Capítulo 21.

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Ela tem gosto de morango

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Ela tem gosto de morango.

Doce e cítrica. Viciante. Melhor do que eu poderia imaginar. Um gosto que invade os sentidos e domina a mente, que não deixa espaço para nada além da necessidade de mais. Beijá-la foi como ser jogado de um precipício e atravessar o céu e o inferno ao mesmo tempo.

Ela me beijou, Angel me beijou, e, porra, foi como tocar o paraiso e ser queimado por cada segundo. A língua dela... quente, macia, se movendo contra a minha, me consumiu inteiro. Eu já beijei muitas garotas, mas nenhuma... nenhuma tinha um gosto tão doce, tão perfeito.

Era como se cada célula do meu corpo gritasse que aquilo — ela — era o que eu precisava. Eu queria mais, muito mais. Queria arrancar esse sabor dela com os dentes, fazer minha boca ser a única capaz de descobrir esse gosto. A sensação dos dedinhos dela nos meus cabelos, as unhas pequenas e afiadas arranhando a minha nuca e ombros, me deixava à beira da loucura.

Mas eu tive que me conter. Eu não podia tocar demais. Não podia pressionar o suficiente para extrair dela o que realmente queria. Ela é tão pequena, tão suave, tão malditamente delicada, que fiquei com medo de quebrá-la.

Tudo em mim rugia para afundar as mãos naquele pescocinho lindo e fino, apertar até que ela perdesse o fôlego, e aí beijá-la de novo, para trazer de volta o ar, para lembrar ela que era eu quem a controlava. Eu queria que ela soubesse que, de agora em diante, cada respiração dependia de mim.

Queria apertar suas coxas, marcá-las com a força dos meus dedos, deixá-las roxas e doloridas por uma semana, para que toda vez que ela se movesse, se lembrasse de quem a tocou. Mas não fiz. Ainda não. Porque eu tenho tempo. Nós temos tempo. E eu sou paciente. Muito paciente. Eu poderia esperar o tempo que fosse preciso.

Poderia permitir que ela acreditasse que tinha o controle, que podia brincar de me provocar sem consequências. Mas, no final, Angel é minha. E eu vou provar isso. Vou explorar cada parte dela, cada limite que ela impuser, e depois vou quebrá-los um por um. Porque ela me pertence, mesmo que ainda não saiba.

Então, tudo bem. Eu vou esperar.

Angel nasceu para ser minha, e se eu não puder tê-la, ninguém mais vai. Qualquer cara que ela beijar, eu vou espancar, se não matá-lo. Ela só vai se satisfazer comigo, ou então que apodreça sozinha, vire freira, pouco me importa. Ela pode me odiar, ja estou acostumado com o seu desprezo. Não faz diferença. Aceite ou ature.

Mas, quando chegar a hora certa, ela vai entender. Vai saber exatamente o que significa ter despertado o monstro dentro de mim.

— Cara. — Um tapa seco na nuca me faz estreitar os olhos. Viro a cabeça e encontro Michael me encarando. 

— Apaga essa merda. O Treinador está vindo. — Ele sussurra com urgência.

Jogo o cigarro no ralo da pia e abro a torneira, observando a água levar o filtro queimado enquanto finjo lavar as mãos. A porta do vestiário se escancara com um estrondo, ecoando pelas paredes. Treinador Fitz entra enfurecido, e seus olhos vão direto para mim.

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