabia que ele tinha todos os motivos para me odiar, mas, droga, eu só queria consertar as coisas, ao menos uma vez.

— Eu sei que tenho sido uma vadia, mas...

— EI, VAGABUNDA! — Um grito cortou o ar, me fazendo gelar.

Antes que eu pudesse reagir, senti algo bater na minha cabeça e um líquido gelado escorrer pelo meu cabelo, rosto e roupas. Meu corpo enrijeceu. Pisquei, em choque, tentando entender o que tinha acontecido. A coca-cola gelada empapou minha blusa e, quando abri os olhos, um cachorro-quente bateu no meu peito e caiu no chão, junto com o copo descartável, espalhando ketchup e mostarda por toda a minha camisa.

MIDNIGHT CLUB - #1 Onde histórias criam vida. Descubra agora